Este pequeno guia para visitar o país “como um suíço” é a primeira parte de uma série de artigos dedicado a todos os que gostam de mergulhar na cultura de um país e não apenas arranhar a superfície, é para quem a Suíça é mais do que os lugares-comuns (Matterhorn, queijo, chocolate e relógios), é para quem visitar é muito mais do que carimbar um passaporte. Acreditem que se experimentarem algumas destas dicas locais, mais do que uma viagem, vão ganhar uma tremenda experiência para a vida e quem sabe arrancar um sorriso a um local. Preparados?

1. Cumprimentar toda a gente

Quer na rua, quer em bairros ou pequenas vilas, mas também nas montanhas, com um suíço alemão Grüezi, na parte alemã, ou um Salut, na parte francesa. Os suíços consideram muito rude que se passe por alguém sem cumprimentar e adoram dar apertos de mão. Aliás, as crianças desde pequeninas que têm de cumprimentar os professores à chegada e à saída da escola com um aperto de mão, que tem de ser dado a olhar nos olhos do interlocutor. Por isso, nada como começar a imersão no país com a distribuição de cumprimentos como quem atira confetti.

2. Levar um termo com chá quente para a montanha no inverno ou, no verão, um cantil com água fresca

Os suíços não compram água engarrafada e costumam saber logo que alguém é estrangeiro quando veem comprar água. Normalmente nem existem garrafões de água à venda nos supermercados.

Toda a gente bebe água da torneira em casa ou anda com um cantil para ir enchendo nas muitas fontes espalhadas pelas ruas ou nas nascentes na montanha. Conseguem imaginar que alguns dos lagos são tão limpos que até a água é potável? É o caso do lago Lungern na Suíça Central, mas há muitos outros.

No inverno, para enganar o frio, passa-se a andar com um termo e um frasco de chá, e se for chá Ricola ainda melhor.

3. Usar a rede de transportes públicos, de preferência, com um cartão de desconto

Se existe um sítio onde querem ir, ainda que na montanha mais recôndita do cantão mais recôndito, é quase certo que conseguem lá chegar de transporte público.

A rede de transportes helvética tem 27.000 kms e é a rede de transportes públicos mais densa do mundo e provavelmente a mais pontual. Se quiserem chegar à montanha onde Judas perdeu o Alphorn às 11:33 é mais que certo que chegarão lá de transporte público e nem um minuto depois.

E claro, não se esqueçam de comprar um Swiss Travel Pass para poderem viajar sem pagar uma fortuna… tão grande. Se viverem no país é quase certo que serão os felizes proprietários de um Halb Tax ou de um GA, se não vivem há um sem número de opções para visitantes.

4. Assistir a um Alpabfhart ou désalpe

Se estiverem no país durante o mês de setembro ficam com uma grande oportunidade de assistir a um Alpabfhart ou désalpe. Ou seja, à festa que celebra o regresso das cerca de 350.000 vacas das montanhas para as aldeias para abrigarem durante o inverno. Quase todas as aldeias de montanha celebram esta festa por isso o difícil é escolher só uma.

Mas o mais famoso Alpabfhart fica no Cantão de Appenzell, em Urnäsch. As vacas são normalmente enfeitadas com flores, homens e mulheres vestem trajes tradicionais e cantam yodel e tocam Alphorn. Tudo isto não para os turistas, mas pelo puro prazer da tradição.

5. Fazer pausas como um Suíço

Os Suíços começam o seu dia muito cedo. É normal acordarem por volta da 6:00 da manhã. E por isso gostam de fazer as suas pausas diárias para comer qualquer coisa. Como seria de esperar, tudo acontece com pontualidade e organização. A pausa da manhã costuma acontecer às 9 e chama-se znüni. A pausa da tarde acontece por volta das 16 horas e chama-se Zvieri.  As outras refeições são o Zmorge (pequeno almoço) o Zmittag (almoço) e o Znacht (jantar).

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6. Nadar num lago gelado

Esta é uma das coisas a que ainda não me habituei… No verão, mas também em pleno inverno, os suíços não perdem uma oportunidade para mergulharem nos lagos. Já perdi a conta às vezes em que com temperaturas abaixo de zero e a nevar os vejo a nadar como se nada fosse.

E não fiquem surpreendidos se a meio de uma caminhada, chegarem a um lago, e derem com uns locais a ficarem completamente nus para mergulhar. É mesmo assim que eles preferem nadar.

7. Levar lanche para a montanha

Particularmente, salsichas para grelhar num qualquer pau encontrado no caminho. As salsichas Cervelat são as mais usadas mas, felizmente para mim, também se encontram várias marcas vegetarianas.

Há centenas de locais oficiais onde fazer fogueiras espalhados pelas montanhas e muitas vezes têm lenha para usar gratuitamente.

8. Não deixar que seja a meteorologia a decidir o que se faz nos tempos livres

Foi uma das coisas mais incríveis e libertadoras que adquiri ao vir viver para aqui. Os suíços escolhem o que querem fazer: seja escalar, andar de bicicleta, fazer uma caminhada ou qualquer outra atividade ao ar livre e, independentemente de estar a chover ou fazer sol, vão fazer a atividade que tinham planeado, apenas adaptam a roupa que vão vestir à meteorologia.

9. Assistir a um torneio de Schwingen

O Schwingen, uma espécie de wrestling, é considerado o desporto nacional e, se estiverem à procura de uma genuína experiência suíça, nada melhor do que assistir a um torneio.

Existem mais de 5000 praticantes ativos que competem praticamente por gosto, já que os prémios são quase simbólicos (embora os campeões nacionais sejam uma espécie de vedetas em tudo quanto é outdoor), e passam normalmente por vacas e chocalhos de vaca.

Os torneios de Schwingen são também uma boa oportunidade para assistir a outros dois desportos nacionais: o Hornussen e o atirar de pedras e para ouvir cantar yodel, assistir ao atirar de bandeiras e ouvir alphorn.

10. Comer como um Suíço

Ou seja, outra vez batatas. Eu sei que o país é mais conhecido no estrangeiro pelo nickname de Käseland, terra do queijo, mas a verdade é que é também a verdadeira Kartofelland, terra da batata. Não se consegue comer nada que não venha acompanhado com batatas e até há restaurantes a servir apenas batatas…

Por isso é aceitar e atirar-se de faca e garfo ao Rösti, puré de batata, batatas fritas ou batatas na Raclette e acreditar que os carboidratos não atacam as ancas em altitude.

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Artigo originalmente publicado no blogue Mundo Magno

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