O Museu do Memorial de Auschwitz criticou a recente tendência do TikTok, na qual jovens publicam vídeos onde "imitam" vítimas do Holocausto. Os vídeos que se tornaram virais começam com música de fundo enquanto diferentes pessoas encarnam um monólogo no qual contam como acabaram em Auschwitz e como morreram. Além de usarem uniformes ou braçadeiras com a Estrela de David, os utilizadores da rede social também recorrem ao uso de maquilhagem para fingir ferimentos.

Diante da popularidade dos vídeos, o Museu de Auschwitz manifestou-se contra a tendência, defendendo que as histórias dos encarceramentos e assassinatos devem ser divulgados, mas com o objetivo estrito de educar, por isso não podem ser extrapoladas para um contexto de imprecisão e superficialidade, como é o caso de muitos vídeos considerados ofensivos.

"Alguns vídeos estão perigosamente próximos ou já ultrapassaram a fronteira da banalização da história", pode ler-se no comunicado do museu.

O museu anexou uma declaração mais longa ao tweet, onde apresenta uma crítica do papel da rede social na memória do Holocausto. Embora alguns dos vídeos tenham sido criados por utilizadores do TikTok para fazerem parte de uma tendência e não para homenagear as vítimas, outros parecem ser uma forma de prestar uma sincera homenagem às vítimas, disse o comunicado. "Mas devemos discutir isso, não envergonhar e atacar os jovens cujas motivações parecem muito diversas", acrescentou o museu em comunicado.

O local do Holocausto tornou-se num símbolo do genocídio nazi de seis milhões de judeus europeus, com aproximadamente um milhão de pessoas mortas no campo entre 1940 e 1945, incluindo mais de 100 mil não judeus, de acordo com o museu.