Dia 1

Menos turística do que São Miguel, a ilha do Pico, nos Açores, mantém ainda aquela aura de terra virgem por descobrir. Dominado pela imponente e arrebatadora montanha mais alta de Portugal com 2351 metros, este pedaço de terra, o segundo maior do arquipélago, cativa-nos de imediato pelas suas deslumbrantes paisagens.
Para descansar
  • Montanha do Pico

    O percurso é longo e muito sinuoso, aconselha-se roupa adequada e calçado apropriado, para evitar escorregar. Ao longo do trilho, encontram-se 47 postes, que constituem uma espécie de passagem obrigatória e de contagem decrescente para a chegada à cratera ou ao Piquinho, a derradeira etapa.

    Durante o percurso, a temperatura vai mudando. Abaixo das nuvens, pode estar sol, para depois, mais acima, ficar tudo nublado. Depois de passarmos a barreira das nuvens, o sol volta a brilhar e o céu parece ainda mais azul. A beleza da montanha é indescritível, tal como a sensação de ir ultrapassando as barreiras.

    Ao longo do caminho, encontramos outras pessoas, aventureiros, amantes da natureza, turistas de diferentes nacionalidades que descobriram a riqueza das nossas paisagens. Quase todos concordam: o mais difícil não é subir, mas, sim, descer. Primeiro, porque o corpo já está cansado, depois, porque obriga a maior força nos joelhos. O habitual é mesmo demorar mais tempo na descida. Para nós, a viagem ficou num total de oito horas e mais trinta minutos.

    Depois de um dia tão intenso e exigente para o corpo, o ideal será reservar os dias seguintes para descansar nas piscinas naturais. Quando o sol aperta, a temperatura convida a um mergulho no Oceano Atlântico. A água pode parecer um pouco fria, de início, mas, depois, até sabe bem dar um mergulho naquelas águas tão límpidas e transparentes. Vale a pena conhecer as piscinas das Lages do Pico, Poça Branca, Criação Velha e de São Roque do Pico.

    Voltamos ao centro da ilha por estradas praticamente desertas para descobrir as lagoas do Capitão, Caiado e do Paúl, entre outras. De uma beleza rara estonteante, estes cenários, grande parte das vezes, envoltos num denso nevoeiro, merecem, sem dúvida, uma visita.

 

Dia 2

Podemos iniciar este dia por mar com a ajuda da empresa do Norberto, homem de mar e de histórias, homem ligado à natureza e à terra, figura mítica da ilha. Foi o Frederico quem nos levou de barco, desde o cais da Madalena, à procura de baleias e de golfinhos.
Para descansar
  • Observação de cetáceos no Pico
    Podemos iniciar esta aventura por mar com a ajuda da empresa do Norberto, homem de mar e de histórias, homem ligado à natureza e à terra, figura mítica da ilha. Foi o Frederico quem nos levou de barco, desde o cais da Madalena, à procura de baleias e de golfinhos. O mar estava sereno, pelo que a viagem correu tranquila, sempre de olhos postos no mar, na esperança de alcançar bufos, o ar que as baleias expiram e que faz uma espécie de repuxo.
  • Vinhas do Pico
    As paisagens das vinhas são Património Mundial da UNESCO, desde 2004, dada a sua dimensão histórica e económica. A cultura da vinha, aqui com características únicas, já que assenta na rocha basáltica, de origem vulcânica, remonta ao povoamento da ilha e mantém hoje praticamente os mesmos rituais. Para proteger as plantações, foram construídos muros de pedra, cujos labirintos fazem as delícias dos visitantes. Os Lajidos da Criação Velha e de Santa Luzia constituem os melhores exemplos de uma arte tão antiga quanto única.
  • Museu dos Baleeiros
    Para perceber melhor a importância das baleias para os Açores, sugerimos uma visita a um dos museus dedicados a perpetuar as memórias daquelas gentes com um passado profundamente ligado à caça da baleia e do cachalote, uma arte praticada até 1987, altura em foi proibida. O museu dos Baleeiros, situado nas Lajes do Pico, é um lugar de história, de artefactos e de exemplos que mostram como era duro e, ao mesmo tempo, cativante, o modo de vida dos baleeiros.

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