Há lugares que conseguem inspirar em nós tranquilidade e paz e foi exatamente isso que eu senti quando, no início deste outono, atravessei o portão de entrada do Sublime e me vi cercada por pinheiros mansos e passarinhos a chilrear.

O edifício principal cria a primeira (boa) impressão que nos acompanha ao longo da estadia. Vigas de madeira expostas, abajures de palha, tons claros, ambiente minimalista, muita luz… É claramente inspirado na beleza e nos recursos naturais da Comporta e do Alentejo.

Melhor ainda, o cuidado na construção e na decoração parece andar lado a lado com a preocupação ambiental, pois fiquei a saber que no projeto arquitetónico e paisagístico do hotel, deu-se prioridade à seleção de materiais sustentáveis que tivessem menor impacto na natureza. Evitaram o corte de árvores e, sempre que possível, incorporaram-nas nos próprios edifícios e respetivas áreas exteriores. Apenas o bloco central das vilas tem uma cave, o resto é construído sobre palafitas (construção de menor impacto).

O hotel é 100% autónomo em relação à água potável e da rega, e todas as vilas, assim como o SPA, têm painéis solares para aquecimento da água.

Depois de um check-in rápido, simpático e com todos os cuidados de higiene que a atual situação exige (máscaras, álcool gel e distanciamento social), segui para o quarto onde ia dormir. À minha espera mais uma boa surpresa: uma garrafa de vinho e uma caixa de doces!

A villa era grande, confortável e bem decorada. Tinha tetos altos e uma mezzanine, onde ficava uma das duas casas de banho. O chuveiro estilo rain shower era muito bom, assim como os amenities da marca Claus Porto. Um detalhe agradável: na casa de banho, para além dos produtos de higiene diária habitualmente oferecidos pelos hotéis, existia uma pequena bolsa, com máscaras e álcool gel.

A propriedade é grande e podes andar à vontade sem te cruzares com ninguém. Existem muitas piscinas disponíveis para os hóspedes (incluindo biológicas), por isso nem aí se coloca o problema de aglomeração de pessoas.

Fiquei encantada com a horta orgânica, construída de acordo com os princípios da permacultura - sistema de planeamento social e ambiental que alia o conhecimento científico com o conhecimento tradicional e popular,  assegurando dessa forma a  permanência do ser humano como espécie no planeta Terra.

A horta inclui mais de 300 variedades de plantas. Tem vegetais, flores comestíveis e ervas aromáticas. Os produtos biológicos depois de colhidos, são usados nos restaurantes, no bar e no SPA do hotel.

E por falar em SPA… Este foi (sem surpresa) um dos maiores destaques da minha estadia. É um espaço realmente sublime, que através de sons, cheiros e apontamentos de decoração, nos transporta para lugares e ambientes exóticos e orientais.

Os tratamentos usam ingredientes provenientes da região, plantas colhidas todos os dias na horta orgânica, óleos essenciais e vegetais e produtos da marca Amala Organic Skincare — uma das marcas de cosméticos mais reconhecida a nível mundial. A sauna e o banho turco, infelizmente, estão agora indisponíveis, mas a piscina aquecida é maravilhosa. É o lugar perfeito para respirar fundo, relaxar e recarregar (boas) energias.

créditos: Travellight

Tenho de mencionar agora os restaurantes do Sublime. Comer bem, é meio caminho para uma boa estadia, agora comer muuuito bem, dá-te imediatamente vontade de nunca mais sair do hotel.

Começa logo de manhã com o pequeno-almoço servido em buffet no Restaurante Sem Porta: fruta, ovos, bacon, pão, croissants, salmão fumado, queijos variados, sumos naturais, doces, pasteis de nata e outros bolos, cereais, etc. Tudo fresco, tudo delicioso.

Atualmente, para garantir o distanciamento social e respeitar as regras de higiene, a hora do pequeno-almoço tem de ser reservada com antecedência e quando nos vamos servir ao buffet, temos de usar luvas descartáveis.

Para o almoço e jantar o Restaurante Sem Porta, com a sua arquitetura inspirada nos antigos celeiros da zona, serve uma cozinha sazonal onde são apresentados pratos confecionados com produtos frescos regionais, adquiridos junto de pescadores, agricultores e adegas locais. O serviço, desde o atendimento até à escolha do vinho e ao acompanhamento durante a refeição, é simpático, personalizado e altamente profissional.

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Para começar bem a noite, podemos parar no bar do hotel, que fica no lobby, e experimentar um dos seus cocktails.

A Tasca da Comporta (quando está aberta) serve refeições mais leves e petiscos e o Food Circle (que não experimentei) promete uma experiência gastronómica única, de contacto direto com o Chef. Exige uma reserva com 48 horas de antecedência, por isso vai ter de ficar para a próxima…

No exterior da propriedade, mas bem perto do hotel, na praia do Carvalhal, fica o Sublime Comporta Beach Club que, num ambiente descontraído e super trendy, serve peixe grelhado, ostras e marisco, assim como variadíssimas opções internacionais que vão do tártaro ao tataki, passando pelo guacamole. Tudo isto com uma maravilhosa vista para o mar.

Depois de um passeio na praia, de regresso à villa no final do dia, quando o sol se põe e a temperatura esfria, sentada ao pé da lareira neste lugar encantado, só tenho uma palavra no pensamento: “sublime”.

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Artigo originalmente publicado no blogue The Travellight World