Em plena COVID-19, Beatriz Caetano (@beatrizccaetano) apanhou um voo para Costa Rica numa decisão esplêndida (e não planeada) de “vou viver” além dos limites do medo que está a inchar o planeta. Ela, de personalidade muito afincada, ‘fugiu’ daqui e pediu segredo a algumas pessoas dias antes do novo ano começar. Guardei bem o segredo até agora. E assim se regista uma amizade também (confiança). Uma amizade que começou pouco antes de ela ter decidido que ia deixar tudo para trás e sem bilhete, ainda, de regresso. Aliás as amizades são as que sabem ouvir e guardar segredo. Reservou a viagem e mal teve tempo de se preparar. Fico a pensar: conheci a Bia com amor desmesurado por lãs enormes e botas, portanto deve ter sido estranho selecionar as roupas para os trópicos! E, nisto, rio e penso que ela rirá do mesmo quando ler o artigo para o qual a desafiei. Esta empatia em diferentes fusos horários. Espero que não tenhas levado lã, Bia!

Ora Lisboa - Madrid e depois, então, direta ao Panamá. Destino: Costa Rica. Nesta história reconheço parte de mim pois fiz o mesmo trajeto há pouco mais de um ano. Mas as condições são outras e vamos falar de tudo. Hoje fica um episódio desta ‘temporada’ da viagem da minha amiga. Logo de início notou algo completamente inesperado: não pediram teste negativo da COVID-19 na entrada em Madrid, nem no Panamá, nem em Costa Rica. Enquanto ouço a Bia numa espécie de entrevista-amizade-saudade reparo que, nesta primeira parte, ela é deliciosamente interrompida por uma senhora, já na Costa Rica, que lhe serve um café. Ouço a voz da senhora, um espanhol carinhoso. E a portuguesa aprecia com gosto – “como precisava disto (…) ai, isto está a gravar!”.

Continuamos, mas vamos ao arranque do voo, especialmente para o Panamá. Primeiro desafio: “zero noção de COVID” no avião atulhado de pessoas. A Bia descreve que estava literalmente numa multidão desorganizada e em ajuntamento pleno dentro de um avião! Os passageiros eram sobretudo nativos do Panamá, bastante espirituosos claro, mas aquela aproximação descontrolada assustou a aventureira que partiu a 27 de janeiro de 2021 de Portugal.

Segundo desafio: não lhe tinha sido informado que era obrigatório um boletim de saúde para obter o QR Code para poder entrar na Costa Rica. E seguro de viagem, como sempre. Mas o boletim é algo recente. Imaginem-na sem bateria no telemóvel, dentro do avião e à saída… sentiu o pânico! Ia preencher aquilo como? Mas, tudo correu bem e aqui fica a ajuda da nossa menina para quem está a preparar a ‘fuga’.

San Jose, Costa Rica
San Jose, Costa Rica créditos: Pixabay

Terceiro desafio: depois de muita turbulência, chegou a Costa Rica, San Jose (capital). Sai do aeroporto e fica estupefacta com a viagem de autocarro que se seguia: sem ar condicionado, com um calor de esganar qualquer pessoa bem-humorada, com chuva tropical e sem poder abrir uma janelinha que fosse. Mais, o veículo a 60KM à hora “demorou cinco horas ou seis quando deveria ter demorado três”. Trotando por caminhos interessantes, digamos. Ou seja, estradas que atrasavam totalmente esta travessia. Bem, era altura da Bia dormir até porque estava exaurida. Mas, apesar da sorte em lhe calhar um assento da frente, foi acompanhada de uma senhora amorosa que lhe contou a vida toda durante horas. A Beatriz só queria dormir e não lhe perguntara absolutamente nada. No entanto a senhora era muito simpática, embora falasse sem parar e, pelo meio, apresentou uma listagem de dicas que poderão vir a ser muito úteis. E ficou o convite para conhecer a casa da senhora e lá jantar (“quiçá”, como diz a Bia).

A viajante depois reparou que não teve azar, de facto, pois notou que outra pessoa, tal como ela que viajava no mesmo autocarro extenuante… estava sentada no penúltimo lugar do autocarro e, ainda por cima, ao lado de um passageiro que era “uma bigorna”. Portanto o turista quase não tinha lugar e além disso ficou com menos Pringles do que contava pois partilhou-os com um menino que achou, por bem, ‘roubar-lhe’ várias durante a viagem. Hilariante.

Puerto Viejo, Costa Rica
Puerto Viejo, Costa Rica créditos: Unsplash

Entre conhecer pessoas e trocar ideias, conta algo muito interessante: conheceu duas raparigas também ocidentais: a Joah e a Joane. Qual a chance de encontrar duas turistas com nomes quase iguais? Portanto, ficaram as ‘Joanas’, segundo ela e provavelmente ir-se-ão encontrar as três nesta aventura. Ficou a promessa.

Vou fazer um ‘stop’ em Puerto Viejo, Costa Rica. Zona turística “de eleição” como ela diz. Área muito cara, mas que vale muito a pena sob a chuva tropical que estes dias lá se faz sentir. Água quente do oceano, sensações fortes e zero receio. COVID-19, confinamento, lamúrias? Nem se falou disso desde que aterrou na exótica e paradisíaca Costa Rica. Até ao próximo episódio, com o humor da minha recente companheira, a Bia.

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