Já foram alguns países onde estive em África. Comecei na queridinha do Instagram, a ilha de São Tomé; fui até ao famoso criolo da Guiné-Bissau e Cabo Verde e, pelo meio, ainda passei pelos safaris da Namíbia e do Botsuana.

Não posso dizer que conheço África por inteiro, mas quem me conhece sabe o quão apaixonada sou por este continente que não tem comparação a nenhum outro.

Nunca me senti insegura em África, as pessoas estão sempre prontas a ajudar-nos e acolhem-nos como se fizéssemos parte das suas famílias. Todos os países onde estive em África foram diferentes e especiais à sua maneira. Em África, podemos fazer uma pausa no nosso rotineiro quotidiano. O trânsito, os horários e as filas de supermercado dão lugar a dias passados entre convívios e festas repletos de risos e partilhas.

Em São Tomé, encontrei as pessoas mais genuínas que conheci até hoje. Que abriam as portas das suas casas com um sorriso meio que rasgado e envergonhado e que me convidavam a fazer companhia ao som de um kizomba. E foi nas crianças que mais encontrei este lado humano. Foi na roça Agostinho Neto. Cada uma destas pessoas tinha um sorriso quente e contagiante e uma maneira de viver e ver a vida muito “leve leve”. Foi através do voluntariado que ganhei esta admiração pelas pessoas da Agostinho Neto, pelas suas histórias de vida e pela sua genuinidade.

Em Cabo Verde, há sempre um bom motivo para nos sentarmos todos juntos à volta da mesa enquanto nos deliciamos com uma cachupa ou um peixe assado que ainda vem com cheiro a mar. A noite termina ao ritmo do funaná e o dia seguinte é preparado entre kriolas e caipirinhas. Cabo Verde são os pores do sol em praias de areia branca e água cristalina, são os trekkings que nos levam a lugares saídos de um conto de fadas, é a liberdade do nadar com as tartarugas, é a impotência que sentimos ao visitar vulcões inativos. Cabo Verde é morabeza, é a arte de bem receber, é o sentirmo-nos em casa, é a saudadi que deixa quando regressamos.

Na Guiné-Bissau, sentimos África na definição mais pura da palavra. Chegar à Guiné-Bissau é adotar um olhar diferente em relação ao mundo. Bissau é rústica. Há pó por todo o lado, pessoas à beira da estrada, táxis e toca-toca. As ruas são pintadas pelos famosos e coloridos tecidos africanos.

Guiné-Bissau é a mãe do crioulo, do caldo de mancarra e do caju. É o país onde o Carnaval é rei. Onde os bons dias se traduzem em "kuma ku mansi?", "Nmansi bem I abo?”. As mães, tias e avós estão sempre a sorrir quando aparecemos à porta das suas casas com tranças no cabelo e convidam-nos a ficar. É o país onde os rostos se tornam conhecidos à medida que o tempo passa. Na Guiné-Bissau, os dias passam devagar e ninguém vive com pressa para apanhar o próximo avião de volta a Portugal.

Na Namíbia e no Botsuana conheci uma África diferente. Torna-se impossível não termos este bichinho e curiosidade por África porque desde pequenos que vemos filmes como o Tarzan ou o Madagáscar e ainda o mítico Rei Leão. São filmes que nos mostram este lado selvagem de África, da selva, dos safaris, dos leões, zebras e girafas. E foi na Namíbia que senti que fazia parte de um destes filmes.

Namíbia
Namíbia créditos: Rita Pereira

Neste país entre Angola e a África do Sul, temos a oportunidade de conhecer este lado da África dos animais. E é quando estamos no meio deste hakuna matata que percebemos que a realidade consegue superar as incríveis paisagens da casa do Simba e que é impossível não ficarmos emergidos no meio destes sítios que nos tornam tão pequeninos.

Se ainda tinhas dúvidas em relação a este continente, agora já não tens desculpa para não marcar a próxima aventura nesta África das pessoas, dos animais, das frutas tropicais e dos ritmos musicais.

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