A Sara e o Nuno formam um casal portuense com fome de mundo que decidiu fazer-se à estrada com um orçamento reduzido e um estilo de vida minimalista que cabe perfeitamente na sua carrinha Opel Combo.

Neste artigo, contam-nos como se viram a fazer uma tatuagem ao ar livre, rodeados pelos alpes albaneses.

Fotografia e texto por Sara e Nuno

Em 2021, iniciámos a nossa viagem pelos Balcãs com a nossa carrinha, uma Opel Combo de 1999, transformada em mini-camper. Atravessámos Espanha, França, o norte de Itália, a Eslovénia e após viajarmos pela Croácia, Bósnia e Herzegovina e o Montenegro, entrámos finalmente na Albânia. Este país era um destino que nos interessava bastante por ainda ser raro ouvir falar nele e também porque tinha uma história bastante sombria: até 1991, o país era completamente fechado ao turismo e o regime ditatorial assemelhava-se à Coreia do Norte, com uma população muito pobre. Nos últimos anos, porém, o país abriu-se cada vez mais ao mundo, revelando lugares maravilhosos tais como a famosa riviera albanesa (muito procurada pelos veraneantes) mas também um interior único com vilas otomanas pitorescas ou ainda os Alpes Albaneses.

Desde Shkodar, conduzimos duas horas pela montanha acima por uma estrada totalmente renovada, um luxo para aqueles lados! Quando chegámos a Theth, o cenário da aldeia situada no meio do vale conquistou-nos de imediato, com as montanhas gigantes à nossa volta. Decidimos que iríamos percorrer um pouco da rota entre Theth e Valbona, sendo uma caminhada bastante difícil de 17 km, com um desnível de 1000 metros. Quando chegámos ao "pass", o ponto mais alto da caminhada a meio do trilho, ficámos maravilhados com as vistas ao nosso redor.

Tatuagem nos alpes albaneses
O Nuno a tatuar a Sara nos alpes albaneses créditos: Daqui para ali

Alguns dias depois, e já com uma visita ao mecânico que nos custou 12€ para reparar um pequeno furo num tubo, rumámos até ao outro lado dos Alpes, atravessando o lago Komani numa viagem de ferry que demora 2 horas. A própria travessia é uma aventura: de um lado, alguma confusão com os carros, autocarros e as pessoas a querer embarcar, e do outro lado, uma festa louca que os albaneses fizeram durante a viagem, com danças típicas, música tradicional e até notas se viram a voar!

Ao sair do ferry, e após várias horas numa estrada bastante danificada, chegámos finalmente a Valbons. Escolhemos um sítio remoto para pernoitar na carrinha, rodeados de silêncio e natureza. Como o Nuno tinha algum material para tatuar (a profissão dele é tatuador), decidimos realizar uma tatuagem naquele cenário único. E foi assim no meio das montanhas que trouxemos um pouco dos Alpes albaneses connosco.

Podem ler mais histórias de viagens da Sara e do Nuno no SAPO Viagens e acompanhar as suas viagens e aventuras no Instagram e canal de Youtube.