Localizadas no oceano Índico na costa meridional do Iémen, essas quatro ilhas e duas ilhotas rochosas com 50.000 habitantes - a maioria pescadores - mantiveram-se relativamente intactas no conflito que assola há quase sete anos este país da península arábica.

Recentemente os anúncios de viagens para Socotra multiplicaram-se, principalmente nos Emirados Árabes Unidos, um aliado do governo iemenita e que mantém o controlo do arquipélago.

"Felizmente, Socotra nunca foi afetada pela dinâmica da guerra", afirma Welcome To Socotra, uma agência de viagens local, que destaca a ausência de tensões e combates no arquipélago e oferece vários pequenos hotéis para alojar os turistas.

Os voos para Socotra, que foram interrompidos principalmente devido à COVID-19, foram retomados. "São voos charter, usam aviões da Air Arabia", uma companhia aérea com sede em Sharjah (Emirados Árabes Unidos). "Há apenas um voo semanal de Abu Dhabi (capital dos Emirados) para Socotra, todas as segundas-feiras", explica Welcome To Socotra, que afirma receber "centenas" de pedidos.

Galápagos do Oceano Índico

O Iémen tenta há vários anos desenvolver o arquipélago, que quer transformar num destino turístico para um público sensível às questões ambientais.

Situado a menos de 250 km do "Corno de África" e a 1.000 km de Adén - a capital do sul do Iémen -, Socotra está incluído na lista do Património Mundial pela sua "excecional diversidade vegetal", incluindo a variedade de árvores, como os dragoeiros.

Segundo a UNESCO, 90% dos répteis e 95% das espécies de caracóis terrestres não são encontrados em nenhum outro lugar do mundo. As ilhas também abrigam dezenas de espécies de aves e centenas de peixes e recifes de coral.

"Por ser uma das ilhas mais diferentes e com maior biodiversidade do mundo, Socotra era chamada de 'Galápagos do Oceano Índico'", escreve a organização da ONU.