A zona do Baixo Tâmega, composta pelos municípios de Amarante, Baião e Marco de Canaveses, localizada a apenas 60 quilómetros de distância do concelho do Porto, é de visita obrigatória para quem procura passar alguns dias rodeado por natureza, história e gastronomia típica irrepreensível.

Os amantes de vinho encontram aqui também um verdadeiro “parque de diversões”, repleto de diversas castas, marcas e quintas espalhadas pelas suas encostas. E os amantes de natureza encontram na Serra da Aboboreira um autêntico paraíso natural, preenchido por um importante património histórico/arqueológico.

Neste artigo damos-lhe uma sugestão de roteiro para três dias pela zona do Baixo Tâmega, com sugestões de onde dormir, o que não perder e onde comer nesta incrível região portuguesa.

Dia 1 – Amarante

A apenas 60 quilómetros do Porto, Amarante é uma daquelas cidades portuguesas que nos faz sentir a verdadeira essência portuguesa. A sua História, gastronomia e a tranquilidade do rio Tâmega que a atravessa fazem com que seja um destino a não perder numa visita a esta zona de Portugal. Se preferir uma visita guiada pela cidade, a agência local de tours Inside Experiences poderá oferecer-lhe uma experiência ainda mais completa.

Sugestão de Alojamento: Monverde Wine Experience Hotel

O alojamento ideal para amantes de vinho e natureza. O premiado Monverde Wine Experience Hotel, localizado em plena Quinta da Lixa, oferece-lhe uma oportunidade incrível de passar alguns dias repletos de tranquilidade, no meio de vários hectares de vinha, em quartos e suites marcados por um elevado nível de conforto e decoração elegante totalmente integrada na paisagem envolvente.

Inaugurado em 2015, recebeu os prémios de Melhor Arquitetura e Melhor Paisagem (2016), de Melhor Alojamento (2017) e o de Melhores Práticas Sustentáveis em Enoturismo (2018) nos Prémios Best of Wine Tourism, assim como o prémio de melhor Wine Experience Spa da Europa atribuído pelos World Luxury Spa Awards em 2017.

Disponibiliza ainda vários programas de enoturismo, que incluem provas de vinho e harmonização com canapés, piqueniques ou até programas de vindima nos meses de setembro e outubro.

Sugestão de Restaurante: Zé da Calçada

Conhecido pelo seu famoso Bacalhau da Casa, o restaurante Zé da Calçada está localizado em pleno centro histórico de Amarante. Aqui, para além da inquestionavelmente deliciosa e muito típica comida portuguesa, é brindado igualmente com uma vista privilegiada sobre o Rio Tâmega. Desafiamo-lo ainda a tentar resistir à recheada mesa de sobremesas que o tentará sem piedade, ao passar para a varanda do restaurante.

O que ver e visitar

Museu Municipal Amadeo de Souza Cardoso

Localizado no que foi inicialmente um convento dominicano, erguido em 1543 em honra de São Gonçalo, o Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso é um museu modernista que alberga hoje em dia várias obras de um dos mais relevantes e conceituados artistas portugueses de sempre, Amadeo de Souza-Cardoso, originário de Manhufe, uma aldeia do concelho de Amarante. Para além de obras de Amadeo, aqui encontram-se também expostas peças de outros artistas amarantinos como Acácio Lino, António Carneiro ou Teixeira de Pascoaes, entre outros, e de artistas vencedores do Prémio Amadeo de Souza-Cardoso.

Ainda no Museu encontram-se as duas figuras mais queridas da população amarantina: os históricos Diabo e Diaba. Com presumíveis origens na Índia, onde se crê terem sido criados por um grupo religioso local, estas figuras, fortemente sexualizadas, foram trazidas para Amarante onde ficaram até 1809 “alojados” na Sacristia do Convento Dominicano de São Gonçalo. Ao longo dos anos, as figuras passaram por várias provações: queimadas em público pelas forças inimigas durante as invasões francesas, recriadas por um artífice local assim que os franceses saíram do país, mutiladas sexualmente para evitar nova destruição pelo fogo por ordem real, e levadas para Inglaterra após terem sido compradas por Albert Sandeman. Chegaram a estar em exibição na Exposição Universal de Paris em 1889 e acabaram por regressar a Amarante passados alguns anos, para delírio da população local, que os recebeu com pompa e circunstância. Desde esse dia, celebra-se anualmente, no dia 24 de agosto, o Dia do Diabo em Amarante, em jeito de celebração do tão esperado regresso do Diabo e da Diaba à terra que inicialmente os acolheu.

