No entanto é bom lembrar que a excelente rede de transportes do Japão dá ao visitante mais aventureiro a oportunidade de explorar cidades menos conhecidas, mas relevantes, e mergulhar um pouco mais na extraordinária cultura japonesa.

1. Okayama

Okayama está estrategicamente posicionada no cruzamento entre as regiões de Chugoku, Kansai e San'in. 

Apanhe um comboio rápido em Osaka e chegará à estação Okayama em menos de uma hora. De lá, são apenas cinco minutos até ao Castelo de Okayama, o maior destaque da cidade.

O Castelo de Okayama, localizado nas margens bonitas do rio Asahi, é conhecido como “Castelo do Corvo” por ter paredes pretas. 

Vale a pena subir ao topo da sua torre de menagem e desfrutar das vistas deslumbrantes da cidade e de Kōrakuen — considerado um dos três mais belos jardins do Japão.

Ligado aos terrenos do castelo por Tsukimi-bashi (“Ponte de Observação da Lua”), Kōrakuen foi construído na década de 1680 e tem todas as características que marcaram o paisagismo japonês naquele período histórico:um vasto lago cheio de coloridos peixes koi,  árvores floridas elegantemente podadas, campos verdejantes, plantações de chá e até uma gaiola de passarinhos.

A cerca de 17 minutos a oeste da Estação ferroviária de Okayama, fica um dos pontos turísticos mais bonitos da cidade — o Santuário Kibitsujinja.

Kibitsujinja, na realidade não é um único santuário, mas sim um vasto complexo de santuários, parte dos quais datam de 1357. É um lugar de paz, belíssimo para passear e  experimentar rituais xintoístas como o Ritual Narukama: um ritual de adivinhação em que um sacerdote xintoísta e um ajudante Asome aquecem um caldeirão sobre o fogo, e depois interpretam os seus sons incomuns.

Estando tão perto do Mar Interior de Seto, Okayama é também conhecida pelos seus deliciosos frutos do mar.

Na gastronomia local, destacam-se, para além do sushi fresquíssimo e de excelente qualidade, pratos como o Bara-zushi (um prato de frutos do mar e vegetais), e o Demiglace Katsu-don, uma costeleta de porco coberta com um caldo preparado com ossos e legumes. 

2. Matsuyama

Matsuyama é a maior cidade de Shikoku e pode facilmente se chegar até ela, apanhando um barco em Hiroshima.

Tal como em Okayama, o maior destaque de Matsuyama é o seu castelo. Fica no centro da cidade e é um lugar privilegiado para observar a floração das cerejeiras na primavera. 

A vista da trilha de caminhada, do teleférico e do elevador para o castelo é linda, mas o melhor de tudo é a vista espetacular que o visitante tem do Mar Interior de Seto a partir da torre do castelo.

Perto do Castelo de Matsuyama, fica uma rua comercial onde se encontram lojas que vendem artesanato tradicional e restaurantes que servem especialidades locais como Jakoten (feito com peixe picado frito) e o famoso arroz de dourada de Ehime. Uwajima é outro dos pratos tradicionais da região. Leva ovo cru misturado com caldo, sashimi de dourada com molho e arroz branco. A combinação de sabores e texturas é deliciosa, com o sashimi de dourada fresca a merecer todo o destaque.

A uma curta viagem de autocarro de 10 minutos fica Dogo, um dos resorts de águas termais mais antigos do Japão, conhecido pelo seu luxuoso ryokan e pela ligação à família imperial. Considere ficar no Kowakuen Haruka, que oferece fontes termais, vista para a cidade e uma mistura de quartos em estilo japonês e ocidental. 

Não deixe de ver o Relógio Botchan Karakuri, com personagens do romance “Botchan”, de Soseki Natsume, transformados em pequenos bonecos que, de hora a hora, aparecem ao som de uma alegre melodia.

A apenas vinte minutos a pé fica o Templo Isite-ji, o 51º templo da peregrinação de 88 templos de Shikoku. Os visitantes podem desfrutar de uma experiência única vestindo trajes tradicionais de peregrino, incluindo os típicos chapéus Sugegasa, e participando da peregrinação de Shikoku.

O templo possui seis estruturas  culturais de importância nacional, incluindo o salão principal e um pagode de três andares. Após a visita, não deixe de experimentar o yakimochi, ou bolos de arroz grelhados, também conhecidos como Oyaki, vendidos ao redor do templo.

3. Takamatsu

A duas horas e meia de comboio de Matsuyama, a descontraída cidade de Takamatsu convida o visitante a desacelerar e a aproveitar a brisa do mar. 

O Parque Tamamo, localizado no coração da cidade é um parque construído em redor do Castelo de Takamatsu, conhecido por ser um dos três grandes castelos à beira-mar do Japão. 

O fosso do castelo enche-se periodicamente com a água do mar e a abertura e fecho de comportas regula a diferença nos níveis das marés. Como a água do mar é captada pelo fosso, é possível observar ali peixes marinhos como a dourada, a tainha e baiacu. 

Dentro do parque, existem diversos edifícios históricos que vale a pena conhecer como o Hiunkaku, classificado como Importante Propriedade Cultural do Japão, que também já serviu de cenário a muitos filmes. 

Localizado a cerca de 10 minutos de comboio do Parque Tamamo, o Jardim Ritsurin é um dos jardins formais mais importantes do Japão — e certamente o maior. Facilmente se passam horas aqui, a passear entre pinheiros centenários perfeitamente cuidados ou a relaxar numa casa de chá com vista para o lago.

A especialidade local é sanuki udon — um macarrão grosso servido com um caldo leve e perfumado, que pode experimentar em vários restaurantes da cidade. 

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