O Instituto Nacional de Defesa Civil (Indeci) informou durante a tarde desta sexta-feira em comunicado que "até ao momento há uma pessoa ferida e outra desaparecida, uma casa destruída e quatro afetadas, além de danos de vários tipos em três estabelecimentos comerciais, quatro pontes e a linha-férrea", devido a deslizamentos de terra e trasbordamento de rios.

O governo regional do departamento de Cusco, onde fica Machu Picchu, informou mais cedo que "o trasbordamento do rio Alccamayo afetou a infraestrutura turística e o serviço ferroviário".

De acordo com o Indeci, "estão a ser avaliadas as condições de segurança das pontes não desmoronadas, a fim de facilitar a transferência de turistas e da população local via ferrovia para Ollantaytambo", cidade onde fica a próxima estação, a 33 quilómetros, mas que leva quase duas horas para chegar de comboio.

Também estão a ser feitos trabalhos para restabelecer o serviço de energia elétrica na área, com falhas devido às chuvas.

O Alccamayo, que circunda a cidade de Machu Picchu, é um afluente do rio Vilcanota, em cujas margens está localizada a via-férrea que liga a cidade de Cusco com a cidade próxima à cidadela inca.

A empresa ferroviária Peru Rail confirmou em comunicado que interrompeu as viagens até segunda ordem, após o deslizamento de rochas e terra no leito do rio Alccamayo.

De acordo com a empresa, nenhum passageiro ou trabalhador ficou ferido.

Cerca de 447.800 pessoas visitaram a cidadela inca de Machu Picchu em 2021, um número distante do 1,5 milhão que costumava receber antes da pandemia de COVID-19.

A economia peruana caiu 11,12% em 2020 e ficou em recessão até junho de 2021, mas o golpe foi muito maior no turismo (-50,45%). Cusco, cuja capital de mesmo nome era a capital do império inca, perdeu biliões devido à ausência de turistas por causa da pandemia.