Conta-se que há muito tempo, uma freira do Convento de Santa Clara (atual edifício da Câmara Municipal de Guimarães) acolheu duas sobrinhas que ficaram órfãs precocemente. Com a implantação da República, estas deixaram de ter autorização para viver no convento com a tia e esta, para não as deixar sozinhas, decidiu arranjar uma casa perto do Convento. Nasceu então a Casa Costinhas – chamada assim porque todas tinham o apelido “Costa” e eram conhecidas como “as Costinhas”. Para ter sustento, as três mulheres começaram a fabricar doces que logo ganharam fama e fazem sucesso até hoje.

É essa receita das deliciosas tortas de Guimarães da Casa Costinhas que partilho hoje convosco.

INGREDIENTES

Para a massa:

1 pitada de sal
água fria q.b.
farinha de trigo q.b.
pingue dos rojões (gordura de porco, apurada da confeção dos rojões, regionalmente designada de pingue)

Para o recheio:

1 pau de canela
115 g de amêndoa pisada
20 gemas batidas
350 ml de água
460 g de açúcar
doce de gila

Para a calda da cobertura:

Açúcar e água q.b.

PREPARAÇÃO

Amasse a farinha em água fria temperada de sal, de modo a que a massa fique dura. Depois de bem amassada a farinha, estenda a massa sobre uma superfície lisa e continue a amassar, dando-lhe voltas, de forma a trabalhá-la bem, até que comece a fazer bolhas. Atingindo este ponto, faça um rolo com a massa e unte-o de todos os lados com o pingue frio dos rojões (pode usar banha em substituição) e deixe descansar durante 2 ou 3 horas.

Passado o período de repouso, estenda a massa em fita, pouco a pouco, com um rolo de cozinha. Feito um pedaço de fita, alargue-a, puxando a massa para os lados com as mãos o máximo que puder. Depois de alargada, enrole a massa com cuidado e forme um rolo, que untará com pingue quente. Deixe repousar durante algumas horas, envolvendo o rolo em película aderente.

Entretanto, prepare o recheio. Deite o açúcar e a água num tacho, deixando ferver até atingir o ponto de espadana baixo (a calda corre em fitas, com o aspeto de lâmina). Retire a calda do lume e deixe arrefecer. Junte-lhe depois a amêndoa pisada, as gemas e o pau de canela, levando de novo ao lume até engrossar.

Retire o pau de canela, deixe arrefecer um pouco e misture o preparado com o doce de gila. Reserve.

Corte o rolo de massa em fatias, aproximadamente da largura de um dedo, de forma a ficarem bem separadas umas das outras.

Abra a massa das fatias e cubra-a com o recheio. Dobre depois a massa, dando-lhe a forma de pastéis, fechando-os em forma de torcidos.

Coloque os pastéis num tabuleiro e leve ao forno (200º C), cerca de 40 minutos.

Leve outro tacho com açúcar e água ao lume, deixando ferver até atingir o ponto de espadana.

Quando saírem do forno, mergulhe os pastéis na calda, retirando-os depois com uma escumadeira.

Receita original retirada do site: www.docesregionais.com

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Artigo originalmente publicado no blogue The Travellight World