E a mochila da Beatriz?

Ando há algum tempo a perguntar-lhe como podemos escrutinar a mochila dela, vamos abrir? Quis saber como anda entre países e porque sei que está quase a rumar mais a Sul. Então sobre a mochila da viajante portuguesa (@beatrizccaetano): “na Cidade do México fui a um mercado e comprei roupa nova, mandei tudo o que tinha na mochila… fora! O que não trouxe na mochila nesta viagem: maquilhagem. Tive de comprar umas sandálias, pois só tinha uns chinelos e uns ténis”. Respondeu-me, assim de forma sucinta, à minha pergunta. Mas ela admite que a mochila parece mais cheia.

Coincidências?

Encontrou um amigo comum com um amigo daqui, de Portugal. Num bar ouviu uma voz que a reconheceu: “és portuguesa, não és?”. De repente ele percebe a voz e relembra imagens (de meses antes, em Portugal) daquela pessoa. Coincidência assustadora. Pergunta: “Tu por acaso não és o Edson?”. Vive agora no México e lá trabalha. Conheciam-se indiretamente e começou uma nova etapa no México para a Caetano. Assim, o amigo português introduziu a Bia em grupos e lugares, tem sido uma experiência fabulosa segundo ela.

Amizade e boleias?

Depois de um dia de praia, foi à boleia de uma alemã numa carrinha toda remodelada com espécie de sofás para poder transportar e dar boleia a amigos e a turistas – ali são todos amigos, os turistas. Ela elogia sobretudo a simpatia do turista alemão. A Bia está a conhecer pessoas de Londres, Alemanha e Itália. Está agora num dormitório múltiplo de camas e confessa: “acabas por conhecer muita gente”- sinto a Bia mais livre ainda. Sinto-a a ficar longe de Portugal – “estávamos todos a conviver no hostel e fui cantar à varanda… nisto recebo uma rosa.” Tem vivido no pleno sentido da palavra. Sinto aliás que a Beatriz semeia a Primavera para nós, do outro lado do oceano. Tal como lhe deram uma flor, agora ela repassa-a para nós. A esperança está mais que presente.

Bebidas?

“Duas bebidas típicas daqui que eu pensava que eram leite… a primeira tem sementes de melão com mais uma coisa qualquer. E uma outra que também se bebe no Egito, mas em chá. Aqui bebe-se fria e é com flor da Jamaica. Vou mandar para ti fotografia”.

Civilização Maia?

Está por todo o lado, claro. E ela vai explorando: “Fui a umas ruínas Maia em frente à baía… brutal, construções com nem sei quantos anos.” Ela foi sem guia, de propósito.

A melhor experiência?

Ela não nos poderia ter apurado melhor os sentidos: “Fomos à praia e, de repente, começa a cair uma chuvada “cats and dogs”(…) fomos todos para dentro de água com a trovoada, com os relâmpagos sobre as nossas cabeças. Foi mágico, todos a celebrar a vida. Foi tão lindo (…) aquela chuva bruta”.

Enquanto escrevo para vocês, para mim, para ela, adoro como ela mudou, num ápice, o atlas. E é a verdade pura: quando a ouvimos falar assim, onde está o planeta restrito de fronteiras? Aquela chuva medonha que se misturava e desfazia com a temperatura quente da água do mar. Os trovões aos gritos, os raios que não assustavam a emoção de viver ali, longe da vida daqui. Claro que ela não sabe quando volta, claro que as coincidências com um amigo português e novas amizades… são dádivas. Estavam felizes, efetivamente. Queremos o mesmo, portanto preparem o ‘novo’ passaporte. Estamos, quase, perante uma safe land!