Lá, há sempre alguma coisa a acontecer, a qualquer hora do dia. Por vezes o movimento e ruído nas ruas é tal que quase não conseguimos distinguir a noite do dia. É a cidade dos antónimos, onde a tradição e a modernidade reinam lado a lado.

Com tanto para conhecer e fazer torna-se um pouco difícil fazer um roteiro para uma viagem de curta duração que agrade a todos os gostos, mas prometemos dar o nosso melhor.

Como chegar lá

Felizmente, hoje em dia há imensos voos regulares e de companhias low cost a ligar diretamente Londres a várias cidades do continente e ilhas. Já sabem que quanto maior o tempo de antecedência na compra do voo, maior a probabilidade de arranjarem melhores preços.

Depois de aterrarem em Londres, para se deslocarem até ao centro da cidade, podem optar por vários meios de transporte, dependendo também do aeroporto em que aterraram, uma vez que existem cinco a servir a cidade - Heathrow, Gatwick, Luton, Stansted e London City. Nem sempre o método mais económico é o mais rápido, por isso aqui o importante é estabelecerem prioridades.

Nesta última visita à cidade aterramos em Gatwick e, como a nossa estadia era só de três dias, optámos por um método mais rápido e apanhámos o comboio que liga o aeroporto à Victoria Station, uma das principais estações de comboios de Londres, numa viagem de meia hora. Se comprarem o bilhete online conseguirão melhores preços, sendo que há preços promocionais para alguns horários (no nosso caso conseguimos bilhetes a 24 libras - cerca de 27 euros - por pessoa, para ida e volta).

Onde ficar

Questão difícil de responder, tendo em conta a dimensão da cidade. O ideal é ficar próximo das principais atrações turísticas, na zona de Trafalgar, Picadilly ou Westminster. Como em qualquer outra cidade, quanto mais próximo da ação ficarem, mais pagarão pelo alojamento e, acreditem, Londres é uma cidade bem cara, por isso, se quiserem poupar um pouco neste ponto, optem por alojamentos um pouco mais afastados, mas próximos de estações de metro para chegarem de forma fácil e rápida aonde querem.

Nós optámos por um hotel em Pimlico, uma zona com bastantes hotéis e que se revelou uma excelente escolha. A zona é calma, tem estação de metro próxima, ficava a 10 minutos a pé da Victoria Station e a uma caminhada de cerca de 15 minutos de Westminster. Por duas noite com pequeno-almoço no The Belgrave Hotel pagámos 300 euros.

O que comer

Comida de rua, Fish and chips, tartes salgadas (as famosas pies), scones, sem esquecer, obviamente, o tradicional chá.

Definitivamente, não podem sair de Londres sem experimentar comida de rua e aqui recomendámos que vão até ao mercado de Camden ou à animada zona de Covent Garden.

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Covent garden

Experimentem também fazer um piquenique num dos muitos parques da cidade e não se esqueçam de levar comida para a companhia que de certeza vão encontrar, os esquilos.

Para terminar esta seção, como não podia deixar de ser, sugerimos a refeição mais britânica que existe, o chá das cinco. Não é difícil encontrar cafés e restaurantes onde apreciar este ritual, servindo verdadeiros banquetes de salgados, doces e os tradicionais scones, a acompanhar o chá, claro está. Um dos mais conhecidos é o afternoon tea do hotel Fortnum & Mason.

Nós experimentámos o afternoon tea do hotel Claridge’s mas não recomendamos pois a experiência não correspondeu às expetativas e apesar de o local ser lindíssimo e estar tudo delicioso, a qualidade não justifica o preço.

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Afternoon Tea no Hotel Claridge's

Como estávamos a celebrar o aniversário do João, aproveitámos a ocasião para experimentar alguns restaurantes mais especiais e sofisticados. Na primeira noite jantámos no restaurante Sketch, na zona de Mayfair. O espaço é sofisticado, a decoração bastante elegante e criativa e o ambiente é jovem e descontraído, no entanto, o serviço e a comida deixam um pouco a desejar, especialmente num sítio tão caro.

Na segunda noite optámos por jantar no restaurante Sushisamba que fica no trigésimo oitavo andar da Heron Tower. Só a subida até ao restaurante já é uma autêntica viagem, com o elevador panorâmico a mostrar uma perspetiva bem diferente da cidade de Londres.

Além do restaurante panorâmico, existem neste espaço dois bares, um deles no exterior decorado com uma árvore de luzes que é um charme. Embora a comida não nos tenha desagradado, também não nos deslumbrou, por isso o que recomendamos mesmo é que aqui venham desfrutar de um coquetel num dos bares, enquanto apreciam as luzes de Londres e ficam embasbacados com a dimensão da cidade.

O que fazer

Bem, aqui é que isto fica mesmo complicado… ora o que fazer em Londres? Tanta, mas tanta coisa!
Hà ícones turísticos que não podem deixar de visitar, por isso vamos começar por aí.

Comecem o dia em Westminster, visitando o Parlamento, a catedral de Westminster e tirando a foto da praxe em frente ao Big Ben, o símbolo da cidade e até do país. Sigam pelo parque de St. James e vão ter direitinhos ao Palácio de Buckingham, residência oficial do monarca, atualmente e há já mais de 60 an0s, a rainha Elizabeth II. Se quiserem assistir ao render da Guardar Real, devem saber que a cerimónia acontece às 11h, pontualmente ou não estivéssemos em Inglaterra, aos domingos, segundas, quartas e sextas-feiras, entre os meses de março e agosto. Bem próximo têm também o parque Hyde, um dos maiores da cidade.

