1 – CASA DE HESHEN, O FUNCIONÁRIO MAIS CORRUPTO DA HISTÓRIA DA CHINA

A mansão é composta por duas partes principais: área residencial e jardim. Na parte residencial, com cerca de 40 quartos, encontramos o salão principal, o hall traseiro e a varanda. O jardim é um lugar agradável para passear, com colinas artificiais, um lago e belas árvores e flores.

mansão príncipe Gong
Mansão príncipe Gong Yoshio Kohara| | CC BY SA 2.0

A mansão foi construída por volta do ano de 1777 durante o reinado do imperador Qianlong para ser a residência privada de Heshen, um membro da administração imperial. Heshen, que era de origem manchu (tal como a dinastia imperial), chamou a atenção de Qianlong pela sua grande inteligência e aparência atraente, tornando-se rapidamente no seu favorito. Porém, Heshen deslumbrou-se e corrompeu-se... ao ponto de, ainda hoje, ter a fama de ser o funcionário público mais corrupto de toda a história da China! Resultado: o imperador seguinte condenou-o à morte e todo o património de Heshen, incluindo a mansão, foi confiscado.

Em 1851, o Imperador Xianfeng ofereceu a propriedade ao seu irmão Yixin (o Príncipe Gong), que fez dela residência. A mansão acabou por ficar com o seu nome, mesmo quando a propriedade mudou de mãos por várias vezes.

 2 - CASA DE ESPETÁCULOS

Na área do jardim encontra-se a Grande Casa de Teatro que é usada para espetáculos diversos, em especial, da Ópera de Pequim.

A Ópera de Pequim está enraizada como a forma mais representativa do teatro nacional na China, é uma arte cénica que mistura música, luta acrobática, canto, mímica e pintura facial, com métodos narrativos específicos. Boa parte do seu sucesso explica-se pela combinação de elementos reais com elementos metafóricos, através de uma técnica especial de expressão simbólica, onde, por exemplo, duas cadeiras de cada lado de uma mesa podem representar uma ponte. Isto permite aos intérpretes atuarem quase sem restrições no palco. Na Ópera de Pequim, há quatro personagens estilizadas: Sheng, um papel masculino; Dan, um papel feminino; Jin, personagem de cara pintada; e Chu, um papel de palhaço. O guarda-roupa é um elemento-chave, bem como máscaras ou pintura facial. No caso das pinturas, elas permitem que o espectador reconheça facilmente um personagem pela sua forma ou cor. Assim, por exemplo, o vermelho geralmente simboliza a lealdade, enquanto o branco pode simbolizar a astúcia. No entanto, apesar do show visual, a assistência pode apreciar a ópera de olhos fechados.

Veja aqui algumas fotografias de espetáculos de Ópera de Pequim:

A História da Ópera de Pequim remonta ano de 1790, quando um grupo da província de Anhui liderado por Gao Langting se deslocou a Pequim para participar nas celebrações do 80.º aniversário do imperador Qianlong. Pouco tempo depois, outras companhias de Anhui fizeram o mesmo: Sixi, Chuntai e Hechun. Depois de representarem para o imperador, estas trupes ficaram pela cidade e representaram para o povo. Isso exigia um vasto e variado repertório e os atores viram-se obrigados a desenvolver um vasto conjunto de competências, dominando os movimentos, o estilo e a música da ópera kunku, as árias da ópera qinqiang, bem como as melodias e a recitação da ópera hanxi. Com o tempo, essas companhias acabaram por desenvolver uma variante teatral única, que acabou por se tornar na Ópera de Pequim.

3 – CENTRO INTERPRETATIVO SOBRE A VIDA DAS CLASSES PRIVILEGIADAS DURANTE O IMPÉRIO

A propriedade tem um museu onde podemos ver diferentes exposições sobre a história e a cultura chinesas durante a dinastia Qing.

Aliás, este é o sítio ideal para perceber melhor como viviam as  classes privilegiadas em Pequim durante o império. De facto, por ser um grande exemplo de casa de famílias aristocráticas, alguns académicos acham que a mansão foi a inspiração para o jardim descrito no clássico do século XVIII "Sonho do Quarto Vermelho", escrito por Cao Xueqin, talvez o maior épico chinês.

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