Após o meu recente artigo sobre a passagem de ano no Sri Lanka, vários leitores e influencers da minha comunidade portuguesa e brasileira colocaram-me questões que importam muito a quem está a decidir se vai ou não.

Primeiro, fiquem descansados pois os cingaleses utilizam melhor as máscaras do que nós. Eu ia entrevistando e conversando com alguns dos nativos e eles admitiam “temos medo da pandemia, estamos vacinados, mas temos medo que até se aproximem”. Um deles contava-me que mais de 90% da população (incluindo crianças) estava vacinada e já com a terceira dose. Não vi pessoas sem máscara na rua, nas lojas, nos hotéis ou nas praias. Eu apenas retirava a máscara na selva (durante os safaris e porque os motoristas do jipe estão numa parte fechada e isolada da nossa, atrás, no carro) e na praia, bem junto ao mar. E tive de arriscar, por amor, tirar a máscara nos arrozais pois fui bombardeada por uma surpresa. Num local mais remoto, crianças vieram a correr encosta abaixo para oferecer frutos secos e tâmaras. Perto dali estava uma família a acenar com outras crianças de colo. Senti uma felicidade que gostava que todos experienciassem. O mundo precisa de sentir isto, pois a humanidade anda perdida.

Sri Lanka
Encontros no Sri Lanka créditos: Sandra Figueiredo

Viajar é reencontrarmo-nos com essa ‘coisa’ perdida a que chamamos de amor pelo próximo. E referi os arrozais pois é um ‘must-see’. Seja qual for a tour que façam, vão atravessar estradas longas com arrozais constantes a cada milha. Ora então, já sabem tudo quanto aos documentos que devem levar para Sri Lanka a partir do meu artigo anterior. Agora, sobre o que deve procurar ver no Sri Lanka e qual a melhor forma:

- Escolher um safari. Há imensos, mas alguns são os mais selvagens e desejados, como o caso do Yala National Park. Aí os elefantes cruzam caminho connosco e parecem sorrir ininterruptamente. Há muitas outras espécies. O jipe para sempre e os guias são amáveis pois percorrem trilhas para poderem encontrar animais que nos deslumbrem. Atenção que não podem sair do jipe e nem tocar nos animais. E não levem bolas de sabão como eu.

Safari no Sri Lanka
Safari no Sri Lanka créditos: Sandra Figueiredo

- A escolha do safari a ser realizado (todos podem fazer, mas não aconselhado a grávidas por causa dos movimentos bruscos do carro) depende muito do local/distrito onde ficarão alojados no país. Eu fiquei em Galle. Demorei umas 2/3h de carro até Yala. Podem ficar hospedados em Yala. Preços variam conforme o país onde comprarem, o meu conselho é comprarem apenas no Sri Lanka (gastei o dobro do que poderia ter pago a partir de lá). A partir de cá as tours ficam injustamente caras, sobretudo com agências. Lá podem fazer tours por cerca de 100 euros (com distâncias de seis horas de carro só de ida), um dia inteiro e independentemente de ser uma ou duas pessoas. E tours por 20 euros, o dia inteiro.

- Visitar santuários reais de tartarugas: só o Kosgoda Center. A única reserva de tartarugas, no Ceilão, que cuida e não vende tartarugas. Resgatam muitas com os membros rasgados pelas teias e manhas dos humanos. Depois cuidam delas e devolvem-nas a casa. Ao mar. Todavia, algumas não podem mais voltar por causa das lesões. Em Kosgoda têm um tratador (acredito que é cientista) super enérgico e que me concedeu uma longa entrevista. Seguirá para o YouTube. Lá irão conhecer a tartaruga Mónica, gigante e que eu carreguei nos braços com muitíssimo amor.

Visitar santuários reais de tartarugas
Visitar santuários reais de tartarugas créditos: Sandra Figueiredo

- As praias do Sri Lanka são limpas e a água tão quente e azul esverdeada que nem eu pensava que ia estar naquele paraíso tão completo. Fui mais pelos animais e pelo povo. Mas as praias surpreenderam-me. Já percorri cerca de 10 países asiáticos e Sri Lanka está no top 3 de praias. Adorei ficar a explorar Hikkaduwa e ali mesmo tem uma praia onde as tartarugas aparecem, gigantes. E podemos até alimentá-las. Podem ir até ao hotel Cinnamon e encontram, talvez, essa oportunidade.

Praias do Sri Lanka
créditos: Sandra Figueiredo

- Visitar e ressuscitar os sentidos no Dambulla Cave Temple, onde encontram 150 budas em várias salas numa caverna que, na verdade, está num topo após centenas de degraus percorridos. 3000 rupias por pessoa (1150 são cerca de 5 euros, fica aqui um padrão para se guiarem ao longo deste artigo). A vista é fantástica, o fôlego soube realmente a ano novo. E ainda podem conviver com dezenas de macacos à entrada da caverna. Curioso é que três cães guardam a entrada budista e ameaçam, com dentes, os macacos. São simpáticos, porém, connosco.

créditos: Sandra Figueiredo

Para irem ao templo (e quem conhece a prática de visita a templos budistas e não só), terão de descalçar sapatos e meias. Sim, meias também! Mas vai saber muito bem caminhar no solo ‘sagrado’. Meditamos dos pés à cabeça. E é bonito ver os três passos do ritual das pessoas (entregar as flores, bater na mesa em forma de vénia e juntar as mãos rezando em silêncio).

Depois ficamos inebriados pelo incenso e pelas flores que as pessoas ali depositam. Jasmim foi a flor que mais me despertou a emoção. E, de facto, chorei na segunda ‘cave’, não vos sei explicar, mas foi uma emoção de limpeza e que comigo trouxe para Portugal.

- Visitar, se tiverem tempo, Sigiriya Fortress no mesmo dia em que vão a Dambulla. Sigiriya vale a pena também por ser a capital antiga do país e é muito sui generis, é misteriosa. A fortaleza com patas de leão é Património Mundial da Unesco. Entrada: 6000 rupias cingalesas. Depois contem-me tudo e alguma dúvida, estou no instagram que já conhecem.

Sobre a experiência em Dambulla Cave, quero poder contar-vos mais um pouco. E porque ‘casei’, de novo, neste novo país que explorei. Com o amor e parceiro da minha vida. E, por falar em amor, quem estiver a pensar em ir às Maldivas, tem de ir ao Sri Lanka em menos de uma hora de avião. Por isso até ao próximo artigo!

O mundo inteiro no seu email!

Subscreva a newsletter do SAPO Viagens.

Viaje sem sair do lugar.

Ative as notificações do SAPO Viagens.

Todas as viagens, sem falhar uma estação.

Siga o SAPO nas redes sociais. Use a #SAPOviagens nas suas publicações.