"Vamos reabrir a cidadela na segunda-feira, 1º de março, com 40% da capacidade. Cerca de 897 visitantes poderão entrar diariamente sob estritos protocolos sanitários”, disse à AFP uma fonte do Ministério da Cultura.

Depois de ter sido fechada em 2020 por quase oito meses devido à pandemia, a cidadela de pedra reabriu em novembro, mas teve que fechar de novo no dia 31 de janeiro. Foi um novo golpe para o turismo, o setor mais afetado pela pandemia no Peru.

Dessa vez poderá receber apenas 40% dos 2.244 visitantes previamente autorizados, mas ainda assim impulsionará a reativação económica da região de Cusco, segundo o governador, Jean Paul Benavente.

“Temos que voltar ao ativo e olhar para a frente”, declarou o governador e à rádio RPP Benavente, que indicou que em 2020, com a ausência dos turistas, cerca de 1,4 mil milhões de dólares deixaram de entrar na região.

“Existem corredores seguros para os turistas. Temos que voltar com muita força, mas de forma gradual e responsável”, acrescentou.

A região de Cusco regista 14.395 casos de coronavírus e 493 mortes e continua com um "nível muito alto" de infecções, de acordo com o governo.

No entanto, "não há indício de que qualquer pessoa tenha sido infectada em Machu Picchu", afirmou a fonte do Ministério da Cultura à AFP, que pediu anonimato.

A cidade de Cusco, principal da região, é a antiga capital do Império Inca. Vive principalmente do turismo, assim como os povoados do Vale Sagrado dos Incas, onde se encontra a cidadela construída no século XV.

Machu Picchu e os outros sítios arqueológicos do Peru foram fechados no dia 31 de janeiro devido ao aumento nas infecções por COVID-19 com a segunda onda da pandemia.

No entanto, o governo decidiu na passada quarta-feira não estender a quarentena que vigorava em várias províncias do país desde então, citando a desaceleração das infecções e a complexa situação económica.

O PIB peruano caiu 11,12% em 2020, mas a queda foi muito maior no setor de turismo (-50,45%), segundo dados oficiais.

Machu Picchu (‘Montanha Antiga’ na língua quéchua) é o cartão postal do país andino. Colocou o Peru no mapa do turismo mundial em meados do século 20 e foi declarado património mundial da humanidade pela UNESCO em 1983.