1. Kralingse Boos

Não é o único parque na cidade, mas há qualquer coisa de especial no Kralingse Boos (literalmente, a “Floresta de Kralingen”), situado num dos bairros mais tranquilos da cidade. O parque tem um lago gigante, que se transforma numa praia no verão e em sítio para piqueniques e churrascos assim que o bom tempo espreita. É o local ideal para uma corrida, caminhada ou simplesmente espairecer as ideias. De lá podemos ver uma panorâmica da cidade, cheia de edifícios com diferentes configurações, na companhia de patos e cisnes.

2. Tarte de maçã da Dudok (para além das stroopwafels, brownies e doçarias no geral!)

Se for um(a) grande amante de tarte de maçã tem de provar esta num dos cafés mais dutch da cidade. No Dudok a fatia é generosa e deliciosa. O dilema: com ou sem gelado de canela? E para quem não é dado(a) a enjoos aconselho quente, sem dúvida! Se tarte de maçã não lhe parece animador poderá provar outros doces na Koekela, uma das pastelarias mais famosas da cidade. Alto! Se for amante de brownies, tem mesmo de experimentar o killer brownie na banca “Chocolate Company” no Markthal. O nome é sugestivo, mas o aspectooooo... Bom, não se preocupe com as calorias, a bicicleta encarregar-se-á de as aniquilar naturalmente. Se for mesmo amante das stroopwafels, as de rua e acabadinhas de fazer alegram o mais cinzento dos dias (o que por cá é frequente). Quanto às também típicas poffertjes eu passo, mas se quiser tentar há vários cafés que também as servem.

3. Arte urbana espalhada pela cidade

Em Roterdão a arte não se faz só nos museus. Encontramo-la à medida que nos perdemos pela cidade: nos jardins, paredes, estradas, estações de metro para além dos inúmeros museus. As entradas não são baratas por isso, se é mesmo a primeira vez, aconselho visitar o “Boijmans Van Beuningen Museum”. Tem uma grande variedade de obras de arte desde o séc. XV até ao XX. Uma curiosidade: o telefone lagosta de Salvador Dalí está lá. Na rua, pode mirar a famosa e disruptiva escultura “Santa Claus” (o anão que segura o dildo, em Eendrachtsplein) ou a Klauswerk, a igreja que não parece uma igreja. A Central Station também é paragem obrigatória, bem como as Casas Cubo, se tiver mesmo curiosidade em saber como há pessoas que conseguem viver lá dentro. E claro, o Markthal, o mercado gourmet da cidade. Nem que seja para vislumbrar o teto.

4. Bicicleta para aqui, bicicleta para cá

É um cliché na Holanda, mas é mesmo verdade. Se quiser mesmo conhecer Roterdão (e no geral qualquer cidade holandesa) a melhor forma é ir pedalando. Pode alugar uma em vários pontos, incluindo na Central Station, a um preço razoável. O único senão é que tem de desembolsar uma caução que será devolvida assim que entregar a bicicleta sã e salva. E não, não vai chegar ao final do dia a achar que acabou uma etapa da "Volta à França". Respire! A cidade é relativamente pequena, plana e quase todos os sítios têm passadeiras para as bicicletas. Há só um senão: o vento. Um conselho: consultar sempre as previsões meteorológicas. E se chover? Bom, se for suportável, comporte-se como um(a) holandês(a), use uma capa de chuva e prossiga a viagem. A vida não para.

5. A beira-rio

Para uma portuense dificilmente haverá paisagem mais bonita do que o Porto visto de Gaia. A beira-rio de Roterdão não tem a beleza do Porto, é certo, mas o conjunto não fica mal na fotografia. Uma grande parte do centro da cidade foi bombardeado durante a 2ª Guerra Mundial, por isso, também uma grande parte dos edifícios são posteriores a essa data. Enquanto pedala ou caminha pode mirar a construção típica dos Países Baixos, casas estreitas e altas de tijolo cor de laranja (moro numa destas!), misturada com edifícios ultramodernos e uma arquitetura extremamente vanguardista. O Porto de Roterdão é um dos maiores e mais importantes da Europa, daí a forte ligação da cidade ao mar e o frequente tráfego marítimo.

6. Roterdão não é no centro da Europa, mas parece

Não querendo demover o turista de visitar a cidade que me acolheu, a verdade é que esta é uma das razões porque amo Roterdão. Está a menos de uma hora de Amsterdão, Delft, Utrecht, Eindhoven e a cerca de duas horas da Bélgica, França, Luxemburgo, Alemanha ou Reino Unido. Sempre que me apetece quebrar a monotonia dou um salto a uma delas, nem que seja para visitar os amigos portugueses que estão um pouco por toda a Europa. Alugar um carro é extremamente fácil e relativamente barato ou pode sempre optar pelo comboio, apesar de não ser uma opção muito em conta se estiver com ideias de visitar várias cidades à volta. Enquanto o diabo esfrega o olho estamos em Bruxelas ou em Antuérpia.

7. English. Let’s practice?

É de facto um cartão de visita da cidade. Roterdão é muito multicultural (mais de 100 nacionalidades) e onde mais de 70% dos estudantes da Universidade Erasmus são estrangeiros. Mas não só os foreigners que falam inglês. Desde o lixeiro ao médico, novos ou velhos, regra geral toda a gente é extremamente recetiva a falar inglês. O problema? Os anos passam e quando nos perguntam porque ainda não sabemos falar dutch a resposta é tão simples que até cansa: porque simplesmente não precisamos. Tot ziens!

 Artigo escrito por Catarina Osório para o blogue Volto JÁ