"Infelizmente o galo ficou queimado", lamentou esta terça-feira Patrick Palem, o ex-presidente e ainda conselheiro da Socra, a empresa responsável por restaurar os 12 apóstolos e os quatro evangelistas de cobre, que datam do século XIX e que na quinta-feira passada foram retirados de helicóptero do teto.

O galo da flecha seria removido em junho e enviado para os ateliers da Socra (Restauração e Conservação de Obras de Arte e Monumentos Históricos).

O galo abrigava, segundo a Igreja, relíquias de Santa Genoveva e St. Denis, assim como um fragmento da coroa de espinhos de Cristo, que deveria proteger os parisienses.

A restauração das 16 estátuas "está suspensa no momento, adiada, esta não é a prioridade", afirmou à AFP Palem, especialista em restauração de património.

A obra de restauração das estátuas estava avaliada pela Socra em 400.000 euros. Previa-se que as obras regressassem à catedral em 2022.

"A prioridade é uma obra em maior escala, a reconstrução e a reforma de Notre-Dame, que pode durar entre 15 e 20 anos, provavelmente custará centenas de milhões de euros", disse.

As estátuas foram instaladas durante a reconstrução da flecha na catedral, lideradas entre 1859 e 1860 pelo arquiteto Eugène Viollet-le-Duc. A flecha original foi construída em 1250 e depois desmontada nos anos 1786-1792.

Fonte: AFP