O estudo abrange 18.600 glaciares para um total de 66.000 km2, distribuídos por 50 locais do Património Mundial, ou seja, 10% da superfície glaciar total da terra, "representativa" do estado dos glaciares do mundo, indicou a UNESCO em comunicado.

De acordo com o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), o derretimento do gelo e da neve é uma das dez principais ameaças causadas pelo aquecimento global.

Os glaciares Património Mundial perdem 58 mil milhões de toneladas de gelo todo ano, a mesma quantidade de água utilizada anualmente por França e Espanha, o que contribui para o aumento do nível do mar em todo o mundo, segundo a UNESCO.

Os dois terços que não vão desaparecer à força "poderiam ser salvos se limitarmos o aquecimento global a 1,5 grau", acrescentou o órgão da ONU.

A conferência climática da ONU, que será realizada de 6 a 18 de novembro em Sharm el Sheikh, Egito, será "crucial para ajudar a encontrar soluções", afirmou Audrey Azoulay, diretora da UNESCO.

Glaciares que vão desaparecer

Muito provavelmente, todos os glaciares da África, listados como Património Mundial, "desaparecerão" até 2050, incluindo as do Parque Nacional Kilimanjaro, na Tanzânia.

Na Europa, também desaparecerão os glaciares dos Pirineus-Monte Perdido na França e na Espanha, bem como as das Dolomitas na Itália e as dos parques nacionais de Yellowstone e Yosemite nos Estados Unidos.

Glaciares nas Áreas Protegidas dos Três Rios Paralelos de Yunan, na China, perderam mais da metade de seu volume e são as que derretem mais rápido entre os locais designados.

Além de pedir uma redução "drástica" nas emissões de gases de efeito estufa, a UNESCO pede a criação de um "fundo internacional para a monitorização de glaciares".