Igreja do Convento de São Gonçalo

Na fachada, a “varanda dos reis” apresenta a quem por lá passa as imagens dos vários reis que contribuíram para a construção do Convento, que se iniciou por volta de 1540 e terminou no século XVIII. No interior, junto ao belíssimo e elaborado altar, encontra-se o túmulo de São Gonçalo, que se diz realizar desejos a quem o toque,  e uma figura do mesmo Santo, vestido com uma veste apertada por um cinto que, de acordo com a lenda, “arranja” casamento a senhoras que o puxem três vezes. Hoje em dia, porém, já não é permitido puxar o cinto, estando a figura posicionada a uma elevada distância do chão, apenas para exposição.

Ponte de São Gonçalo

Construída sobre o local onde se diz ter existido em tempos uma ponte romana, a Ponte de São Gonçalo foi mandada erigir pelo beato Gonçalo de Amarante no século XIII, unindo as duas margens do rio e contribuindo largamente para o desenvolvimento da cidade. Foi palco de combates entre as forças portuguesas e francesas durante a segunda invasão francesa no século XIX. É um dos elementos centrais da cidade.

Confeitaria da Ponte

É impossível visitar Amarante e não provar pelo menos uma pequena seleção dos seus deliciosos doces regionais. A Confeitaria da Ponte, fundada em 1930, é uma das grandes atrações desta cidade, tanto pela sua vasta história e pela elevada qualidade dos seus doces típicos (onde se encontra o “melhor palmier do mundo”), como pela incrível vista sobre o tranquilo Rio Tâmega.

Dia 2 – Baião

Baião, o concelho com maior densidade florestal no distrito do Porto, é o destino ideal para todos os amantes de natureza e de história. A Serra da Aboboreira e os vários monumentos históricos, alguns com origem na pré-história, garantem momentos inesquecíveis para quem queira conhecer um pouco mais a fundo o passado desta região.

Sugestão de Alojamento: Douro Royal Valley Hotel

Debruçado sobre o Rio Douro, não faria sentido se no Douro Royal Valley Hotel todos os quartos não tivessem vista para o rio. Acordar com uma vista assim é, sem dúvida, remédio quase certo para qualquer mal de alma. O pequeno-almoço variado, o spa no último piso com várias áreas de relaxamento e salas de tratamento, piscina interior, duche Vichy e duche escocês, e a piscina infinita com vista sobre o rio, perfeita para tirar a foto de perfil ideal para partilhar nas redes sociais, faz com que este hotel seja presença essencial num roteiro de viagem por esta zona de Portugal.

Sugestão de restaurantes

Restaurante Tormes

Parte integrante da Fundação Eça de Queiroz, o restaurante Tormes é gerido por pai e filho há cerca de cinco anos. Os dois, de nome António Queiroz Pinto (o apelido Queiroz é pura coincidência, não existindo qualquer relação direta com o conceituado escritor português) dividem-se entre a gestão do restaurante, a cargo do pai carinhosamente conhecido como Toninho, e da cozinha, a cargo do filho, conhecido por Tó Zé, recentemente vencedor da etapa Norte e Centro e agora finalista da competição nacional Chef Cozinheiro do Ano 2019.

Com uma vista incrível sobre as encostas da região vinícola do Douro, no seu menu encontrará apenas os pratos referidos nas várias obras da autoria de Eça de Queiroz (existem mais de 5000 referências a gastronomia nas suas obras), como por exemplo a famosa Canja de Galinha, o Arroz de Favas com Frango Dourado ou o Creme Queimado referidos na obra “A Cidade e as Serras”. A acompanhar, os vinhos verdes “Tormes” da própria vinha da fundação e os da vizinha Quinta de Covela, em tempos propriedade do cineasta Manoel de Oliveira e agora detida pela Lima Smith Lda, principal mecenas da Fundação Eça de Queiroz.

Tasquinha do Fumo

Se procura um verdadeiro restaurante típico, a Tasquinha do Fumo, na Serra da Aboboreira, será o local ideal para si. O cheiro a forno de lenha e a comida confecionada sobre as brasas da lareira na cozinha, fá-lo-ão sentir como se, de repente, tivesse voltado à cozinha da sua avó na aldeia, durante as férias de verão ou de natal. Na parede, como que a observar a alegria e satisfação de quem come na sua casa, encontra-se um retrato da dona Rosa, mãe de Isabel Soares que, ao lado do seu marido, gere este restaurante encantador. Os pratos de referência são, como não poderia deixar de ser nesta região, o famoso anho (cordeiro) e o cabrito assados. A não perder, a pera bêbada ou o leite creme para sobremesa e um café servido no final em pote de barro, acompanhado por um dos muitos licores da casa. Recomenda-se vivamente reserva prévia e encomenda do menu.

