O estilo de vida de boémia tem atraído muitos a Key West. Escritores famosos, como Ernest Hemingway, Robert Frost e Tennessee Williams fizeram da ilha a sua residência local. Há uma casa presidencial – a Harry S. Truman Little White House – , que pode ser visitada, que é local de refúgio dos que ocupam a cadeira do poder, nos EUA. Há quem tenha ficado por apenas uns dias. Consta que Harry Truman, Dwight Eisenhower e John Kennedy tiveram estadias mais longas.

Ainda hoje, a descontração domina o ambiente da ilha e há sempre um bar aberto, a qualquer hora do dia, para relaxar e beber (mais ) um copo.

Key West
Key West créditos: canelaehortela.com

Uma das formas de conhecer os pontos principais da ilha, é subir a bordo do Old Town Trolley. A viagem completa tem a duração de cerca de 90 minutos, mas é possível sair em vários pontos, para visitar e depois regressar ao veiculo (há trolleys a cada 30 minutos). Os motoristas destacam-se pela simpatia e são eles os guias, que nos contam a história de Key West. Ficámos a conhecer episódios de piratas e naufrágios, curiosidades sobre os edifícios locais e ainda pormenores históricos interessantes, como a Proclamação da República Conch, a 23 de abril de 1982. Neste percurso, a paragem 11 é quase obrigatória a todos os que visitam a ilha. É aqui que está o marco que assinala o ponto mais a sul da ilha, a pouco menos de 150 quilómetros de Cuba e há fila para lá tirar fotografia.

Key West
Marco créditos: Pixabay
Key West
Old Town Trolley créditos: canelaehortela.com

Key West tem um museu dedicado aos naufrágios e aos seus tesouros: o Key West Shipwreck Treasure Museum. É fácil de localizar, pois tem uma torre de observação, de madeira, de onde tem uma vista panorâmica (360 graus) da ilha, pois é o ponto mais alto. O pequeno museu dá-nos uma ideia de como era viver a bordo de um navio. Entre destroços de galeões espanhóis e vestígios de navios de carga, encontra-se uma barra de prata, de 29 kg, de um naufrágio de 1656. Fica-se a saber que deitar a mão a navios naufragados era mesmo uma profissão e tornou Key West uma das cidades mais ricas da América.

Key West
Mallory Square créditos: canelaehortela.com

Sails to Rails At Flagler Station é outro espaço onde pode compreender a história da localidade, desde a época em que as embarcações cruzavam os mares, ao sabor do vento, até à abertura dos caminhos de ferros, que transformou toda a realidade. Histórias de tesouros que retornavam do México e da América do Sul são aqui contadas, assim como lendas de pirataria. O início da energia a vapor, na década de 1820, acabou por fazer recolher as velas. Parte do museu é dedicado aos anos da Guerra Civil, na década de 1860, e à forma como a industria se transformou.

Foi em Key West que se fixou Henry Flagler, um dos homens mais ricos do mundo. Henry Flagler planeou a construção de uma linha ferroviária, até ao porto mais a sul. Considerada impossível, e até apelidada de “Flagler’s Folly”, esta extensão a Key West iniciou-se em 1905 e constituiu, realmente, uma grande obra de engenharia.

Outro dos locais interessantes de visitar é o Aquário de Key West. Abriu portas em 1934 e foi a primeira atração a ser criada, numa altura que a cidade se virou para o turismo. É uma janela para as espécies locais e, diariamente, há sessões de alimentação aos tubarões e às tartarugas a que os visitantes podem assistir e participar.

Key West
Mallory Square créditos: canelaehortela.com

Antes da agitação noturna, Key West reúne os visitantes junto a Mallory Square para uma celebração diária, muito especial: o por do sol. Mallory Square é o coração de Key West. Nesta praça, encontra inúmeros estabelecimentos de artesanato local, encantadores. De olhos postos no horizonte, todos procuram ver o último raio verde do sol, e assimilar as suas boas energias que a ilha emana.

Reportagem: Tânia Fernandes

Artigo originalmente publicado no Canela & Hortelã