Tempos houve em que esta cidade era uma vila de pescadores e mergulhadores de pérolas, com casas simples de pedra e gesso. Resta pouco desse antigo modo de vida, mas graças à cuidadosa restauração de bairros como Al Fahidi e Al Shindagha, ainda é possível ter um vislumbre desse passado.

Caminhando, numa manhã quente junto às margens do Dubai Creek, cheguei ao Bairro Histórico de Al Fahidi, um local de tal forma diferente do resto da cidade que fiquei com a sensação de ter atravessado um túnel e recuado no tempo.

Tranquilo, silencioso, com construções tradicionais, Al Fahidi é um bonito testemunho da Antiga Arábia.  

As casas em tons de areia, com grandes torres de vento que permitem a passagem de ar e funcionam como um arcaico ar-condicionado não são, porém, na sua maioria, realmente antigas, mas antes resultado de uma belíssima reconstrução que reabilitou um bairro degradado, construído na década de 1890.

No Bairro Histórico Al Fahidi, assim como no Bairro Histórico de Al Shindagha a que se chega continuando a caminhar pelo Creek, podemos descobrir o estilo tradicional de arquitetura que prevaleceu no Dubai de meados do século XIX até a década de 1970, observando os edifícios com torres altas (barajeel), construídos com materiais tradicionais como pedra, gesso, teca, sândalo e folhas de palmeira. Todos alinhados lado a lado e separados por vielas, ruas estreitas e praças.

Atualmente, estes bairros históricos abrigam algumas das melhores joias culturais da cidade como o Forte Al Fahidi – construído em 1781;  a Galeria de Arte XVA, que apresenta obras árabes contemporâneas; o Centro de Compreensão Cultural Sheikh Mohammed bin Rashid Al Maktoum (SMCCU), onde os turistas podem marcar uma visita guiada e aprender mais sobre as tradições dos Emirados; o Museu do Perfume, onde podemos conhecer tudo sobre a perfumaria árabe; o Museu da Poesia ou o Museu do Café, que reúne sabores regionais e internacionais, oferece degustações e dá aos visitantes a oportunidade de admirar artefactos antigos e entender mais sobre a torrefação e a preparação do café.

Em Al Fahidi também encontramos street food tours que nos levam a provar alguma da comida de rua mais deliciosa do Dubai e restaurantes pitorescos como o Arabian Tea House que servem o melhor da culinária tradicional dos Emirados.

O Creek, parte do cenário emblemático destes históricos bairros, é bonito como um poema, principalmente ao entardecer quando o sol baixo faz brilhar as águas calmas que ondulam suavemente à passagem dos abras — barcos típicos da região.

Outrora foi a porta de entrada para o porto de mergulho de pérolas de maior sucesso do Golfo, mas hoje atrai mais os turistas que cruzam as suas margens para ter um ângulo diferente da cidade e para ir visitar os souks (mercados).

É uma experiência fortemente sensorial, visitar os souks: cheirar as especiarias, ver as cores garridas dos tecidos, tocar o ouro finamente trabalhado, ouvir o regatear dos comerciantes, provar as famosas tâmaras… É um verdadeiro banquete para os sentidos e também a melhor forma de terminar uma visita aos bairros mais históricos e tradicionais do Dubai.

COMO VISITAR

Visitar os bairros históricos de Al Fahid e Al Shindagha é muito fácil, basta apanhar o metro e sair na Estação de Al Ghubaiba (Linha Verde).

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O The Travellight World visitou o Dubai a convite do Turismo do Dubai