A previsão do governo é de mais de dois mil milhões de viagens em um período de 40 dias entre janeiro e fevereiro na China, num dos maiores deslocamentos em massa de pessoas do mundo.

A chegada às áreas rurais de dezenas de milhões de habitantes pode levar a um aumento do número de casos de COVID-19 nessas localidades, com poucas infraestruturas de saúde.

Nesta quinta-feira, as principais estações de comboio em Pequim e Xangai estavam lotadas.

O presidente Xi Jinping manifestou preocupação com o impacto da doença nas áreas rurais neste feriado prolongado.

O presidente "insistiu nos esforços para melhorar os cuidados médicos para os mais vulneráveis ao vírus nas áreas rurais", declarou a agência de notícias estatal Xinhua, citando as conversas de Xi numa série de videoconferências, na quarta-feira, com profissionais de saúde, pacientes com COVID-19 e trabalhadores.

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Passageiro protegido dos pés à cabeça numa viagem entre Wuhan e Xangai créditos: AFP

"A prevenção e o controlo da epidemia entraram numa nova fase e ainda estamos num período que requer grandes esforços (...) para suprir as lacunas nas áreas rurais", afirmou.

Em dezembro, Pequim levantou a estratégia draconiana de "covid zero" imposta pelas autoridades. Essa política desacelerou a economia do gigante asiático e desencadeou grandes manifestações.

Desde a supressão dessas medidas, o país registou um aumento impressionante de casos. Inúmeros relatos e informações circulam nas redes sociais sobre este aumento disparado.

Nesse contexto, a agência chinesa reguladora do ciberespaço anunciou na quarta-feira que reforçará sua vigilância contra "informações falsas" no período de festas para evitar o aumento dos "pensamentos negativos" on-line.

O órgão pediu que se evite "boatos" e "(falsos) testemunhos de doentes", criados, segundo ele, para chocar os internautas. Afirmou, ainda, que esta campanha pretende remover os conteúdos que "induzirem o público ao erro".