A ilha de S. Miguel nos Açores guarda um novo segredo. No conselho de Ponta Delgada, tradição e natureza unem-se num projeto que reconcilia uma quinta do século XVIII com o meio envolvente, e a abre ao mundo para que todos possamos mergulhar na fauna e flora da ilha, numa atmosfera confortável e de bom gosto.

Mais de 3 hectares de quinta com 200 anos de história servem de cenário à Senhora da Rosa, Tradition & Nature Hotel, um oásis no meio da vegetação densa e tão particular da ilha. A comunhão com a natureza envolvente é óbvia, e acompanhou todo o plano de restruturação do espaço, que não omite os vestígios de outros tempos e vivências na quinta.

As memórias estão lá, tal com as tradições, que fazem deste um projeto tão singular. A produção da herdade e do meio envolvente marca os sabores e aromas que invadem a Senhora da Rosa, dos pratos do restaurante Magma, com ingredientes de produção própria e local, aos tratamentos do Spa Musgo com óleos essenciais de produtos locais, passando ainda pela possibilidade de uma experiência “in the woods” num tradicional cafuão açoreano, ou por um mergulho num tanque de água aquecida, numa estufa de ananases. Esta é a verdadeira incursão na paisagem do paraíso atlântico mais autêntico.

200 ANOS DE HISTÓRIA

Joana Damião Melo é a fundadora e responsável por este projeto e não poderia estar a jogar mais em casa. A quinta pertence à sua família há várias gerações, desde os tempos em que, no século XVIII, era conhecida pelas laranjas que produzia.

Isso foi antes da praga que atacou a herdade e que viria a dizimar toda a produção, que os obrigaria a voltarem-se para a produção de ananás. Depois disso, o terreno voltaria a dar frutos. A produção de ananases voltou a por a Senhora da Rosa no mapa. Em 1994 abre, pela primeira vez, como estalagem e o sucesso foi imediato – a hospitalidade dos locais, o bom gosto da decoração e a comida de conforto do restaurante foram somando fãs nos anos que se seguiram.

Nos últimos 10 anos os portões da quinta estiveram encerrados, mas 2021 inaugura uma nova era, a do Tradition & Nature Hotel, agora com Joana a tomar as rédeas da quinta, com a modernidade a dar a mão à tradição, e a natureza a ter primazia.

WELCOME TO THE JUNGLE

As recordações do tempo em que passavam tardes a correr pela quinta, a construir casas de madeira e a subir às árvores para apanharem frutos, e em que sabiam que era hora do lanche quando ouviam o sino que a avó tocava para os chamar, ainda estão vivas na memória da Joana e do irmão Miguel que, juntamente com José Pedro Sousa constituem a sociedade por trás deste projeto.

Sendo um empreendimento povoado por memórias, não poderia deixar de fora do seu ADN o lado orgânico e a liberdade que pontua sempre a conexão com a natureza. Aqui há sempre espaço para ver, pensar e existir mais além. Em 2021, a Rosa volta a desabrochar, agora com 35 quartos, que incluem 1 Junior Suite com 1 quarto, 1 Family Suite com 2 quartos e 2 Tranquility Garden Lodges, situados no meio da Quinta, a recriar os antigos cafuões onde os cereais eram armazenados, estruturas de madeira elevadas do solo a que os ratos não conseguiam chegar.

Os quartos do edifício principal têm todos uma fotografia da ilha de São Miguel (da autoria de vários fotógrafos, como João Moniz, Paulo Goulart ou o próprio Miguel Damião) que cobre toda a parede da cabeceira da cama e que é a protagonista do espaço, conjugada com uma decoração simples e um jogo de luzes ténues – quem brilha é sempre o registo do cenário micaelense. Quanto aos novos cafuões, têm 33m2 interiores com quarto, casa de banho e zona de estar, e ainda um terraço com banheira ao ar livre rodeado por bananeiras, a invadir o coração da ilha.

Nas novidades incluem-se ainda o restaurante Magma, o rooftop bar Mirante e o Spa Musgo, encaixado num desnível do terreno sob a nova piscina exterior. Há também duas estufas de produção de ananases, uma com 18m, e outra com 35m com um tanque de água aquecida no interior.

A nova vida da Senhora da Rosa conta ainda com duas hortas que abastecerão a cozinha do restaurante, um campo de padel, uma loja de produtos açoreanos, um centro interpretativo onde se poderá viajar no tempo e na história do local, um kids club para os mais pequenos, e uma capela do século XIX, aberta a visitas e celebrações religiosas.

COMPROMISSO VERDE

Em tamanha comunhão com a fauna e flora envolventes, os responsáveis pelo hotel sentiram ainda mais a obrigação de adotar medidas e políticas de respeito, valorização e consonância com a natureza circundante. 60% da energia consumida provém dos 220 painéis fotovoltaicos e 20 painéis solares dispostos na herdade – haverá até uma injeção do excesso da energia produzida na rede pública –, que conta ainda com três zonas de compostagem, bombas de calor e tanques de reaproveitamento de águas pluviais para utilização na rega dos terrenos, cuja grande variedade de árvores de frutos e ervas aromáticas abastece o consumo interno.

As amenities são produzidas por uma saboaria local com matéria prima da quinta, à base de laranja, limão, banana ou castanha (dependendo da época), e chegam ao cliente sob a forma de champô sólido, creme de corpo e sabonete em barra, sem recurso a plástico e reduzindo a produção de lixo. Em breve, haverá um posto duplo de abastecimento para carros eléctricos.

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