
Chegar à Maurícia é entrar num mundo que parece imaginado, mas que é mais uma prova de que a realidade consegue superar a ficção. Na estrada, a cadeia montanhosa prende a nossa atenção. Enquanto seguimos formações montanhosas com o olhar, sentimos que ganham vida. De repente, vemos a Le Pouce a acenar-nos, o cume da Montagne du Lion a transformar-se na cabeça de um leão e a Rempart a tornar-se num gorila.
Estas montanhas convidam a caminhadas e guardam algumas das melhores vistas da ilha. No entanto, há uma que se destaca não só pela beleza, mas pela sua carga simbólica: Le Morne Brabant, com 556 metros de altura e classificada como Património Mundial da UNESCO. Foi refúgio de escravos fugitivos nos séculos XVIII e XIX e hoje simboliza a resistência à escravidão.

Para quem prefere contemplar sem subir, o Dinarobin Beachcomber Golf Resort & Spa fica no sopé deste lugar emblemático.
Neste resort de cinco estrelas, pode contar com suites espaçosas com decks e terraços virados para o mar, zonas exclusivas para adultos e um spa de excelência. Os hóspedes podem ainda usufruir das instalações do vizinho Paradis Beachcomber, incluindo um campo de golfe, oito restaurantes e atividades náuticas.

História, cana-de-açúcar e cores únicas
Descoberta em 1505 pelo navegador português Pedro Mascarenhas, a Maurícia é a maior ilha do arquipélago das Maurícias. Colonizada por holandeses, franceses e ingleses, é hoje marcada por uma forte influência indiana, visível na gastronomia, religião e tradições.
A cana-de-açúcar, introduzida pelos holandeses, continua a ser um símbolo nacional, apesar do turismo ser hoje a principal força motriz da ilha. Na Rhumerie de Chamarel, próxima da famosa Terra das Sete Cores (pequenas dunas que exibem sete tonalidades de cor), é possível descobrir como a cana se transforma em rum. O geoparque, onde se encontra a curiosa atração natural, guarda ainda tartarugas gigantes, uma plantação de café e uma cascata exuberante. Pode descobrir mais sobre a Terra das Sete Cores aqui.
No norte da ilha, a Maison Créole Eureka recorda a presença dos escravos e o seu papel na formação do crioulo mauriciano, que é, igualmente, a língua mais falada no território apesar do inglês ser o idioma oficial e o francês continuar a ser amplamente utilizado pelos media e instituições oficiais. Ali perto, o Jardim Botânico de Pamplemousses revela nenúfares gigantes, florestas de bambu e mais de 80 espécies de palmeiras.
Apesar da forte herança histórica, vale salientar que a Maurícia sabe inovar. Dada a impossibilidade de cultivar uvas, em 2017, um enólogo e viticultor desenvolveu um vinho a partir de lichia que também deu lugar a uma experiência de enoturismo diferente. Na adega deste produtor, a Takamaka Boutique Winery, é possível fazer provas e visitar o processo de produção deste néctar dos deuses exótico.
Hotéis que contam histórias
Num destino paradisíaco como a Maurícia, é fácil rendermo-nos ao dolce fare niente, contudo, são cada vez mais os hotéis que procuram ir além do ócio e proporcionar experiências autênticas. No The Ravenala – Attitude, por exemplo – sugestão a ter em conta para famílias e pertencente a um grupo nacional — animadores convidam os hóspedes a jogar jogos tradicionais e a descobrir a música e a dança tradicional das Maurícias, a sega, criando pontes com a cultura e tradição nacional sem sair do resort.
Criado em 2008, o grupo Attitude nasceu com o intuito de "recuperar as Maurícias", segundo explicou Raymond Duvergé, representante da cadeia hoteleira, durante uma apresentação para agentes de viagens portugueses no âmbito de uma famtrip (viagem de familiarização) organizada pela Lusanova Tours em parceria com a Turkish Airlines. Entre 2006 e 2008, altura em que o turismo estava a crescer no arquipélago, várias empresas internacionais começaram a investir no território e a apostar em unidades cinco estrelas.
"Deixaram a identidade mauriciana um pouco de fora", desabafa. "As Maurícias estavam a tornar-se uma marca internacional de cinco estrelas e a identidade da nação estava a ficar de lado", acrescenta. "O Attitude nasce com o objetivo de recuperar as Maurícias", conclui.
Deste modo, o grupo aposta em produtos e mão-de-obra local, enquanto promove a cultura e tradições do país. Com sete empreendimentos turísticos, a cadeia garante que todos têm um restaurante de comida local — o Kot Nou (palavra crioula que significa "em casa") — e uma food truck chamada Taba-J, em homenagem às tradicionais tabagie, pequenas lojas que, mais do que espaços de abastecimento, são pontos de encontro da comunidade.

Cocktails de bem-estar e experiências sem álcool
No Long Beach, unidade cinco estrelas do grupo Sunlife, a experiência Santé convida a descobrir a mixologia com um toque de bem-estar. Com esta proposta, os participantes aprendem acerca do poder curativo de determinadas ervas que antigamente eram utilizadas como medicamentos e criam cocktails revitalizantes sem álcool que procuram cuidar do corpo e do espírito.
Ainda que sem ligação direta ao bem-estar, a maioria dos hotéis na ilha segue as tendências mundiais e aposta cada vez mais em alternativas sem álcool tal como em criações de autor. Entre as unidades visitadas pelo SAPO Viagens, destacamos as propostas do Buddha-Bar Beach, no Sugar Beach. Do Flower Spritz ao Smokey Pirate, que nos chega à mesa num baú pequeno, passando pela coleção de opções sem álcool Easy Sips, são inúmeras as sugestões criativas para fins de tarde de descontração.
Para experiências memoráveis do nascer ao pôr do sol, o Ambre Resort, um tudo-incluído exclusivo para adultos, pode ser o lugar com o vibrar certo.

Port Louis: o coração urbano da ilha
Independentemente do resort escolhido, nenhuma viagem à Maurícia fica completa sem uma visita a Port Louis, a capital. Aqui, é possível mergulhar na arte urbana, explorar mercados locais e ter uma perceção da diversidade cultural que faz da ilha um destino tão especial.
Percorra a fotogaleria para recolher mais pistas sobre a capital da Maurícia:
O SAPO Viagens visitou a Mauricia a convite da Lusanova Tours e da Turkish Airlines
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