Com o presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA), Desidério Silva, a apontar também para um período de Páscoa “muito parecido ao 2017”, Elidérico Viegas justifica este aumento dos proveitos com um aumento da procura, sobretudo nacional, que está a permitir uma progressiva recuperação dos preços, que subiram 5% no último ano depois de terem sido “esmagados” pela crise económica de 2008.

“As perspetivas apontam para ocupações mais ou menos idênticas às que se verificaram no ano passado, sendo que há um aumento da procura por parte dos nacionais, que irá compensar de alguma forma as descidas que se verificam nos mercados externos, designadamente no mercado britânico, que nos últimos tempos tem vindo a reduzir a procura para o Algarve e não só, para o país num todo”, afirmou o presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA).

Elidérico Viegas justificou a descida na procura proveniente do mercado britânico com a saída do Reino Unido da União Europeia (“Brexit”), e a consequente desvalorização da libra relativamente ao euro, e com a “recuperação” de destinos concorrentes que atravessaram “situações de instabilidade” nos últimos anos.

“A taxa de ocupação poderá atingir em média, no período da Páscoa, especificamente, qualquer coisa como 80%, havendo unidades, sobretudo aquelas que estão mais vocacionadas para trabalhar com mercado interno, que poderão ter taxas de ocupação superiores, outras inferiores”, estimou Elidérico Viegas ao ser questionado sobre o valor da ocupação prevista.

O presidente da AHETA destacou também a particularidade de a Pascoa ser no final de março e início de abril como “uma motivação adicional” para atrair visitantes, porque os preços praticados serem ainda os da estação baixa e serem mais convidativos”.

Sobre os proveitos das unidades hoteleiras, Elidérico Viegas disse que os “preços têm vindo a recuperar mais que as ocupações” e “aumentaram à volta de 5% relativamente ao ano anterior”, tornando “expectável que, sendo as ocupações idênticas, o volume de negócios possa ser ligeiramente superior”.

O presidente da RTA, Desidério Silva, também disse que “as perspetivas são positivas”, que “há uma procura pela região” e que há hotéis “que estão com 100, outros 80, outros com 90% [de ocupação]”, fazendo com que “este período da Páscoa seja parecido ao 2017”.

Questionado sobre se o mau tempo que tem sido regra nas últimas semanas pode prejudicar a atividade turística neste período festivo, Desidério Silva considerou que não, porque o Algarve dispõe de mais ofertas além do sol e praia e “as reservas estão feitas”.

“O Algarve está cheio de oportunidades, ofertas e serviços, nomeadamente o turismo de natureza, que é cada vez mais procurado e mais utilizado e, portanto, as pessoas aproveitarão para passear, para ler, para estar, aproveitar a gastronomia e os nossos vinhos”, afirmou o presidente do Turismo do Algarve.

Fonte: Lusa