Por Joana Dias

Porquê Tenerife?

Precisávamos de um destino barato, não muito longe, que nos permitisse ter umas férias tranquilas (mas não demasiado tranquilas) e, se possível, poder mergulhar. Após algum brainstorming, surgiu a ideia de Tenerife. Enquadrava-se em todos os pontos que tínhamos definido. Depois de garantirmos que a meteorologia em Outubro também não nos deixaria ficar mal, começámos a definir o plano.

Tenerife
Perspetiva aérea da ilha de Tenerife, nas Canárias. créditos: Pernas Inquietas

Como chegar a Tenerife?

Nós optámos por partir de Santiago de Compostela, via Ryanair, para o aeroporto Tenerife Sul. Também existem voos diretos do Porto, mas não todos os dias, o que iria limitar os nossos dias de férias. Fomos de carro até Santiago e deixámos o carro no Parking Taller, um parque de estacionamento low cost, por 36€ para uma semana.

O voo partiu pelas 10h20 e a viagem durou cerca de 2h30, permitindo que, apesar do cansaço, tivéssemos ainda todo o dia para desfrutar na ilha.

Como visitar a ilha?

A melhor forma de visitar Tenerife é, sem dúvida, alugando um carro. Como de costume, tínhamos já tratado de tudo previamente no site rentalcars.com. Alugámos carro com a Goldcar, mas nem tudo correu como o previsto, já que apesar de já termos incluído o seguro contra todos os riscos quando fizemos o pagamento pelo site, à chegada fomos obrigados a pagar mais 116€. A justificação, disseram eles, era que a rentalcars cobra um valor aproximado, mas que o acerto é sempre feito no local… e que acerto! Enfim, carapuço enfiado, diferença paga.

Onde ficar?

Nos primeiros dias optámos por ficar na costa Adeje: boas praias, bom acesso ao Teide. As primeiras quatro noites ficámos alojados nos apartamentos Villamar, mesmo em frente à praia. O Julio foi um ótimo anfitrião e o apartamento estava impecavelmente limpo e muito bem apetrechado. Como tal, até aproveitámos para cozinhar em casa estas quatro noites.

Depois, rumámos ao norte da ilha e ficámos as três noites seguintes no Hotel Emblematico San Agustin, em Icod de los Vino, uma vila tranquila desta parte de Tenerife. Embora o tempo aqui estivesse sempre mais nublado e mais fresco, foi um ótimo ponto de partida para visitar o norte e a costa leste. O edifício deste hotel é uma casa que data do século XVIII, ao estilo das Canárias, e muito bem renovada. E o pequeno-almoço, servido no pátio interior da casa, é mesmo muito bom!

Por fim, na última noite, e uma vez que o nosso voo partia muito cedo no dia seguinte, ficámos alojados na Villa Las Dunas, em El Médano, muito perto do aeroporto de Tenerife Sul.

O que visitar?

Dia 1

No dia em que chegámos o cansaço falou mais alto e o sol maravilhoso que estava puxou-nos para a praia. A água tinha uma temperatura muito razoável (23-24ºC) e, depois do mergulho, nada como um bom cochilo na areia.

Dia 2

A visita ao Teide ficou reservada para o segundo dia. Queríamos fazê-lo nos primeiros dias, porque sabíamos que depois de mergulhar estaríamos restritos na altitude a subir. Os bilhetes do teleférico foram comprados online, na véspera, e custaram 27€ cada. Na verdade, achávamos que a tínhamos feito antes, mas só tínhamos feito o pedido de permissão para subida ao topo (sim, é preciso uma autorização especial para fazer os últimos 614 metros até ao topo). A viagem de carro até ao teleférico é tranquila, pelo menos nesta altura do ano.

Não tão tranquilo foi tentar arranjar lugar para estacionar o carro; foram precisas duas voltas, mas lá vimos um carro a sair e fizemos logo inversão de marcha e ligámos o pisca para não haver dúvidas que aquele lugar era nosso! Depois de uns minutos na fila, lá subimos de teleféricos até aos 3555m.

