Um deles está no centro da vila. É uma anta construída há cinco mil anos e foi adaptada a templo cristão no séc. XVII. Tal como sucedeu em Brissos, no concelho de Montemor-o-Novo.

Pavia
créditos: andarilho.pt

A anta-capela não passa despercebida. Tem mais de três metros de altura e quatro de diâmetro. Ainda preserva os sete esteios e a laje de cobertura. São pedras enormes. Tem uma pequena torre sineira, uma cruz e no interior construíram um altar revestido com um painel de azulejos do século XVII, de cor azul e contrasta com o tom frio da pedra.

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“Estamos a falar de uma das maiores antas da Península Ibérica e tem uma importância extraordinária na arte megalítica”, refere Luís Matos, presidente da Câmara de Mora. O autarca sublinha igualmente outros estudos arqueológicos, “o povoado que tem sido estudado desde 1914.

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Existiu ali sete mil anos antes de Cristo, teve uma importância relevante e terá contribuído para a população se fixar.  Nestes mais de 100 anos de estudos foram encontradas inúmeras peças. Artefactos que eram usados para a caça, pesca, o dia a dia das pessoas.

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Museu Interactivo do Megalitismo em Mora créditos: andarilho.pt

Isto também contribuiu para a construção do Museu Interactivo do Megalitismo  que foi implantado aqui em Mora.” Luis Matos não tem dúvidas de que, em termos históricos, Pavia será a freguesia mais importante do concelho de Mora.”

A anta-capela está classificada como Monumento Nacional e recebeu o nome de D. Dinis em homenagem à atribuição pelo rei de carta de foral a Pavia.

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A antiga sede do município fica noutra praça que nos surpreende pela sua beleza  e a traça antiga da igreja da Misericórdia, a torre do relógio, o coreto e o edifício dos antigos Paços do Concelho. “São construções muito antigas.

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Antigo Paços do Concelho créditos: andarilho.pt

O que é hoje a sede da Junta de Freguesia foi no passado a sede dos antigos Paços do Concelho. É também um edifício antigo. É visitado por muita gente porque é uma casa com divisões pequenas, baixas e paredes muito grossas que se usavam há muitos anos por causa do calor. Pode-se ver o edifício e preserva muito do que era a traça alentejana.”

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No meio do coreto temos uma vista de 360º da praça e das ruas brancas, limpas, mas com pouca gente. Uma dessas ruas leva-nos a outro Monumento Nacional.  À igreja de São Paulo ou Igreja Matriz.

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Igreja Matriz de Pavia créditos: andarilho.pt

Fica num alto, mais ou menos isolada, parece uma fortaleza e a origem remonta a outra igreja do início do século XIV.

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Igreja de S. Francisco em Pavia créditos: andarilho.pt

No largo onde está a anta-capela está a igreja de S. Francisco. Foi construída em homenagem aos que morreram na batalha de Alcácer Quibir.

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Casa Museu Manuel Ribeiro de Pavia créditos: andarilho.pt

Neste largo temos ainda a Casa Museu Manuel Ribeiro de Pavia, um dos ilustres da vila no universo das artes. O Manuel Ribeiro de Pavia foi um artista muito importante na sua época, no entanto, só mais tarde teve o seu reconhecimento.

Ele fazia ilustrações para muitas obras literárias que foram publicadas na altura.

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Manuel Ribeiro de Pavia créditos: andarilho.pt

Fez parte do movimento neo-realista e conviveu com imensos escritores de relevo, nomeadamente o Alves Redol.”
Luís Matos refere ainda que podemos ver na casa Museu “muitas obras que a Câmara ao longo dos anos foi adquirindo e outras que nos foram oferecidas. Mas, eu diria que a maior parte do seu espólio está nas mãos de colecionadores privados.”

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A Casa Museu museu reúne algumas obras sobre Pavia e o que mais se destaca são ilustrações e pinturas de Manuel Ribeiro de Pavia. Uma redescoberta das ilustrações de muitos romances do neorrealismo, inclusive do próprio Fernando Namora que foi médico em Pavia.

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Pintura de Fernando Namora créditos: andarilho.pt

Do escritor “o que existe é a casa onde ele viveu. No livro Retalhos da Vida de um Médico algumas partes têm por base o que era a vivência das pessoas em Pavia” e há também um quadro de Namora que está na Câmara Municipal, uma pintura que retrata as paisagens do Sorraia.

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Cromeleque das Fontainhas créditos: andarilho.pt

Outra descoberta de Pavia é através de percursos pedestres, especialmente os monumentos megalíticos.

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Pavia não se fez num dia e só a anta-capela tem 5 mil anos faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho, e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.