A Primavera exibe sua beleza por meio das mais belas paisagens no interior de Portugal. Na Beira Baixa, além das cerejeiras e outras árvores de frutos exuberantes, as flores tomam conta dos terrenos e sugerem programações ao ar livre para famílias e grupos de amigos. Mas o Verão já bate à porta e os turistas que chegam a cada mês à Região Centro, buscam espaços em que seja possível apanhar sol e aproveitar o frescor das águas cristalinas.

A Piscina de Alpedrinha, com implantação a meia encosta da Serra da Gardunha, é uma das opções disponíveis para esse período de calor intenso. Vale dizer que foi das primeiras piscinas a surgir na Beira Baixa e, talvez, a de maiores dimensões, com 5 metros de profundidade e 33 de comprimento. Durante muitos anos, a estrutura tornou-se referência da região, ao demarcar um lugar onde muitos beirões aprenderam a nadar.

O ano da inauguração da Piscina de Alpedrinha foi 1957. E, até nos dias de hoje, ano após ano, ao final do mês de maio, a piscina começa a encher com água proveniente de nascentes da Serra da Gardunha. Antes, eram precisos 1.500.000 litros de água e, dependendo da pluviosidade do ano, podiam ser necessários entre 10 a 20 dias para enchê-la. O processo mantém-se e, apesar das obras de renovação (concluídas em 2019) terem retirado 400.000 litros ao volume do tanque, a água fresca e pura continua a entrar e sair da piscina, num processo de renovação contínua. Foi também retirada a prancha mais alta (com 3 metros) que está exposta, como recordação, à entrada do empreendimento de turismo rural Casas de Alpedrinha, onde se situa esse grande tanque usado para fins recreativos ou desportivos.

Uma piscina com vista para a Serra da Gardunha
créditos: DR

A história serve para recordar que, nos Verões dos anos 70’s e 80’s, os filhos da terra regressavam sempre para as férias junto dos seus e de amigos de infância e a piscina constituía uma infraestrutura indispensável para colorir os verões de então. Sem esquecer aqueles tempos gloriosos, e de forma a preservar o legado histórico que carrega, as Casas de Alpedrinha continuam a aceitar em suas instalações clientes não residentes, mas de maneira mais restrita, de forma a preservar a tranquilidade dos hóspedes do local.

Onde outrora se estendia uma toalha, agora o que se vê são espreguiçadeiras e guarda-sóis bem posicionados, que permitem uma utilização muito mais tranquila para quem prefere ler um livro e desfrutar de uma paisagem única, de cortar a respiração. A piscina passou também a fornecer um serviço de bar, com refeições leves (saladas, hambúrgueres, tostas e gelados artesanais) para uso exclusivo dos utentes. Essa se tornou, então, uma oportunidade para que a comunidade possa usufruir desse espaço, que guarda, ainda, as marcas da tradição e da história dos moradores da Vila de Alpedrinha.