Por Helena Simão, Starting Today

Os paladares estão cada vez mais exigentes. Queremos comer bem, ou seja, procuramos ter experiências gastronómicas memoráveis. E queremos alimentos frescos, se possível biológicos, naturais ou pouco processados, cozinhados com amor, como se fosse a nossa mãe que estivesse a tomar conta de nós. Porque a saúde começa à mesa. E não, não precisamos de fazer dieta. Apenas de fazer boas opções no que toca a hábitos alimentares.

A oferta de restaurantes saudáveis é cada vez maior e já não há desculpas para não comermos bem. Quer sejamos vegetarianos, vegan, celíacos ou apenas amigos do ambiente. Ou não. Há de tudo nas quantidades certas, a pensar num estilo de vida frenético em que o tempo, ou a falta dele, mexe com o nosso estômago, logo, com a nossa saúde. Escolhemos os 12 restaurantes saudáveis de Lisboa:

O Botanista

É um restaurante 100% vegetal e é uma autêntica homenagem à natureza, tanto no prato como na decoração. Catarina Gonçalves, uma das responsáveis por outro espaço da capital, o “Ao 26 – Vegan Food Project”, juntou-se a André Baptista, que também chegou a integrar este projeto e, juntos, abriram, O Botanista.

O Botanista: sabores 100% vegetais no mundo encantado das plantas
créditos: DR

Situado perto do Cais do Sodré, na Rua D. Luís I, numa zona da cidade que tem vindo a ganhar uma vida nova, o restaurante representa uma grande evolução deste conceito, mostrando que não precisamos de comer carne ou peixe para nos alimentarmos bem e que podemos (e devemos) ser exigentes com a qualidade dos produtos e com o sabor. É como se estivéssemos a voltar aos ingredientes ancestrais para recuperar alguns valores e conceitos que tínhamos perdido. Mas com um toque de contemporaneidade e uma frescura de inovação.

O menu é bastante extenso, variado e com muitas opções tentadoras, no bom sentido, o que dá azo a experimentar e a querer voltar para provar outros sabores.

The Green Affair

A receita do restaurante The Green Affair é simples: junta-se um espaço confortável e um ambiente familiar a um serviço simpático e descontraído, corta-se na carne e no peixe, mas não no sabor, e, no final, acrescenta-se uma apresentação cuidada dos pratos. Fica na Avenida Duque de Ávila, em Lisboa, e é 100% vegetal, mas promete sabor e criatividade à mesa.

Como o próprio nome indica, o verde domina na decoração glamourosa e no menu e há um convite ao prazer sem culpa, a uma formalidade divertida, como que a dizer que este restaurante é para todas as idades, para quem é vegetariano ou vegan e para quem não é, ou seja, para quem gosta simplesmente de estar à mesa e comer bem.

The Green Affair
créditos: DR

Uma das regras da casa é não haver congelação. Ou seja, têm de entrar obrigatoriamente produtos frescos todos os dias. As receitas são o resultado de muitas ideias e técnicas experimentadas na cozinha de Henrique Costa Pereira, mas também de algumas dicas dadas pelo blogger da página Alho Francês. Na cozinha do restaurante, são dados os últimos retoques a pensar também na apresentação, que se quer sofisticada.

My Mother’s Daughters

O menu é maioritariamente biológico e sazonal, sem produtos de origem animal, de acordo com a oferta da mãe natureza ao longo das estações do ano.

My Mother’s Daughters: um restaurante com comida da mãe (natureza) e das três filhas
My Mother’s Daughters: um restaurante com comida da mãe (natureza) e das três filhas
Ver artigo

Durante toda a sua vida, o sonho de Maria José Vasconcelos era abrir um café. Conseguiu realizá-lo com a ajuda das três filhas Cristina, Madalena e Inês. Neste pequeno restaurante de linhas claras e clean, inspirado na reciclagem e no desperdício zero, temos diariamente duas bowls quentes (9€): a fresca, à base de verdes, e a da terra, à base de grãos.

