
A origem geológica das cavernas remonta a centenas de milhões de anos, quando a região era coberta por um mar interior. Com o recuo das águas e a ação erosiva do tempo, grandes maciços de rochas carbonáticas foram esculpidos, formando galerias subterrâneas, dolinas (depressões naturais do terreno) e desfiladeiros. O Rio Peruaçu, ao longo de milhares de anos, contribuiu para esse processo ao atravessar os maciços calcários, criando passagens sinuosas e cavernas de proporções monumentais, como os da Gruta do Janelão, que chega a ter mais de 100 metros de altura.
Embora os povos indígenas da etnia Xakriabá já habitassem a região há séculos, foi apenas no final do século XX que as cavernas começaram a ser estudadas por espeleólogos e arqueólogos. O professor José Ayrton Labegallini, da Universidade Federal de Minas Gerais, foi um dos pioneiros na pesquisa e divulgação científica do Peruaçu, tendo contribuído para a sua inclusão na lista indicativa da UNESCO em 1998 e para a sua declaração como Património da Humanidade em 2025.
O Parque Nacional atrai muitos estudiosos e turistas interessados não só na sua riqueza natural, mas também cultural, já que as paredes rochosas das cavernas exibem milhares de pinturas rupestres, algumas com mais de 12 mil anos, revelando cenas de caça, símbolos abstratos e figuras humanas. Além disso, os espeleotemas — formações como estalactites e estalagmites — impressionam pela diversidade e beleza, destacando-se a “Perna da Bailarina”, considerada a maior estalactite do mundo, com cerca de 28 metros de comprimento.

A experiência no Peruaçu é ideal para quem procura destinos autênticos e sustentáveis e interessa-se por ecoturismo, arqueologia e fotografia. As trilhas no Parque Nacional estão bem demarcadas e variam em nível de dificuldade, permitindo que visitantes com diferentes perfis possam apreciar as cavernas, miradouros e sítios arqueológicos. A infraestrutura do parque inclui centros de visitantes e sinalização, além de pousadas simples e acolhedoras nas cidades vizinhas.
Como visitar
A partir de Portugal, a melhor forma de chegar até ao Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, é voar até Belo Horizonte, e de lá apanhar outro voo para Montes Claros, cidade com o aeroporto mais próximo do parque. A partir de Montes Claros, recomenda-se alugar um carro e conduzir até Itacarambi ou Januária, cidades-base para explorar o Parque Nacional.
O acesso ao parque é gratuito, mas só é permitido fazer a visita com guias credenciados pelo ICMBio, para garantir a segurança e a preservação ambiental.
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