1. Como/quando começou o “bichinho” das viagens?

Desde novo que comecei a viajar. Quando era miúdo viajava muito com os meus pais pela Europa de carro, e acho que foi aí que surgiu o gosto pelas road trips. Depois, anos mais tarde, apaixonei-me pela fotografia de natureza e comecei a viajar cada vez mais, embora tenha mudado a forma como viajo e os destinos que exploro.

2. Além de viajar, gosta muito de…

Fotografia analógica, música e cinema. Curiosamente, a minha primeira paixão foi a música, depois o cinema e só, por fim, a fotografia. Mais recentemente, tenho fotografado muito em analógico, acho que é uma maneira muito poética de fotografar, onde é necessário pensar mais. Quando recebo as fotografias reveladas, sinto-me sempre um miúdo a abrir uma prenda.

3. Quantos países já visitou?

No total, 27 países. Genuinamente, não é uma coisa que dê importância. Acho que visitar a capital de um país não significa que, depois dessa viagem, conheça o país. Para mim, tem realmente sentido tentar absorver a cultura de cada destino, mais do que contabilizar o número de fronteiras que já passei.

4. Viagens mais marcantes e porquê?

Acho que todas as viagens são marcantes, mas claro que há algumas que são mais especiais. Curiosamente, uma das que mais me marcou foi talvez a mais simples de todas. Em 2017 sai de casa com uma tenda na mochila e fui para o Alentejo sem saber onde ficar. Foi a primeira vez que fiz campismo selvagem e, sem dúvida alguma, que mudou a minha maneira de viajar. Este ano, estive um mês na Guatemala e México, onde viajei à boleia por estes países com mais dois amigos. No mês passado, estive no Quénia, e foi uma viagem surpreendente, um país cheio de contrastes e que adorei conhecer.

5. Destino que quer regressar e porquê?

Curiosamente, há vários destinos que quero regressar e por razões diferentes. Como sou fotógrafo viajante, alguns destinos quero muito regressar pela experiência de viagem e outros pela fotografia. Em alguns casos, quero regressar para fotografar numa altura do ano específica, por exemplo, adorava voltar às Dolomites, em Itália, mas desta vez no inverno. Por outro lado, quero muito regressar ao Quénia, porque como viajante sinto que há muito mais para explorar, que gostava de voltar numa viagem mais longa e tentar aprender mais sobre a cultura Massai.

Há muitos sítios que quero conhecer, mas a verdade é que nunca planeio as minhas viagens com muita antecedência, é quase sempre com menos de um mês. Apesar disso, quero muito voltar a África, mas desta vez, África do Sul, Namíbia, Tanzânia e Ruanda. Na Europa, Islândia, Noruega e Ilhas Faroé.

6. Próximos destinos e expectativas. Tendo em conta a atual conjuntura, como acha que vão ser as viagens durante e pós-Covid-19?

Por estranho que possa parecer, acho que nunca houve uma altura tão boa para viajar como agora, há muito pouca gente a viajar e por isso, temos a oportunidade de conhecer locais praticamente desertos. Claro que a pandemia tem impactos na própria viagem, há muitos sítios que estão fechados. Curiosamente, estes foram, de longe, os dois anos que mais viajei.

7. Dica de viagem mais valiosa que pode dar

Não acho que haja uma dica, acho que o importante é ir, sair da zona de conforto e procurar aprender e mudar um pouco de nós na viagem.

Não sou uma pessoa de planear muito as viagens e, por acaso, acho que é isso que mais gosto enquanto viajo, ir sem planos e deixar as coisas acontecerem, por norma são as mais especiais.

8. Lugar preferido em Portugal

Gosto de muitos sítios em Portugal, especialmente nas ilhas. Mas, sem dúvida, que se tivesse de escolher um só sítio seria o Alentejo, tanto o litoral como o interior. Há algo de especial no Alentejo, e que nem sei explicar muito bem. Adoro o facto de ser um sítio calmo e em muitos sítios deserto, tem uma onda especial. Acho que o Alentejo me mudou um bocadinho e, provavelmente, faço o que faço devido a isso.

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