Há também uma sugestão do dia, o prato especial da “mother”, como o ragu de banana, confecionado com a casca, numa lógica de reduzir o desperdício, mas não o sabor. Para acompanhar, além do sumo do dia (3,5€), temos os “lattes de bem-estar”, dos quais destaco o macha latte, o golden milk e o blue dream latte.

Tasca Fit

Faz lembrar o ambiente das antigas tascas portuguesas. A diferença está no que se come. Nada de fritos, o sal e o açúcar são pouco utilizados e só entram as opções mais saudáveis dos alimentos, como é o caso do arroz e da batata, que foram substituídos pelas versões basmati e doce.

Tasca Fit
créditos: Starting Today

Apreciador de comida tradicional portuguesa, o jovem André Borralho, engenheiro Alimentar, decidiu criar um espaço que combinasse com o seu estilo de vida saudável, até porque, enquanto estudante, tinha sofrido as consequências dos maus hábitos alimentares. Por aqui, o objetivo é “que o equilíbrio de calorias, o sabor e a saciedade consigam ser amigos”.

Diariamente, ao almoço, há um prato do dia (8,95€) com sopa ou sobremesa, sumo e café. Mas o menu inclui entradas, como o puré de batata doce com cogumelos frescos. Nos pratos principais, destaque para o fitoque de frango ou peru grelhado e para o salmão à portuguesa com migas de feijão preto e espinafres. Há também hambúrgueres: de salmão, de frango e espinafres e de grão. A ementa é sazonal e vai sendo alterada com frequência.

Club Life To Go: comida que se leva na mala e fica no coração
Club Life To Go: comida que se leva na mala e fica no coração
Ver artigo

Club Life to Go

Este é um conceito importado do Brasil, que está a fazer furor na movimentada cidade de São Paulo. Por cá, o primeiro restaurante abriu na Avenida Elias Garcia, perto do Saldanha. A comida encontra-se devidamente embalada em doses individuais e está pronta a comer ou a levar.

Teresa Lopes é a gerente do espaço e, em conjunto com outros cinco familiares, trouxe o conceito do outro lado do Atlântico, devidamente adaptado aos nossos alimentos e paladares. A ementa varia todos os dias e repete semanalmente. Há receitas de proteína animal, como o frango tariyaki ou o caril de camarão. Mas não há alimentos com glúten, não é usada lactose e os açúcares, quando usados, não são refinados.

As receitas de pequeno-almoço são as novidades mais recentes e a fazer sucesso estão o Snickers Fit, uma adaptação do célebre chocolate, feito com 70% de cacau, tâmaras e amendoins, e o Overnight, um copo grande com aveia, sementes de chia, compota de abóbora, leite de amêndoa e coco com crumble de farinha de coco e de arroz e nozes.

Club Life to Go
créditos: Club Life to Go

Despensa N.6

Esta é uma pastelaria com opções saudáveis, certificada pela Associação Portuguesa de Celíacos. Mas é também um local onde encontramos granolas caseiras, pão de aveia com sementes de abóbora ou linhaça, pastas de avelã, amêndoa, tâmaras e húmus, entre outras, e bolos que podemos levar para casa para abastecer a nossa despensa de coisas boas.

Os responsáveis por este espaço, situado perto da Avenida de Roma, são o jovem casal Patrícia Machado e Pedro Dias que, devido à falta de opções saudáveis, não comiam fora.

Nesta Despensa, não entram alimentos processados, hidratos de carbono simples e produtos com glúten ou lactose. Ao almoço, há sempre uma sopa do dia, saladas de húmus, queijo e nozes ou atum e omeletes. Os batidos são preparados com leite de coco e existe também a versão proteica para os que se preparam para treinar.

Além disso, oferece duas bebidas probióticas: o kefir, produzido através da fermentação do leite, e a kombucha, uma bebida fermentada que se obtém a partir do chá. A completar o menu, há ainda duas opções de brunch.

The Cru: o restaurante biológico onde o açúcar não entra
The Cru: o restaurante biológico onde o açúcar não entra
Ver artigo

The Cru

“Comer para ser feliz” é o lema deste restaurante, localizado em Cascais. Os alimentos com glúten e lactose não entram neste espaço, que é também uma mercearia de produtos orgânicos e biológicos. Aqui, comemos para nos sentirmos bem, de dentro para fora, com saúde e sem menosprezar o sabor de tudo o que vem para a nossa mesa.