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Parlamento de Westminster

Outro dos principais pontos turísticos de Londres é a praça Trafalgar, ladeada pelo museu National Gallery, um dos mais importantes do mundo, com pinturas de artistas tão importantes como Velázquez, Van Gogh e Leonardo da Vinci, só para citar alguns. O melhor de tudo, é grátis, portanto não há mesmo desculpa para ficar do lado de fora.

Depois da visita ao museu, explorem as redondezas e sigam até Picadilly Circus, o cruzamento mais famoso de Londres, com os painéis eletrónicos ao estilo de Times Square. Daqui sigam pela Regent Street até Oxford Street, duas das principais ruas de comércio, onde lojas de alta costura convivem com lojas de marcas tão populares como Zara e Primark. Vão com paciência porque o tráfego de pessoas aqui é bastante intenso, especialmente em dias de fim-de-semana. Para uma experiência mais tranquila optem pela vizinha Bond Street, mais luxuosa e sossegada.

Uma visita a Londres não ficaria completa sem uma passagem pela catedral de São Paulo, onde o príncipe Carlos e a princesa Diana casaram. Se as vossas pernas permitirem subam os mais de 250 degraus até à cúpula, a segunda maior do mundo, e desfrutem da fantástica vista sobre a cidade. Ao saírem da catedral passeiem junto ao rio Tamisa e aproveitem para apreciar a imponente e secular Tower Bridge, outro must-see da cidade.

Estas são as atrações turísticas essenciais e só aqui já gastaram três ou dois dias muito bem aproveitados. O que visitar mais vai depender um pouco dos gostos e interesses individuais e do tempo que ainda vos sobra.

Se são amantes de museus, há muito para escolher, com a grande vantagem de a maior parte deles ser grátis. Os mais importantes, além do National Gallery já aqui falado, são o British Museum, dedicado à História Antiga e à evolução da civilização, o Museu de História Natural, um edifício lindíssimo com uma impressionante exposição de dinossauros, o Tate Modern, dedicado à arte moderna e contemporânea, o Tate Britain, dedicado à arte britânica, e o Victoria and Albert Museum, de arte decorativa e design, com uma exposição de jóias impressionante. Para umas horas divertidas podem sempre visitar o Madame Tussauds e tirar uma fotografia com a vossa celebridade favorita (atenção que este museu não é de entrada gratuita, custando os bilhetes 29 libras - cerca de 32,5 euros).

Se, por outro lado, preferem despender o vosso tempo ao ar livre e adoram mercados, também vieram à cidade certa. Neste caso, destacámos o mercado de Camden e o de Portobello Road. O primeiro, mais alternativo e excêntrico, com montes de lojas de designers, antiguidades e artigos vintage e punk, é ótimo para experimentar comida de rua e de diferentes países sem gastar muito. O segundo, acontece apenas aos sábados, na rua Portobello, no bairro de Notting Hill. O mercado é enorme com um sem fim de barraquinhas onde podem encontrar de tudo, e o bairro é super charmoso com as caraterísticas casinhas coloridas, por isso mesmo que não vão ao mercado, se puderem, visitem esta zona.

Como vêem, há uma infinidade de coisas para fazem em Londres, e o roteiro ainda nem terminou. Mas está mesmo mesmo a chegar ao fim.

Para fechar, terminamos com uma recomendação que nesta nossa segunda visita à cidade se revelou o ponto alto da viagem, assistir a uma peça de teatro no Soho. Esta zona é um pouco a Broadway da cidade, e há imensas salas de teatro com diferentes espetáculos para escolher. Como fãs de Harry Potter que somos (bem, eu mais que o João, mas arrasto-o comigo) já estava há muito decidido que peça queríamos ver.

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Peça de teatro Harry Potter and The Cursed Child, em exibição no Palace Theatre

Para qualquer espetáculo, os bilhetes podem ser comprados no local, até no próprio dia, e se a peça não estiver esgotada podem até ter sorte de arranjar bilhetes para bons lugares com redução de preço, no entanto, se há alguma atuação em particular que querem muito ver aconselhamos a comprar bilhete antecipadamente online para não correrem o risco de estar esgotada. Foi o que fizemos, e com bastante persistência, pois consultávamos o site diariamente, conseguimos bons lugares a 30 libras cada (cerca de 33,5 euros).

Este peça tem a duração de cinco horas e meia, divididas em duas partes com um intervalo de três horas. Parece muito mas o espetáculo é tão bom que quando a primeira parte terminou só queríamos continuar ali. A sério, tudo é fantástico, desde os atores, aos efeitos sonoros e de iluminação. Vale mesmo a pena, especialmente para quem é fã do universo Potter.

As três horas de intervalo podem ser aproveitadas com um passeio para explorar com calma este bairro encantador. Como estávamos bastante próximo do London Film Museum, aproveitámos ainda o intervalo para visitar a exposição Bond in Motion, com os carros usados em todos os filmes da saga 007, que está atualmente em exibição neste museu. Afinal de contas era o aniversário do João e, como fã que é da saga, era justo que escolhesse também algo para fazer neste dia dedicado ao fanatismo da cultura pop.

Quanto tempo ficar

Quatro dias é o tempo ideal para explorar a cidade com calma e visitar um ou dois museus à escolha. Qualquer altura do ano é boa para uma visita, mas a cidade ganha outro encanto na época natalícia.

Agora que já leu tudo, clique na fotogaleria e veja um pouco de Londres através da lente do Volto JÁ.