A nova carta apresenta desde as receitas da infância até às reinterpretações contemporâneas, incorporando influências que vão das montanhas do interior ao peixe fresco das lotas costeiras, sem esquecer a doçaria conventual e os aromas da cozinha açoriana e madeirense.

“Mais do que uma seleção de pratos, esta carta é um convite a sentar à mesa e saborear um pedaço de todo o país num só restaurante”, aponta o chef Pedro Garrido, que reforça a ligação emocional que cada receita traz. “Cresci a ouvir histórias à volta da mesa e é isso que queremos recriar: sabores com amor e lembrança. Cada prato é preparado como se fosse para a pessoa de quem mais gostamos”, explica.

As entradas dão o mote a esta viagem pelas lembranças e tradições portuguesas. A Sopa de Tomate (6€) chega quente e reconfortante, servida com ovo escalfado e adornada com folhas de hortelã, que garantem um toque de leveza aromática ao prato. Já a alheira apresenta-se sob a forma de mini hambúrguer, recheada com molho de maçã e acompanhada por legumes salteados (12€), uma combinação que eleva este clássico de terras transmontanas a novas camadas de sabor. Para os amantes de bacalhau, a Meia Desfeita (16€) surge reinventada, com um puré aveludado e pipocas crocantes de grão a unirem-se num jogo de texturas que despertam o paladar e reinterpretam a tradição.

Nova carta do restaurante da Casa da Companhia
Nova carta do restaurante da Casa da Companhia Alheira e Maçã créditos: Divulgação

E porque à mesa não se partilham apenas memórias, a nova carta propõe pratos pensados para dividir. O Picadinho da Madeira (19€), inspirado no tradicional pica-pau, ganha uma nova vida com carne de jarrete, reaproveitada de outras confeções, servida em pedaços pequenos e suculentos. Por sua vez, o Choco Frito (15€), clássico da região de Setúbal, surge com um corte mais fino, que acentua a crocância.

Nos pratos principais, o Bacalhau à Narcisa (16€) apresenta-se numa versão sem glúten, onde o crocante da farinha de milho abraça a suavidade da cebolada de tomate e o puré de batata (16€). Diretamente da Madeira, o peixe-espada frito revela-se numa combinação ousada, acompanhado por chips estaladiças de banana-da-terra e um puré de batata-doce perfumado com canela, enquanto um molho confecionado com maracujá acrescenta uma inesperada frescura e profundidade ao prato (25€).

Rumando a sul do país, a Carne de Porco à Alentejana (26€) assume o centro das atenções e é servida com batata mil-folhas e xarém de amêijoas à Bulhão Pato. Já o Bife à Marrare (24€), popularizado nos cafés lisboetas do século XVIII, mantém a simplicidade da receita original — servido com um molho de manteiga e natas e acompanhado por batata frita cortada aos palitos e ovo estrelado, sendo uma verdadeira ode à tradição que resiste ao tempo.

O capítulo vegetariano é protagonizado por um hambúrguer artesanal de feijão preto e sementes, servido em pão brioche de batata e acompanhado por uma salada fresca com aipo, maçã, nozes e maionese de iogurte (19€), e pelo Risotto de Espargos e Tomate Seco (21€), que regressa como uma alternativa cremosa e saborosa.

Nova carta do restaurante da Casa da Companhia
Nova carta do restaurante da Casa da Companhia Toucinho do Céu créditos: Divulgação

Nas sobremesas, a proposta equilibra tradição e frescura com interpretações que surpreendem pelo detalhe. O Carpaccio de Ananás (8€) chega polvilhado com pimenta rosa, oferecendo um contraste aromático e leve, diretamente dos Açores. O Toucinho do Céu (8€) surge com compota de morango, que suaviza a intensidade do doce conventual. Para fechar, a Brisa de Liz (8€) é reinventada num granizado de lima com aguardente portuguesa.