Entrevistei a portuguesa Anna (@byannam_), viajante e influencer, porque me saltou à vista, no seu feed de Instagram, uma pedra, não... mais que uma pedra. São pedras daquelas que serviram para construir uma história chamada “Casa do Penedo”. Muitos portugueses e turistas já conhecem rumores da casa famosa, mas não tudo.

Já se sabe que esta casa foi catalogada como uma “das casas mais estranhas do mundo”, mas só focando o seu aspeto, à primeira vista, pré-histórico. E não é esse o objetivo, pelo menos não o foi quando construído. Além disso, se antes se identificou a casa estranha entre a lista das mais inusitadas construções (para habitação familiar permanente), tornou-se atração turística com direito a guia e guião. Fica em Fafe, a norte do país. “Fui”, juntamente com a Anna, fazer esta viagem, ela de carro até lá, e eu aqui por palavra.

“Já tinha feito várias pesquisas sobre a mesma [casa do penedo], e naquele dia estávamos por perto e decidimos ir conhecer uma das casas mais estranha do mundo”. E, adianta, com bom orgulho nacional: “ainda bem que temos esta por cá, acho que não poderia estar noutro lugar ou país. Está no sítio certo.”

Algo não planeado e que soube melhor ainda, melhor porque quando lá chegou, é assim que comenta a sua reação: “Como conseguiram fazer ali uma casa? Foi a primeira coisa que me veio à cabeça."

Pergunto-lhe sobre o interior da casa ladeada de pedras escuras, mais ou menos talhadas: “Pequeno, mas aconchegante”. Refere assim, sucinta, para proteger a informação que só deve ser revelada com a visita guiada. Portanto, aqui fica o repto.

Mas não foi Portugal que lhe deu fama, foi mesmo um senhor japonês que se encantou por este pequeno templo de pedra.

“A casa foi construída por um senhor que queria passar tempo de qualidade com a família sem telemóveis/televisão, só eles mesmo. E assim foi durante muitos anos. Começou a ser conhecida por causa de um japonês que dizia que a frente principal da casa lhe fazia lembrar uma boneca japonesa. A partir daí a casa foi subindo no ranking 'strangest houses in the world' mantendo-se até aos dias de hoje.”

Perguntei se ela viveria ali como um Flinstone por um dia.

Resposta pronta: “Sim vivia, acho que nos faria bem um dia por mês num sítio assim. Como tivemos quando foi apagão". Adorei, confesso, esta resposta. Precisamos é de uma vivência destas, de vez em quando, fora de acomodações de luxo que só consomem energia a ‘gastar’ o planeta, em que as nossas crianças saibam que a relva e a terra não são plásticas e por aí adiante. Um brilhante recreio à volta da casinha de pedra.

Fiquei a saber que pode ir facilmente de carro e também levar crianças: “é um espaço aberto”. O que permite também aproximar perto os veículos. De notar, pela Ana, que não de pode fotografar o interior. Portanto, de casa de uma família ajuizada sobre o verdadeiro convívio sem tecnologias, agora tornou-se uma atração turística que também mantém os telemóveis e câmaras longe da ‘porta’ e das paredes de pedra natural.