Estas são as cinco coisas que deve saber sobre a fauna da Antártida:

Os pinguins

O pinguim é, sem dúvida, o animal mais emblemático do continente. Quatro espécies vivem na região durante o ano todo: o pinguim Adelia, o imperador, o de barbicha e o gentoo.

Os últimos são rápidos debaixo de água. A velocidade do gentoo pode ultrapassar os 35 quilómetros por hora, quase quatro vezes mais que a do nadador americano Michael Phelps, o mais rápido do mundo (9,6 km/h).

Na península, a população de pinguins-gentoo tende a aumentar quando a dos adelia está em declínio.

Os cientistas explicam facto pela diferença na dieta. Os primeiros têm uma dieta variada (krill, lula e peixe), enquanto os últimos dependem exclusivamente do krill.

Os pinguins são o prato favorito das focas, que podem engolir até 20 por dia.

Pomba-antártica

A brancura imaculada engana: o chionis alba (também conhecido como pomba-antártica) é uma ave migratória catadora. Os cientistas caratectizam-nas como "latas de lixo" da Antártida. "Comem as fezes e o que é regurgitado dos pinguins, peixes e tudo o que morre", explica a ornitóloga Rebecca Hodgkiss.

Baleia azul

Na Antártida, a cadeia alimentar é geralmente muito curta e repousa principalmente sobre o krill, sem dúvida a biomassa mais abundante do planeta, segundo o instituto polar francês.

O maior animal do mundo, a baleia azul, cujo peso pode exceder 150 toneladas, alimenta-se principalmente desses pequenos camarões que, por sua vez, se alimentam de fitoplâncton.

"Não há baleias sem fitoplâncton", diz a bióloga americana Allison Cusick. Mas o oposto também é verdadeiro. Rico em ferro, o excremento de baleia fertiliza o fitoplâncton.

Uma baleia azul, uma das oito espécies de baleias encontradas na Antártida, consome até 3,6 toneladas de krill por dia.

Cães proibidos

Enquanto ajudaram Roald Amundsen na sua conquista do Pólo Sul em 1911, os cães não são bem-vindos na Antártida.

O Protocolo de Madrid sobre a proteção do meio ambiente, assinado oito décadas depois, em 1991, proíbe a introdução de espécies animais e vegetais não nativas.

O texto estabeleceu que todos os cães já presentes nestas regiões deveriam ser evacuados antes de um de abril de 1994.

Levados para as Malvinas para várias semanas de adaptação climática antes de retornarem à Grã-Bretanha, os últimos cães de trenó do British Antarctic Survey descobriram a relva, as ovelhas e as crianças.

Espécies invasoras

Apesar dos esforços, muitas espécies invasoras são introduzidas pelo homem e podem competir com espécies locais.

O britânico Peter Convey, especialista em ecologia terrestre da Antártida, identificou cem delas nos últimos dois séculos. "99% das espécies invasoras vêm com os seres humanos", cientistas e turistas, afirma.

Na maioria dos casos, são plantas, mas também podem ser microorganismos ou insetos.

As atividades humanas "terão, de fato, um impacto muito maior nos ecossistemas antárticos do que a própria mudança climática", conclui Convey e o colega do British Antarctic Survey, Lloyd Peck, num estudo publicado esta semana na revista Science Advances.