“É necessário acautelar que as poucas reservas efetuadas para esse período possam ser concretizadas, permitindo aos hóspedes deslocar-se dos seus concelhos de origem para aqueles onde os estabelecimentos se localizem”, defendeu, em comunicado, o presidente da AHP, Raul Martins.

Segundo a AHP, o anúncio da medida aprovada pelo Conselho de Ministros em 22 de outubro causou “imensa perturbação e cancelamentos” junto de alguns estabelecimentos hoteleiros, nas “reservas previstas de pequenos grupos, nacionais e estrangeiros”.

Neste sentido, a AHP diz já ter feito chegar à secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, as suas preocupações e propõe que se permita uma exceção a quem apresente um comprovativo de reserva nos hotéis, em data prévia ao anúncio da medida.

“Depois de termos concluído que estamos a enfrentar uma previsível quebra de dormidas neste ano que pode chegar a 46,6 milhões, e a uma perda de receita da ordem de 3,6 mil milhões de euros, seria uma inconsciência não segurar as poucas oportunidades que ainda temos”, acrescentou Raul Martins.

A AHP sublinha a importância de “um generalizado cumprimento das regras que permitam controlar o crescimento da pandemia”, mas considera que isso não pode ser feito às custas do “sacrifício cego das poucas unidades hoteleiras e trabalhadores que lutam por manter as portas abertas”.

Pouco mais de uma semana após o Conselho de Ministros ter anunciado o regresso do estado de calamidade, devido ao aumento de casos de contágio pelo novo coronavírus, foi aprovada, em 22 de outubro, a proibição de circulação entre concelhos do continente, durante o fim de semana correspondente ao Dia de Finados, estando previstas medidas semelhantes às da Páscoa.

Em abril, o primeiro-ministro António Costa anunciou a proibição de circulação entre a quinta-feira santa e o Domingo de Páscoa. Na altura, foram proibidas quaisquer deslocações para fora do concelho de residência habitual, com exceção para quem tinha de se deslocar em trabalho.