Existe um apelo primordial da água, uma força serena que nos atrai para as suas margens. No auge do verão, essa atração intensifica-se, transformando-se numa busca por alívio e clareza. Para lá do circuito das praias e estâncias, no entanto, existem outros templos aquáticos. São lugares cuja beleza não foi concebida para o consumo em massa, mas sim para a descoberta ponderada. Lugares que parecem existir num estado de secretismo, resguardados pela própria topografia do mundo.

Chamamos-lhes ‘piscinas proibidas’, um termo que se define não por decretos, mas pela própria condição da sua existência. O seu acesso é frequentemente "proibido" pela distância, por trilhos exigentes que filtram os curiosos e recompensam os persistentes. Outras são "proibidas" pelo tempo, acessíveis apenas quando as marés recuam ou as estações o permitem, num delicado acordo com as forças da natureza. E algumas são tão visualmente perfeitas, tão intocadas, que parecem "proibidas" por um sentido de reverência, como se a sua quietude fosse sagrada e a nossa presença, uma intrusão privilegiada.

Esta seleção não é um roteiro, mas um compêndio de anomalias geológicas e fenómenos hídricos. Cada local é um destino em si mesmo, uma justificação para uma viagem. Mergulhar nestas águas é o culminar de uma jornada, uma experiência que se fixa na memória de uma forma mais permanente do que qualquer imagem. É a redescoberta do elementar, num mundo onde o luxo supremo é encontrar a natureza no seu estado mais puro e inalterado.

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