O século XVIII foi um dos mais marcantes para Lisboa. O ano de 1755 ficou na história do nosso País, marcado pela catástrofe natural que destruiu parte da capital portuguesa.

De forma a relembrar a importância desta data e, sobretudo, torná-la num acontecimento pedagógico, recriado através de uma experiência interativa e imersiva, o Quake abre portas, permitindo a todos os que passarem por este espaço, vivenciar o terramoto de 1 de novembro de 1755, em pleno século XXI.

História, entretenimento e rigor científico unem-se para proporcionar uma experiência memorável, durante cerca de uma hora e meia, distribuída por mais de dez salas tecnológicas e totalmente didáticas. Aqui, à parte da experiência de entretenimento que o formato imersivo propõe, o objetivo é também informar e preparar a população para um eventual novo sismo, evitando uma tragédia à larga escala, como a que os Lisboetas viveram em 1755.

Ligar passado, presente e futuro foi o principal desafio da equipa, liderada por Ricardo Clemente e Maria Marques. “Centenas de pessoas trabalharam dia e noite para dar vida a este centro e à magnitude dos acontecimentos nele retratados, nunca descurando a complexidade e a riqueza de todos os detalhes trazidos para o presente, cumprindo sempre o rigor histórico e científico dos factos”, explicam os fundadores do Centro.

Quake
créditos: Quake

O trabalho dos sismólogos Susana Custódio e Luís Matias, professores da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e investigadores do Instituto Dom Luiz, bem como do historiador e escritor André Canhoto Costa, foi fundamental para construir os pilares que sustentam todo o conceito do Quake. Marta Pisco, produtora de teatro, foi a responsável por coordenar o processo criativo, articulando a produção desta experiência, com os conteúdos científicos e históricos apresentados pelos especialistas.

O desenvolvimento do conceito e a criação da experiência foi tarefa da Jora Vision, empresa holandesa de design, produção e tecnologia. O atelier português – Fragmentos - esteve à frente do projeto do edifício Quake, em Belém, uma zona central de recreio, lazer e cultura da cidade de Lisboa.

O Museu de Lisboa/EGEAC desempenha também um papel fundamental, enquanto parceiro que apoiou na pesquisa histórica e na cedência de imagens e documentação necessárias para suportar toda a experiência, bem como o Instituto Superior Técnico, através da adaptação do jogo virtual Treme-Treme para uma das salas do Centro.

Outros entidades que se destacam no apoio à criação desta experiência são os Museu Nacional dos Coches e o Palácio Nacional de Mafra/DGPC, o Serviço Municipal de Proteção Civil de Lisboa, o Museu da Marinha, o Município de Oeiras e a Paróquia de São Nicolau em Lisboa.

Quake
créditos: Quake

Este acontecimento tornou-se num marco na história da cidade de Lisboa, não só pelo impacto que teve na geografia da cidade, com a reconstrução total da zona da Baixa, mas também pela mudança de mentalidade que despoletou naquela época.

Surgiram deste evento os primeiros estudos científicos sobre a temática sismológica e os seus efeitos, pensadores e filósofos orientaram, desde então, as suas teses para a possibilidade da existência de uma força natural não comandada por Deus, uma mudança de pensamento quase radical para a altura, que moldou e definiu a sociedade para sempre.

O Centro está preparado para receber pessoas de várias idades, no entanto, a sua experiência não é aconselhável a menores de seis anos. As visitas devem ser agendadas, para assegurar o dia/hora mais desejado, estando os bilhetes disponíveis para venda no site oficial do museu – lisbonquake.com.