Marta Ferreira é uma das responsáveis pelo projeto, que arrancou com uma roulotte e marcou presença em vários festivais de música. A primazia é dada aos alimentos frescos e às receitas originais e criativas, validadas por um naturopata. A confeção é, sempre que possível, crua.

Nos pratos principais, algumas opções são inspiradas nas receitas tradicionais portuguesas, como as lascas de bacalhau com puré de batata doce ou os lombinhos de peixe com gengibre e coentros. Mas há também pratos vegetarianos, como a salada de legumes assados e a feijoada de tofu.

Os wrepes são um conceito da casa, que mistura wraps com crepes. A base é feita de arroz, beterraba ou espinafres e o recheio é variado. Nas sobremesas, destaque para a tarde “Chorar por Mais”, com cacau, laranja e frutos secos, uma verdadeira tentação que se pode comer sem ter a consciência pesada porque não tem açúcar.

The Cru
Wrepe de camarão créditos: Starting Today

Ohana by Naz

Ohana by Naz abriu há cerca de dois anos no Parque das Nações. O restaurante de comida saudável ovo-lacto vegetariano oferece um serviço de buffet de segunda a sexta-feira por 9,5€ e, aos domingos, há brunch.

Ohana, que significa família em havaiano, é o pilar da vida de Anaisa Rashul, mais conhecida por Naz. A jovem procurou durante anos a dieta ideal, já que tinha tendência para engordar, até que percebeu que aprender a comer é uma forma de estar na vida. Tornou-se 99% vegan, criou hábitos saudáveis e atingiu o peso ideal. Quer agora ajudar outras pessoas a viverem bem.

Ohana by Naz
Ohana by Naz créditos: Starting Today

As suas viagens - Naz viveu na África do Sul, no Dubai e em Nova Iorque, onde estudou Nutrição Holística – serviram de inspiração para decorar o espaço. A mistura de cores dá-nos conforto, os sorrisos preenchem-nos de boas energias.

Naz inspirou-se nos ensinamentos da avó e da mãe e em todos os locais que já conheceu para criar as receitas, como o esparguete com soja e feijão encarnado, o caril tailandês vermelho, o grão de bico com especiarias, o húmus de batata vara e os panados de batata.

Ao 26 – Vegan Food Project

"Ao 26": Sabores veganos em Lisboa para saborear sem culpas
"Ao 26": Sabores veganos em Lisboa para saborear sem culpas
Ver artigo

Este é um conceito 100% vegetal, que abriu em junho de 2016, no número 26 da rua Vitor Cordon, em plena baixa da capital. É um local simpático e confortável e com comida saborosa e cheia de cor e criatividade.

Catarina Gonçalves, uma das três sócias, trocou a estabilidade de uma carreira em Engenharia Civil, pelo sonho de ter um restaurante. A preocupação com o futuro dos seus três filhos é uma das razões para que neste espaço não entre peixe, carne ou derivados. Além disso, já na sua infância, a mãe seguia as orientações da comida macrobiótica, pelo que, em casa, só comia peixe de vez em quando. Quando a irmã se tornou vegetariana, Catarina procurou compreender a fundo a composição dos alimentos.

Neste contexto, foi criada a ementa com bifanas de seitan, duas receitas de hambúrguer vegetariano em pão do caco e saladas de legumes grelhados, de quinoa cítrica e de couscous exótico. Ao almoço, há sempre uma sopa e duas opções de pratos do dia. A não perder, as sobremesas, como o leite creme, a mousse de chocolate, a delícia de framboesa e de “Ferrero Rocher”, verdadeiras delícias que não levam ovos ou leite e, na maioria, açúcar.

Ao 26 – Vegan Food Project
créditos: Starting Today

Nicolau Lisboa

O verde é a cor dominante deste espaço situado na zona da baixa e que dá protagonismo ao brunch, a qualquer hora do dia. A cozinha privilegia os legumes frescos e as frutas da época e a inspiração, resultado de muitas viagens, leva-nos a querer saber quem é, afinal, o Nicolau, além de ser o nome da rua.

