Uma árvore pode fazer a maior diferença numa viagem, mas como o seu alojamento (casas-árvore) e não para andar a fazer garatujas nelas! Na verdade quase todos podemos levantar o dedo se a pergunta for: quem já gravou o seu nome numa árvore? Mas não se deve fazer pelos mais variados motivos. Quer relacionar-se com a beleza das árvores, aprecie e aproveite a criatividade hoteleira. Quase 50% das reservas, segundo o Booking.com, visam alojamentos inusitados. Uma das procuras mais clicadas é o estilo “casa na árvore”. Quem, desde criança, nunca sonhou ou teve mesmo uma casinha construída na árvore do quintal?

O refúgio “Peter Pan” está certo e aqui no SAPO Viagens já bem se adiantou sugestões sobre estes alojamentos de sonho, ora vejam aqui algumas em Portugal. Quanto ao formato ‘diário de bordo’ que uma árvore pode assumir na sua vida de viagens: não o faça! Temos de refletir sobre o prejuízo que cometemos quando rascunhamos uma história de amor num simples “João+Joana” ou num complexo “Amo-te” nas árvores de locais que visitou.

Casas na árvore
Um alojamento de sonho na Tailândia créditos: Unsplash

Toque no rosto escarpado de carvalhos, mas não os destrua. Admire a altura das palmeiras, mas não se pendure nelas de forma escancarada. Não arranhe os pulmões do mundo. Pode é recordar e anotar as árvores mais bonitas que já viu e com as quais teve uma história: um piquenique, um beijo à sombra fresca, um momento de música a solo ou mesmo aquele cómico episódio de um coco que cai da palmeira na praia paraíso enquanto está na pose para a fotografia que vai postar.

Assim, vamos recordar lugares? Destinos naturais são os mais expectáveis com árvores centenárias e frondosas. Contudo a prática inadequada de escrevinhar em árvores já tem precedentes na história portuguesa (aliás lembremos que já Fernando Pessoa escrevera “Plantadores de naus a haver”, quanto a D. Dinis e a Leiria), pois sabia que os conquistadores portugueses escreviam os nomes nas árvores das terras que exploravam para marcar a sua chegada pioneira? Verdade. Mas, não o repliquemos.

Os lugares, em Portugal, onde encontrei as árvores mais bonitas por motivos distintos (uma emoção plantada à beira de cada tronco): Sever do Vouga, Carvoeiro, Silva Escura, Serra da Arrábida, São Marcos (Albergaria-A-Velha), Gerês, Arganil, Serra do Marvão e Porto Covo (lembrando quase a canção da falésia de Rui Veloso).

Madeira
Ilha da Madeira créditos: Unsplash

E nesta ideia errada de se danificar árvores lembrei-me do curioso post do @7avidalmeida que comenta sobre o facto de casais escreveram nas árvores mas utilizando navalhas. Amor e navalha, oxímoro?

Tenho orgulho em ter percorrido o nosso país, desde criança, e sempre auscultei este caso: as pessoas escolhem árvores centenárias para falar de sentimentos de forma muda. E talvez isto porque seja a forma mais perdurável do amor, de uma amizade. A árvore provavelmente grava por mais tempo a própria relação que, num momento, foi tatuada. Mas, por favor, não o façam… por mais bonito que no momento possa parecer. Não é!

Sintra
Serra de Sintra créditos: Unsplash

Ainda sobre as árvores que mais me impressionaram nesta correria do mundo, gosto de recordar a personalidade e a diversidade das árvores do Corcovado National Park (Costa Rica), assim como uma pequena área de arvoredo em Florianópolis (Brasil), também o famoso parque de macacos e de árvores em Bali (por vezes confundia-me em perceber se havia mais macacos que árvores), e as árvores que pareciam mãos gigantes na fronteira da Tailândia com o Camboja.

Contudo é um crime se escrevem nas árvores de áreas do Património da UNESCO, como o caso das árvores elegantes que sombreiam os templos Maias gigantes de Tikal, na Guatemala. E nisto recordo-me que lá tive vontade de ‘esgravatar’ o tronco de uma árvore impossivelmente bonita, mas contive-me e toquei-lhe como se a escutasse. Encostei o ouvido e fiquei uns momentos a sugar o aroma que vinha daquele outro lado do mundo. Nesta fase de fronteiras doentes… parecem-me, ora, essas árvores tão longínquas.

O mundo inteiro no seu email!

Subscreva a newsletter do SAPO Viagens.

Viaje sem sair do lugar.

Ative as notificações do SAPO Viagens.

Todas as viagens, sem falhar uma estação.

Siga o SAPO nas redes sociais. Use a #SAPOviagens nas suas publicações.