Fica no concelho de Águeda e é alimentada pelo pequeno caudal do rio Cértima. Em tempos idos, foi reserva natural privativa do Rei D. Manuel I, e tinha a designação “Pateira” devido à grande quantidade de patos nela existente.

É um bom lugar para passear, relaxar e pensar um pouco sobre a vida. O silêncio, principalmente no início da manhã, ajuda a sossegar o coração, mais habituado aos sobressaltos do dia a dia, e a encher de ar puro os pulmões, que estão sempre à procura do necessário oxigénio.

Choupos e salgueiros-chorão preenchem as margens, derramando as suas folhas sobre a lagoa. Certos locais estão ocupados por milhares de jacintos-de-água.

A Lagoa da Pateira ter-se-á começado a formar em finais do século XV, provavelmente ainda na Idade Média, devido às sucessivas inundações dos rios Certoma e Águeda, e alagamento dos campos ribeirinhos porque historicamente a Pateira era um antigo braço marinho onde desaguavam, independentemente uns dos outros, os rios Cértima, Águeda e Vouga, antes da constituição da Ria de Aveiro. O seu contorno atual nem sempre é claro, variando ao longo do ano e com o nível das águas.

A área da Pateira é rica em fauna e flora e a sua zona húmida está classificada como de interesse internacional e foi incluída na Rede Natura 2000, que protege os mais importantes ecossistemas europeus.

Alberga várias espécies de aves como os maçaricos, o milhafre-preto e outros protegidos a nível nacional e internacional, o que é maravilhoso para quem gosta de observação de aves e de fotografar a natureza. Existem também várias espécies de fauna associada a este sistema ecológico de habitats. Entre eles estão a lontra, a toupeira de água e a rã ibérica e peixes como o sável e savelha, que trazem a estas margens muitos praticantes de pesca desportiva.

Em Fermentelos, localiza-se também uma das estalagens mais icónicas do país, que perdura naquele local desde a década de 1970, e um monumento dedicado ao emigrante — Fermentelos há muito é terra de quem procura uma vida melhor além-fronteiras.

Se contornarmos a lagoa, percebemos que em Fermentelos, Espinhel, Óis da Ribeira, Requeixo e até no Carregal a "pateira" é sempre a mesma, mas as histórias e os acessos não. Em Espinhel, por exemplo, onde no passado chamavam a Pateira de “Ribeiro”, dois grandes passadiços permitem aos visitantes caminhar até, literalmente, o meio da água, criando o cenário perfeito para um fim de tarde romântico.

Nos últimos anos, a Lagoa foi objeto de diversas ações de conservação e proteção da natureza, incluindo remoção de plantas invasoras, para a Requalificação Ambiental e Paisagística e foram criados percursos para passeios a pé, a cavalo ou de bicicleta. Instalou-se um parque de merendas e vários locais para observação de aves e de plantas, e ainda para a prática de pesca e de canoagem.

Se procuram um lugar sossegado, no meio da natureza, para passear, pescar, pensar, meditar ou ler, considerem vir até à Pateira. Vale a pena.

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Artigo originalmente publicado no blogue The Travellight World

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