A resposta, divertida e descontraída, contrasta com o ar solene e imponente de um cão que figura no retrato, protagonista da decoração. É ele o Nicolau e, em breve, está prometida, uma Amélia, um novo restaurante com o mesmo conceito, que está prestes a abrir noutra zona da capital.

Na comida, destaque para a taça de açaí com fruta e granola caseira e para as papas de aveia. Mas também para as panquecas – com mel, doce ou nutella, sem glúten e a da casa, com mascarpone e frutos vermelhos – e para a tapioca, servida com queijo e fiambre. O brunch é uma das apostas da casa. A versão do Nicolau inclui panqueca, taça de iogurte com granola e fruta, tosta de abacate ou de salmão, sumo de laranja e café e custa 13€.

Ao almoço, há sempre um prato do dia e saladas, como a de frango, a de atum e lentilhas e a de porco Char Sieu e quinoa. Existem ainda duas saladas vegetarianas: a de beterraba e laranja e a de tabule com falafel. Nas bebidas, destaque para o sumo verde da casa, que vale mesmo a pena experimentar.

Dois Três Três

Dois Três Três
Crepe de trigo sarraceno créditos: Starting Today

É neste número da rua Silva Carvalho, em Campo de Ourique, que encontramos um pequeno, mas simpático restaurante com opções para todos. A única regra é que os alimentos têm de ser frescos e sazonais e que as receitas são criadas com amor.

Dois Três Três: Antiga drogaria dá lugar a restaurante vegan e sem glúten
Dois Três Três: Antiga drogaria dá lugar a restaurante vegan e sem glúten
Ver artigo

Marta Maia de Loureiro abriu este espaço, onde funcionava uma antiga drogaria, há quase dois anos. Por razões de saúde, foi aconselhada a retirar o glúten, a lactose e o açúcar da sua alimentação. As mudanças foram benéficas e a responsável entendeu que deveria passar a mensagem aos outros.

Assim, todos os dias, há três opções de prato principal: de carne ou peixe, um vegan e outro vegetariano. O menu custa 11€ e inclui sopa, prato, chá do dia e café. As receitas vão variando, conforme a inspiração e os ingredientes.

Mas há pratos com mais sucesso, que se vão repetindo, tais como o bacalhau com puré de grão, entrecosto com grelos e feijão branco, douradas no forno, fusili com beringela, tomate e queijo feta, salada de salmão fumado, feijoada, tortilha de ricota e legumes e o crepe de trigo sarraceno. É obrigatório provar o bolo de chocolate que não tem glúten nem lactose.

Frutaria

A ideia era recuperar o ambiente das antigas frutarias, dando-lhe um toque atual, por isso, a fruta é o ingrediente principal da decoração e do prato. O responsável por este conceito é o jovem Pedro Oliveira, também proprietário do hostel existente no mesmo prédio, o “We love F Tourist”, na rua dos Fanqueiros, na baixa da cidade.

Frutaria
Bowl "Fix me Açaí" créditos: DR

O espaço, que já foi um pronto-a-vestir, abriu em agosto de 2017. Serve, além de sumos frescos, tostas, as famosas taças bowls e brunch a qualquer hora do dia. Destaque para as tostas de salmão, banana e simples e para as sandes com queijo de Seia, presunto e manjericão ou com pêra tostada, mel e rúcula.

As bowls estão a ter bastante sucesso, sobretudo a Fix Me Açaí, que leva açaí, banana, morango, leite de coco, manga, granola e manjericão (5€) e a Go Green, que leva espinafres, banana, sementes de chia, leite de amêndoa e granola (4,5€). Ao almoço, há também saladas: atum e quinoa, presunto e pêssego e couscous. Para quem prefere o brunch, custa 15€ e inclui ovos ou panquecas, uma taça bowl, um sumo, café ou chá.

O mundo inteiro no seu email!

Subscreva a newsletter do SAPO Viagens.

Viaje sem sair do lugar.

Ative as notificações do SAPO Viagens.

Todas as viagens, sem falhar uma estação.

Siga o SAPO nas redes sociais. Use a #SAPOviagens nas suas publicações.