1. Como/quando começou com o “bichinho” das viagens?

As primeiras viagens de que me lembro são as de comboio regional entre Viana do Castelo, a minha cidade natal, e Vila Nova de Cerveira, terra dos meus pais. E as viagens internacionais eram pouco mais distantes. Íamos de comboio a Espanha às compras e atravessávamos a pé a ponte que liga Tui a Valença sempre com receio de perdermos os produtos alimentares para um qualquer prepotente guarda fronteiriço. Acho que só voltei a viajar quando comecei a trabalhar e a juntar dinheiro para algumas road-trips – as mais memoráveis através da Andaluzia e a explorar Marrocos. A primeira grande viagem foi mesmo à Índia.

2. Além de viajar, gosto muito de...

Explorar. Ah, também gosto muito de passear e, de vez em quando, de me deixar levar. Além de viajar, gosto muito de instagramar as minhas viagens (gosto de lhes chamar explorações) e tudo o que me rodeia. Gosto muito de mergulhar. Gosto muito de voar (o drone pode ser um objecto mágico, quase de ficção científica). Gosto muito de ficar a olhar para uma paisagem, mas normalmente não aguento muito tempo parado. Gosto muito de juntar tralha, brinquedos antigos, bicicletas, posters de cinema e publicidade, mas estou proibido pelo médico – e estou prestes a vender a minha casa e não sei o que fazer a taaantos caixotes. Gosto muito de beber vinho (branco para animar, tinto para relaxar). Gosto muito de animais – e por isso só como vegetais. Gosto muito da Misha e gostava muito de a levar a viajar.

3. Quantos países já visitou?

3. Não faço a mínima ideia. Já cheguei a contar, porque achei que eram muitos, mas deixei-me disso quando percebi que não viajava para fazer um visto naquele país – e principalmente quando percebi que não conhecemos todo o país quando visitamos parte de um país. Quem é que conhece a Rússia? Ou o Brasil? Às vezes dou por mim a pensar que não conheço Portugal. Às vezes dou por mim a pensar que já não conheço assim tão bem os países que achava que já conheci bem.

4. Viagens mais marcantes e porquê?

Aos remotos Salar de Uyuni, na Bolívia, e Erta Ale, na Etiópia, porque é assim que imagino o início de tudo. À Índia, porque foi a primeira grande viagem a um universo tão diferente do meu. À Bulgária, porque foi o meu momento "Adeus, Lenine!". Ao Príncipe, porque é um paraíso. Ao Bangladesh, porque é assim que imagino o fim de tudo.

5. Destino que quer regressa e porquê?

Sinceramente? A todos. Porque acredito que todas as viagens são enriquecedoras. Porque todo o tempo que passamos num sítio, é pouco. Porque o mundo está sempre a mudar.

6. Próximos destinos e expectativas

Tenho planeadas algumas explorações em África. Felizmente nunca sei muito bem onde vou aterrar.

7. Dica de viagem mais valiosa que pode dar

Não planeies tudo. Perde-te – literalmente. Procura falar com as pessoas com quem te cruzas e conhecer a realidade social e histórica do espaço que te rodeia. Respeita a cultura – por mais estranha que seja. E, mais importante, explora sem preconceitos – é mais fácil apregoar do que praticar. E sim, pratica-se, pratica-se até que aconteça naturalmente.

8. Lugar preferido em Portugal

Viana do Castelo. Tem mar, rio e montanha. Tem a melhor praia – e as melhores bolas de berlim. Está perto e está longe. É a minha cidade. Estou prestes a voltar.

Siga aqui o Luís Octávio Costa 

Se querem fazer parte da comunidade SAPO Viagens no Instagram, partilhem as vossas fotos com a hashtag #sapoviagens.