O que ver e visitar

Capela do Senhor do Bom Despacho

Localizada junto ao Mosteiro de Santo André de Ancede, e datada de 1731, a Capela do Bom Senhor do Despacho é uma capela octogonal dominicana que surpreende quem a visita, não só pela sua forma (considerada normal na época), mas também pelas várias figuras religiosas que se encontram dispostas no seu interior, representando várias cenas bíblicas, como se de uma peça de teatro se tratasse. É necessária marcação prévia de visita.

Miradouro e Igreja da Senhora da Guia

Em plena Serra da Aboboreira, no Miradouro da Senhora da Guia, é possível avistar os três concelhos que integram a zona do Baixo Tâmega: Baião, Marco de Canaveses e Amarante. O Miradouro está localizado junto à Igreja da Senhora da Guia, construída num local onde existiam já vários relatos de aparições e onde existem vestígios de sacralização da época romana (alegadamente). Anualmente, no primeiro domingo de agosto é realizada uma romaria ao local.

Museu Municipal de Baião

No Museu Municipal de Baião encontra vários elementos elucidativos sobre a história da região, com vestígios que remontam à pré-história. É um bom ponto de partida para uma posterior visita aos Dolmens que se encontram espalhados pela Serra da Aboboreira.

Serra da Aboboreira

A uma altitude média de 700 metros, a Serra da Aboboreira estende-se pelo território dos três concelhos integrantes da zona do Baixo Tâmega. A tranquilidade e beleza das suas paisagens e o vasto e diverso património histórico que ali se encontra, fazem com que seja paragem obrigatória numa visita à região.

Um dos trilhos que poderá fazer na Serra é o Trilho dos Dolmens através do qual terá a oportunidade de visitar vários antigos túmulos que remontam à pré-história.

Dia 3 – Marco de Canaveses

Com cerca de 55.000 habitantes, e composto por 16 freguesias, Marco de Canaveses é o município português com maior número de monumentos românicos, e também a terra natal da famosa artista Carmen Miranda. É aqui que os rios Douro e Tâmega se fundem, e onde se consegue usufruir de momentos de total tranquilidade com vista para a paisagem sem igual da região, enquanto aproveita para alimentar a sua sede de conhecimento com uma visita aos seus vários pontos de interesse histórico e cultural.

Sugestão de restaurante: Ponte de Pedra

Debruçado sobre o Rio Tâmega, o restaurante Ponte de Pedra está localizado na zona de Entre-os-Rios. Se ainda não o fez antes, é o local ideal para experimentar a gastronomia tradicional da região. Entre os pratos em destaque encontra o Cabrito Assado, os Rojões, a Lampreia, o Bacalhau e as típicas alheiras. Para acompanhar, sugerem-se os refrescantes vinhos verdes premiados Ardina (gama de entrada) ou Castelo Negro (topos de gama).

O que ver e visitar

Igreja de Santa Maria (autoria do Arquiteto Siza Vieira)

Construída há 23 anos, a Igreja de Santa Maria, em Marco de Canaveses é, sem dúvida, um ponto a incluir num roteiro por esta região. Com arquitetura de Siza Vieira, ninguém diria pelo seu exterior que este imponente edifício branco se tratava de um local de culto religioso católico. No interior é quase palpável a serenidade que a sua geometria simples e reta e decoração minimalista conferem ao espaço. As janelas com vista para a Serra da Aboboreira permitem aos fiéis usufruir não só do culto em si, como de uma vista extraordinária sobre a beleza natural da região.

Tongobriga

Apesar dos seus primeiros vestígios terem sido descobertos em 1882, as escavações desta povoação românica, cuja fundação remonta ao século I e cuja densidade populacional se estima ter sido em tempos de cerca de 2500 pessoas, só se iniciou em agosto de 1980. Está localizada na povoação hoje conhecida por Aldeia do Freixo. É possível conhecer Tongobriga através de visita livre e gratuita ou de uma visita guiada, com marcação prévia, por dois euros (adulto).

Doces do Freixo - Casa dos Lenteirões

Esta mítica confeitaria, datada de 1819, é ainda hoje detida e gerida pela família dos seus fundadores, tendo passado de geração em geração. Conhecida pelas famosas Fatias do Freixo, ícones gastronómicos do concelho de Marco de Canaveses, na Casa dos Lenteirões poderá ainda deliciar-se com os igualmente deliciosos biscoitos de manteiga, coco e limão, entre muitos outros doces típicos.

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