Não admira que este paraíso tenha sido escolhido, pois é um local idílico. As montanhas de milhares de anos, toda a vegetação ao nosso redor e a sensação de que não há muitos humanos por ali fazem deste local um transporte para eras passadas quando grandes animais dominavam a Terra. A vegetação nas montanhas é densa. Parece intocada.

Andar de barco no rio por entre os campos de arroz do mais reluzente verde possível, rodeados por formações montanhosas que me fazem doer o pescoço de as querer admirar até ao topo, é um “must” numa visita a Ninh Binh / Tam Coc.

Ninh Binh
créditos: While You Stay Home

Tam Coc foi onde fiquei. É uma vila pequena, com alguns alojamentos para turistas e uns quantos restaurantes que se contam pelos dedos das mãos. É menos turístico do que Ninh Binh, que é a cidade mais próxima destas formações rochosas, e é bem agradável para ficar. Daqui é fácil apanhar um barco para andar pelo rio. Está a 2 minutos de distância a pé.

Fazemos o tal passeio de barco bem cedo, aliás somos as primeiras a chegar à bilheteira mesmo antes dela abrir. Só há mais um casal de turistas, o que foi ótimo. Tivemos todo o silêncio da paisagem luxuriante para nós. Somente nos acompanhava o som dos pássaros que mais pareciam macacos, e o som dos remos do barco velho de madeira que nos carrega. Connosco vai um senhor de idade que rema com os pés. Ele rema duas horas de viagem desta forma. É inspirador de ver e excruciante de pensar o que seria para mim passar duas horas naquela posição a “dar aos pés”. O seu sorriso desdentado é acolhedor e reconfortante. As pessoas aqui são muito gentis.

Atravessamos duas grutas durante o percurso que nos deixaram sem qualquer visão durante largos segundos. Notavelmente, ele sabe por onde remar, senão bateríamos com a cara nas estalactites que sobressaem do teto das grutas. Enquanto a luz nos permite, conseguimos ver como as pedras brilham na escuridão. É um percurso lindíssimo. Conseguia passar bem mais horas naquele barco a apreciar os sons da natureza e a sua grandiosidade. No caminho de volta já se conseguem ver muitos mais barcos a perturbar a vista da paisagem maravilhosa. Portanto, ainda bem que nos levantamos com as galinhas.

Ninh Binh
créditos: While You Stay Home

Depois do passeio de barco, explorar a área de bicicleta é maravilhoso. Este local relembrou-me o quanto gosto de andar de bicicleta em sítios simples como Tam Coc. Relembrou-me o porquê de ter tido o sonho de fazer o Myanmar de bicicleta. É tão bom! A paz interior que se sente, a gratidão, a felicidade por poder explorar um local tão maravilhoso, o encantamento com tudo o que nos rodeia, desde os sons à paisagem aos sorrisos das pessoas. Não vejo melhor maneira de explorar a área, portanto passamos o dia a pedalar entre campos de arroz, trânsito de patos, sons misteriosos e caminhos com tantas pedras que nos fazem sorrir ao pensar onde nos fomos meter.

O último local visitado foi a Mua cave, o ponto mais turístico de Ninh Binh. Cerca de 500 escadas e longos minutos de subida levam-nos a um ponto tão alto que se conseguem ver inúmeras montanhas que se erguem entre os campos de arroz. Tantas até perder a vista. É deslumbrante, e todas as gotas de suor são compensadoras. A vista do topo é de tirar o fôlego. Não me canso de a contemplar. Podia lá ficar horas e horas de pensamento vazio a apreciar o momento. Infelizmente, o tempo esteve sempre nublado e a vista não era a mais perfeita, mas não deixa de ser encantador.

Ninh Binh
créditos: While You Stay Home

Passei um dia em Tam Coc mas tenho pena de não ter passado mais. É digno de mais tempo passado por lá. O destino seguinte é Hué para onde vamos de autocarro noturno.

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