Todos sabemos o que nos espera se nada for feito para travar os efeitos das alterações climáticas. As mudanças já começaram e são cada vez mais alarmantes. Fenómenos meteorológicos extremos, subida do nível do mar, morte de glaciares, extinção de espécies, refugiados climáticos e cidades dominadas por nuvens de poluição.

A lista, que poderia continuar, só tende a piorar, se nada for feito por quem tem o poder de mudar as decisões políticas e económicas mundiais. Mas o consenso parece ser difícil e esta conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas está, mais uma vez, a demonstrar que o futuro do planeta não é risonho.

E onde entram as viagens no meio disto tudo? Perguntar-me-ão os leitores deste texto. É simples, viajar é conhecer o mundo, é maravilharmo-nos com a natureza e surpreendermo-nos com diferentes culturas. Mas, para que isso continue a acontecer, precisamos que o mundo continue a existir tal como estamos habituados.

Veneza debaixo de água, a morte da grande barreira de coral ou a floresta amazónica transformada em savana são algumas das consequências das alterações climáticas que podem transfigurar ou destruir por completo lugares que são destinos turísticos desejados.

Tudo se resume ao excesso da ação do homem nos recursos do planeta e o turismo também tem a sua culpa nesse campo. Há lugares que tiveram de restringir ou vetar o acesso de turistas para proteger ecossistemas. É o caso da famosa Maya Bay, na Tailândia, cuja vida marinha estava a ser dizimada pela presença de barcos e pessoas todos os dias.

As viagens popularizam-se e plastificaram-se

Nos últimos anos, as viagens popularizam-se e plastificaram-se. Se antes uma viagem era um acontecimento na vida da maioria das pessoas, hoje, é fácil comprar uma passagem aérea barata e ir passar uns dias fora do país. Mas estas viagens “mastiga e deita fora”, tal como os plásticos de uso único, não estão entre as mais sustentáveis e devem ser evitadas, se realmente quisermos fazer parte da solução e não do problema.

E então, vamos ter de deixar de viajar? Esta seria uma decisão extrema que, para os amantes das viagens, está fora de questão. No entanto, existem uma série de comportamentos a ser adotados para compensar o dano que o excesso de turismo possa causar ao planeta.

Para começar, sim, é necessário reduzir os voos. No momento em que as viagens começam a voltar ao ritmo pré-pandemia, o apelo das companhias low cost ao consumo de voos baratos começa a ser enorme. Tal como quando vamos aos saldos numa marca de fast fashion, apetece-nos comprar várias pesagens aéreas que aparecem com preços super baixos. Também o excesso de consumo tem contribuído para a destruição do planeta e, portanto, nas viagens é preciso reduzir o consumo.

Optar por viajar de comboio, de barco, de bicicleta, alugar um carro elétrico durante as férias. Todas estas opções de transporte devem ser levadas em conta quando se planeia uma viagem. Quando chegamos ao destino, há uma série de comportamentos a adotar para tornar a nossa jornada mais sustentável.

Viajar com pouca bagagem; consumir pouco; evitar o uso de plástico; usar protetor solar que não prejudique a vida marinha; envolver-se em projetos que ajudem as populações locais ou, pelo menos, ajudar a economia local através das escolhas de restaurantes e mercados; não contribuir para a exploração da vida selvagem e escolher hotéis que tenham preocupações ambientais.

À primeira vista, pode parecer complicado, mas tudo se resume a escolhas mais conscientes (hoje em dia, não falta informação disponível) que podem ajudar a preservar e a cuidar do nosso bem mais valioso. Para que as próximas gerações possam continuar a maravilharem-se com a beleza única do planeta Terra.

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