Bilhete-postal enviado por Vera Lopes

Comigo não foi um dia, foi mais um segundo. Ao desembarcar do cruzeiro em Marigot , St.Martin - uma ilha das Caraíbas - encontrei um taxista muito simpático que me levou a uma praia para lá de lindíssima e prometeu-me, mediante boa recompensa, ir me buscar a uma hora determinada de forma a chegar a tempo de embarcar no meu barco.
A praia foi deliciosa, cheia de música e com o mais transparente dos mares. À hora marcada, o taxista não estava, nem ninguém de qualquer transporte possível. Esperei, desesperei e voltei a desesperar, até ganhar coragem e entrar no bar de praia digno de um cenário de piratas e de um aspeto, vamos dizer, rústico.

Ao entrar um grupo de rapazes com estilo "rastafari" cumprimentou-me e eu resolvi perguntar se havia algum meio de transporte para o porto.

Prontamente um deles disse que me levava na sua moto e que era a única alternativa, pois não havia telefone para chamar táxis.  Cheia de sorrisos e a tremer de medo por dentro, aceitei, sabendo que tudo podia correr muito mal.

Paguei 20 dólares e subi na acelera - que já tinha ido à guerra umas quantas vezes - e pensei que hoje era o dia. Enquanto ziguezagueava pela estrada de terra batida, vi algumas paisagens muito bonitas e rezei.

Cheguei sã e salva. Devolveram-me 10 dólares porque ser muito simpática, e o meu motorista "rasta" sorriu-me enquanto afastava-se lentamente.

Corri para o barco - que entretanto tinha pessoas a esbracejar e a dizerem-me para correr - pois ia partir sem mim. Corri pela vida. Entrei no barco e tive um dia em cheio com praia, aventura e muita amabilidade caribenha, capaz de salvar uma donzela em apuros.