Porém, há algo que passa ao lado de muitos visitantes da ilha conhecida como o “Jardim do Atlântico”: a imensa beleza natural que se esconde no seu interior e que só é acessível através de caminhadas em profunda comunhão com a natureza.

São várias as veredas e levadas oficiais que se podem percorrer na Ilha da Madeira, de distâncias e níveis de dificuldade variados. Ao perguntar a alguém qual o mais bonito, é provável que obtenha várias respostas diferentes, mas há um trilho que é frequentemente referido: a Levada do Caldeirão Verde / Caldeirão do Inferno.

O que é uma levada?

Descoberta pelos navegadores Bartolomeu Perestrelo, Tristão Vaz Teixeira e João Gonçalves Zarco em 1419, a Ilha da Madeira sempre foi rica em água, particularmente na área Norte, mais chuvosa. Para potencializar o sucesso da agricultura no Sul da Ilha, os primeiros colonos construíram canais de água para transportar a água.

Levada do Caldeirão Verde / Caldeirão do Inferno
créditos: Joland

Estes canais seriam chamados de “levadas” e ainda hoje servem o mesmo propósito original, estendo-se ao longo de 2500 km. Como os caminhos junto às levadas costumam estar desimpedidos, acabam por proporcionar oportunidades para caminhadas únicas envolvidas por uma profunda beleza natural, tão típica da Ilha da Madeira.

Levada do Caldeirão Verde / Caldeirão do Inferno
créditos: Joland

A Levada do Caldeirão Verde / Caldeirão do Inferno

O percurso da Levada do Caldeirão Verde tem início no Parque Florestal das Queimadas, no concelho de Santana. Tem uma extensão de 6,5 km a que se poderão adicionar 2,2 km caso decida percorrer o resto do percurso até ao Caldeirão do Inferno. No total serão então 6,5 km + 6,5 km (13 km, ida e volta) ou 8,7 km + 8,7 km (17,4 km, ida e volta). Tem um nível de dificuldade considerado médio.

Pelo caminho, terá a oportunidade de explorar a magnífica e densa Floresta Laurissilva onde encontrará várias árvores exóticas, para além das habituais espécies autóctones, e atravessar diversos túneis, quedas de água e paisagens únicas que o deixarão boquiaberto.

Estacione o carro no parque de estacionamento do Parque das Queimadas. Caso se queira abastecer de “snacks” ou águas, poderá fazê-lo numa das casas típicas de telhado de colmo que se encontram no início do percurso. Aproveite para admirar a paisagem, que parece saída de um filme de fantasia sobre fadas e gnomos.

Levada do Caldeirão Verde / Caldeirão do Inferno
créditos: Joland
Levada do Caldeirão Verde / Caldeirão do Inferno
créditos: Joland
Levada do Caldeirão Verde / Caldeirão do Inferno
créditos: Joland
Levada do Caldeirão Verde / Caldeirão do Inferno
créditos: Joland
Levada do Caldeirão Verde / Caldeirão do Inferno
créditos: Joland

É impossível não ficar de imediato impressionado com a paisagem que se apresenta à sua frente logo no início da caminhada. De um lado a levada que transporta a água fresca e pura que aqui abunda, e do outro as imponentes árvores que emolduram o caminho.

Levada do Caldeirão Verde / Caldeirão do Inferno
créditos: Joland

Caso faça o percurso no outono, inverno ou mesmo início de primavera, prepare-se para atravessar algumas pequenas ribeiras que correm por entre as pedras, e para passar ao lado ou mesmo por baixo de algumas pequenas quedas de água que correm pela encosta da montanha. Pelo caminho, terá também a oportunidade de parar para admirar algumas quedas de água maiores de incrível beleza.

Levada do Caldeirão Verde / Caldeirão do Inferno
créditos: Joland
Levada do Caldeirão Verde / Caldeirão do Inferno
créditos: Joland
Levada do Caldeirão Verde / Caldeirão do Inferno
créditos: Joland

Até ao Caldeirão Verde esperam-no 4 túneis (alguns mais extensos que outros) que terá de atravessar em total escuridão. Ligue a lanterna e tenha cuidado para não bater com a cabeça no topo. No final dos 6,5 km, suba as escadas que se encontram à esquerda da ribeira e da queda de água, e após alguns metros chegará à Lagoa do Caldeirão Verde.

Levada do Caldeirão Verde / Caldeirão do Inferno
créditos: Joland
Levada do Caldeirão Verde / Caldeirão do Inferno
créditos: Joland

Descendo as escadas terá a possibilidade de escolher entre voltar para trás ou continuar o percurso até ao Caldeirão do Inferno que, se me pedirem a opinião, direi que é a etapa mais bonita do trilho. Se escolher continuar caminho, terá apenas de se preparar para subir (e descer) uma íngreme escadaria com mais de 300 degraus, mas prometo que o que encontrará depois a nível de paisagens compensará cada gota de suor derramada.

Levada do Caldeirão Verde / Caldeirão do Inferno
créditos: Joland
Levada do Caldeirão Verde / Caldeirão do Inferno
créditos: Joland
Levada do Caldeirão Verde / Caldeirão do Inferno
créditos: Joland
Levada do Caldeirão Verde / Caldeirão do Inferno
créditos: Joland

Quais os cuidados a ter?

O percurso da Levada do Caldeirão Verde / Caldeirão do Inferno implica atravessar várias quedas de água, especialmente em épocas de maior pluviosidade como o outono ou inverno. É por isso importante ter esse detalhe em consideração na escolha do vestuário e calçado.

Os vários túneis que se encontram no caminho serão maioritariamente atravessados em total escuridão, pelo que é da maior importância que leve uma lanterna consigo para que consiga ver o caminho, de preferência das que se podem colocar na cabeça para que fique com as mãos livres para se apoiar, caso seja necessário.

Equipamento necessário:

  • Casaco impermeável com capuz
  • Calçado resistente, com boa aderência a piso escorregadio, e à prova de água
  • Garrafa de água
  • “Snacks”
  • Mochila com cobertura impermeável
  • Lanterna (de cabeça, de preferência)

Regras e conselhos:

  • Leve sempre companhia consigo
  • Certifique-se de que começa e termina o percurso durante o dia
  • Leve um telemóvel com bateria carregada
  • Não saia do trilho definido
  • Não deixe lixo para trás
  • Informe sempre alguém que vai fazer o trilho

Para mais informações sobre a Ilha da Madeira, visite: 

Para mais dicas de viagem e sugestões de escapadinhas visite o Joland Blog e siga-me no Instagram e no Facebook.

Visitei a Ilha da Madeira a convite da Região de Turismo da Madeira. Todas as opiniões expressas neste artigo são, no entanto, inteiramente minhas, sem influência de terceiros.

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