Quem é que gosta dos famosos livros "Onde está o Wally"? Através de ilustrações, procuramos a personagem simpática de t-shirt às riscas. Pois bem, a lógica deste outro livro é a mesma, mas trocam-se as ilustrações por fotografias e o "boneco" por um border collie amoroso e muito esperto.

Esse poderia ser o mote para o artigo mas há muito mais por detrás do livro "Onde está o Momo?”. A começar pela decisão de Andrew Knapp de realizar esta grande viagem com o seu cão. “Sempre quis fazer uma longa viagem pela Europa, desde a primeira que fiz durante os meus 20 anos, esperei algum tempo porque nunca quis colocar o Momo num avião”, conta ao SAPO Viagens o fotógrafo, designer e viajante.

Depois de muito refletir e planear, Andrew decidiu ir. Propôs a ideia ao seu editor norte-americano de transformar a viagem num livro e obteve resposta positiva. Era o início do que viria a ser o quarto livro da série "Find Momo" (Encontre o Momo). “Ter um objetivo como este nesta viagem tornou tudo mais entusiasmante”. "Eles (os editores) disseram sim e o resto é história".

Histórias e muitas fotografias é o que podemos encontrar ao longo destas páginas, mas também dicas de lugares “amigos” dos cães em vários países da Europa, a começar por Portugal, onde Andrew e Momo deram início a esta jornada de seis meses - corria o ano de 2018.

De Portugal Andrew destaca a segurança e a hospitalidade. Os bons momentos passados na Quinta da Bichinha, a saborear pratos de bacalhau e os deliciosos vinhos portugueses. Já em Espanha, a dupla iria embarcar no meio de transporte definitivo para o resto da viagem: uma autocaravana, comprada lá.

“Viajar de autocaravana com um cão faz todo o sentido. Não há necessidade de encontrar alojamentos, restaurantes ou transportes que sejam pet friendly. Além disso, dá para levar um bom carregamento de água, para que nenhum de nós ficasse com sede”, indica Andrew.

Quer seja entre as casas típicas da Costa Nova, as bicicletas de Amesterdão ou entre as montanhas da Escócia, Momo é um explorador por natureza que encontra sempre esconderijos improváveis nas fotografias de Andrew. Além disso, “é o melhor companheiro de viagem”.

És forçado a entrar neste momento comigo

Ao observar as fotografias, ficamos deslumbrados com as paisagens e também com saudades de viajar sem as restrições impostas pela pandemia. Em alguns casos, questionamos: como é que Momo foi ali parar? O border collie parece ser mestre em camuflagem.

Numa altura em que os olhos gastam pouco tempo a observar imagens, principalmente através dos ecrãs, encontrar o Momo torna-se num delicioso exercício de observação do cenário que nos é apresentado. “O que eu adoro neste projeto é que ele exige a atenção numa foto que, de outra forma, poderia ser esquecida”. “És forçado a entrar neste momento comigo e podes até imaginar como foi estar ali com o Momo, a observar o ambiente e a chamá-lo de volta para mim, depois de tirar a foto”.

Andrew conta que planeia lugares mas não as fotografias que tira. “O meu Google Maps da Europa está cheio de lugares guardados, lugares dos quais ouvi falar, vi fotos ou senti que dariam uma boa imagem. Na maioria dos casos, as fotos acontecem sem planeamento”, explica.

O viajante reconhece que viajar com um cão torna tudo mais difícil mas, ao mesmo tempo, há lugares que conheceu e que, se estivesse a viajar sem o Momo, não teria conhecido. “Tal como na vida, qualquer que seja o caminho escolhido, é a tua atitude que vai ditar quanta beleza consegues encontrar e o quanto vais conseguir aproveitar”, salienta.

Numa fase em que muitas viagens estão suspensas, Andrew, que é adepto do “slow travel” (uma forma de viajar menos turística, que explora mais a cultura de cada lugar), conta que já estava a pensar em passar mais tempo em casa antes do início da pandemia de COVID-19. “Acredito que viajar é mais saudável quando feito em doses”.

O próximo livro do fotógrafo deve sair em 2021 e é sobre de que forma as crianças podem aproveitar e explorar os espaços ao ar livre. Enquanto isso, cada vez mais leitores podem conhecer as histórias de Andrew e Momo pelos 22 países europeus por onde passaram. “Ver este livro traduzido é fantástico. As fotografias significam muito mas as histórias por trás são também muito valiosas. Saber que mais pessoas podem ler e apreciar o meu trabalho é tudo para mim”, conclui.

Se quiser continuar a encontrar o Momo, carregue aqui.

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