Quando comecei a ler sobre esta cidade Património Mundial da UNESCO, percebi que tinha muito para descobrir.

Como o meu tempo em Malta era curto, decidi começar por explorar Valetta, a sua capital e fiquei imediatamente seduzida pela sua interessante arquitetura, pelas ruas estreitas e pelas vistas do porto ao por do sol.

Os 7000 de anos de história que atravessam este território estão presentes em cada canto e em cada esquina. É uma cidade-fortaleza, uma “Citta Umilissima”, construída por cavaleiros, para cavaleiros. Valetta foi fundada em 1565 para servir de refúgio a soldados feridos e recebeu o seu nome de Jean Parisot de la Vallette, fundador e respeitado Grão-Mestre da Ordem de São João.

É uma cidade fácil de percorrer a pé embora tenha a sua quota parte de subidas, descidas e escadas íngremes.

Valletta, a bonita capital de Malta
créditos: Travellight e H. Borges

Pontos de atração não faltam e o City Gate (Portão da Cidade) é um bom lugar para começar uma visita a esta capital.

Daqui rapidamente avistamos a Fonte de Triton. Um monumento dedicado ao filho de Poseidon, o deus grego do mar.

A fonte representa 3 tritões que seguram um grande prato que protege a cidade e agradece o abundante comércio pesqueiro. Desenvolvida pelo italiano Vincent Apap, a fonte foi projetada para combinar com o Kingsgate (que mais tarde foi demolido e substituído pelo City Gate).

Hoje, quando entramos no City Gate, vemos também o novo edifício do parlamento (terminado em 2015).
É uma obra interessante e, como a maioria das obras arquitetónicas modernas, foi alvo de grande controvérsia por causa do seu original design contemporâneo que replica um favo de mel ou melito em maltês (palavra que está na base da designação “Malta”).

Disseram-me que quem não gosta do edifício chama-o de “o ralador de queijo”.

O projeto do City Gate incluiu igualmente a reabilitação da antiga Ópera de Malta, destruída durante a Segunda Guerra Mundial por um terrível bombardeamento. Na Pjazza Teatru Rjal — praça que abriga a ópera (agora a céu aberto) podemos ver as pedras que restaram do antigo edifício e que os malteses tiveram o cuidado de numerar antes de desmontar, com a intenção de um dia voltarem a ser usadas na reconstrução.

A Republic Street (Rua da República) é a artéria central de Valletta e leva-nos desde o City Gate até à ponta da península e ao Forte St Elmo. Pelo caminho é possível ver muitos dos principais monumentos e atrações de Valletta. Se virarmos à esquerda na South Street, na esquina da Old Bakery Street, por exemplo, encontrarmos o Malta 5D Show, que apresenta, de uma forma divertida e interativa, a história e cultura de Malta.

Continuando na Republic Street, podemos parar ainda no Museu Nacional de Arqueologia, um edifício de estilo barroco, do século XVI onde são exibidas armas, artefactos e esculturas.

Um dos locais turísticos mais populares de Valletta é a Catedral de São João. Integrado na catedral está um museu que abriga obras inestimáveis, ​​doadas pelos grão-mestres como tapeçarias, esculturas e a famosa obra de Caravaggio, "A decapitação de S. João Batista".

O interior da Catedral também é espetacular e merece uma visita.

Valletta
créditos: Travellight e H. Borges

Na Pjazza Regina (Praça Real), merece atenção a fachada da Biblioteca Nacional porque foi o último edifício erigido pelos Cavaleiros de São João antes de Malta ser cedida a Napoleão Bonaparte.

No interior, estão guardados importantes documentos históricos, incluindo arquivos dos Cavaleiros de São João desde a sua fundação em 1113.

Já na Pjazza St George, o destaque é o Palácio e o Arsenal do Grão-Mestre. Sede dos governantes de Malta desde o século XVI.

Na parte que está aberta ao público existem pinturas que retratam a história dos Cavaleiros de São João e bonitas tapeçarias.

Outro local incontornável da cidade é o Forte de St Elmo, uma das atrações principais da Valetta. Fica localizado na ponta da península Sciberras, e foi cenário de alguns dos combates mais intensos do Grande Cerco de 1565.

Consta que cerca de 600 soldados (muitos espanhóis), 60 escravos e 150 cavaleiros defenderam o forte, durante 28 dias, antes deste cair nas mãos dos otomanos.

Valletta
créditos: Travellight e H. Borges

Detalhes do Grande Cerco e da história cronológica de Malta desde a Idade do Bronze (2.500 aC) até à Segunda Guerra Mundial, são apresentados no Museu Nacional da Guerra que fica no interior do Fort St Elmo.

A partir do Museu Nacional da Guerra podemos facilmente chegar à Ponte St Elmo que tem vistas panorâmicas para o grande porto e para as Três Cidades.

Se continuarmos em frente chegamos aos Lower Barrakka Gardens (Jardins inferiores de Barrakka) que oferecem igualmente vistas deslumbrantes para o Grande Porto. São o local perfeito para descansar um pouco ou para tomar um café na esplanada do jardim.

No caminho para os Upper Gardens (Jardins Superiores Barrakka), fica Lascaris — uma série de túneis e câmaras subterrâneas, a partir das quais Malta conduziu a sua defesa durante a Segunda Guerra Mundial.

No ponto mais alto de Valletta ficam os chamados Upper Barrakka Gardens (Jardins Superiores Barrakka).

As vistas, novamente, são fabulosas e, dentro dos jardins, encontramos memoriais dedicados a figuras nacionais e estrangeiras que se destacaram em Malta.

O elevador que fica nos jardins, transporta-nos rapidamente até à orla marítima de Valletta onde podemos encontrar imensos cafés, bares e restaurantes, perfeitos para jantar e para desfrutar do maravilhoso pôr-do-sol de Malta.

É por aqui que os navios de cruzeiro que chegam a Malta entram e é também daqui que parte o barco para as Três Cidades (Vittoriosa, Senglea e Cospicua).

E por falar em jantar, a cozinha tradicional maltesa é outra das coisas que é preciso destacar!

De padarias e cafés que oferecem pastizzi (um pastel de massa folhada, recheado com ervilhas ou ricota) a restaurantes tradicionais que servem iguarias como ensopado de polvo ou mexilhões frescos, Valletta tem de tudo para não desapontar o nosso paladar.

Aqui eu partilhei apenas alguns dos “tesouros” de Valletta, mas a capital de Malta tem muito mais para ver, não é à toa que é considerada uma das áreas históricas mais “concentradas” do mundo: só monumentos históricos são 320!

Vale bem a pena a visita.

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