Lá em cima, o frio fazia-se sentir e que bem que soube vestir a camisola de manga comprida. Seguimos as indicações para o percurso até ao topo e depois de passar por um segurança a quem mostrámos a nossa autorização, começámos a caminhada de 614m, mas que mais pareceram uns quilómetros. Na verdade, a esta altitude, torna-se bem mais difícil caminhar com algum ritmo e tivemos que parar umas quantas vezes. Por fim, chegámos ao topo, a 3718m acima do nível do mar!

Teide
A subida ao vulcão Teide, o pico mais alto da Espanha e das ilhas do Atlântico. créditos: Pernas Inquietas

No regresso, passámos pela zona de Los Gigantes, conhecida pelas formações rochosas que formam uma parede vertical de 500 a 800 metros até ao mar, e aproveitámos para dar uns mergulhos na piscina natural de Puerto Santiago.

Tenerife
créditos: Pernas Inquietas

Dias 3 e 4

Os dois dias que se seguiram foram dedicados a mergulhar (escola de mergulho Blue Bottom Diving – muito muito bons!) e a descansar na praia e na piscina.

Tenerife
Há várias escolas de mergulho para escolher em Tenerife. créditos: Pernas Inquietas

Dia 5

Ao 5º dia, era altura de rumar a norte e fizemo-lo via Masca, uma vila que fica no vale entre as montanhas de Teno, no noroeste de Tenerife. A estrada é um pouco assustadora, com curvas tão apertadas e partes da estrada tão estreitas que uma pessoa só pode rezar que não apareça ninguém em sentido contrário. Mas a vista é absolutamente épica e imperdível.

Tenerife
A "assustadora" estrada de montanha até Masca, no noroeste de Tenerife. créditos: Pernas Inquietas

Descemos já pelo norte e a ideia era ir até Punta de Teno, mas a estrada estava cortada ao trânsito e a ideia de fazer 6km a pé não nos agradou. Assim, conduzimos até às piscinas naturais de Garachico, para mais um mergulho, apesar do tempo mais fresco.

Por fim, era altura de seguir até Icod de Los Vinos. Aqui, ainda fomos a tempo de visitar a famosa árvore milenar – El Drago, o marco mais famoso da cidade.

Tenerife
O milenar exemplar de Dragoeiro em Icod de los Vinos, Tenerife créditos: Pernas Inquietas

Dia 6

San Cristóbal de La Laguna, antiga capital de Tenerife, é classificada como cidade Património da Humanidade pela UNESCO desde 1999. Caracteriza-se pela presença de casas coloridas ao estilo colonial e os edifícios religiosos estão espalhados por toda a cidade. Uma pequena caminhada permite ficar com uma ideia geral da cidade.

Mas a vontade de praia já apertava e seguimos em direção à Playa Las Teresitas, uma praia artificial, com areia branca (que contrasta com as areias pretas das restantes praias da ilha) trazida do deserto do Saara. Contudo, as nuvens teimaram em aparecer e roubaram-nos o calor do sol.

Tenerife
Las Teresitas é uma praia artificial no norte de Tenerife. créditos: Pernas Inquietas

No caminho de volta para Icod de Los Vinos, decidimos fazer uma pausa na piscina natural de Jover, para aproveitar mais um pouco de sol e mar.

Dia 7

Ao 7º dia voltámos a mergulhar, desta vez com a escola de mergulho Merosub. A ideia era fazer dois mergulhos na zona norte, mas o mar não estava do nosso lado e, como tal, fomos novamente ao sul, para a zona de Los Gigantes.

Dia 8

No último dia visitámos a capital de Tenerife – Santa Cruz de Tenerife, com o seu imponente auditório. Também vale a pena uma visita ao Mercado de Nossa Senhora de África.

Terminámos mais uma vez o dia na praia, desta vez na Playa La Tejita, uma praia muito tranquila e espaçosa, mesmo ao lado da Montaña Roja; só depois nos apercebemos que é uma praia famosa para nudistas!

Sobre os autores

Podem acompanhar as viagens da Joana e do Manuel no instagram @pernas_inquietas_travelblog  e no seu blog Pernas Inquietas, onde este roteiro foi originalmente publicado.