Em declarações à agência Lusa, Pedro Machado indicou que esta é uma tendência que se verifica no Centro de Portugal e que foi “trazida pela COVID-19”.

“A atratividade dos centros urbanos estava muito concentrada nas festas de passagem de ano organizadas, mas a esmagadora maioria, para não dizer 99 por cento, estão canceladas. Como não faz muito sentido viajar para ficar nos quartos, a COVID-19 trouxe outra tendência”, referiu.

De acordo com o presidente da Turismo do Centro, a necessidade de apresentação de testes negativos à COVID-19 cumulativamente com os certificados de vacinação, bem como a ausência de festas organizadas, tem um efeito dissuasor nos portugueses que aproveitavam esta altura do ano para passar a passagem de ano fora.

“Ainda assim, muitas famílias aproveitam os estabelecimentos hoteleiros que estão bem enquadrados na natureza e têm proximidade com o fator neve. Isso cria-lhes uma alternativa em relação aquilo que era a passagem de ano convencional”, acrescentou.

Assim, para a passagem de ano, a Serra da Estrela tem sido um dos destinos mais procurados.

“Estamos com muito bons resultados na Serra da Estrela, temos indicação de hotéis com 100 por cento de reservas, pois tem uma aptidão natural por ser um destino de inverno, com neve. Também um pouco da Serra da Gardunha e toda a parte associada ao interior, de passagem da Serra da Estrela para a Beira Baixa, onde existem muitas unidades de turismo em espaço rural”, revelou.

Pedro Machado informou que, também um pouco por todo o Centro de Portugal, registam-se algumas “taxas interessantes”, com reservas na ordem dos “a 60, 70 por cento”.

“Falamos de unidades de alojamento que são horizontais, que são uma tendência que a COVID-19 trouxe. A não preferência por hotéis verticais, em detrimento dos horizontais, vê-se cada vez mais”, sublinhou.

Esta foi aliás uma tendência que já se registou pelo Natal, “em que muitas unidades, a maior parte dos hotéis boutique, hotéis mais familiares, estavam praticamente todos a 100 por cento”.

“Tivemos muitos exemplos disso, esmagadoramente do mercado interno. Diria que mais de 90 por cento dos que estiveram no Centro de Portugal foram do mercado doméstico, maioritariamente de Lisboa e Porto”, sustentou.

À Lusa, o presidente da Turismo do Centro disse ainda que acredita que a retoma surja já na Páscoa de 2022.

“Vai ser uma Páscoa tardia, a 17 de abril, com expectativa que possamos retomar algum novo normal, quer por força do processo de vacinação que continua, e bem, a ser intensivo em Portugal, quer também porque isso faz antever que os mercados de proximidade como é o caso do mercado espanhol, francês, possam retomar a normalidade”, alegou.

Contactada pela Lusa, a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (ARESP) informou que está a decorrer, até 31 de dezembro, um inquérito para reunir informação atualizada sobre o impacto das novas restrições, relacionadas com a covid-19, nos níveis de atividade e faturação das empresas do setor.

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