De uma forma mais simples, de grinalda "artesanal" no cabelo (a noiva) muitos escolhem dar o nó em países como a Tailândia ou Marrocos. Neste último caso há locais que providenciam tudo desde os adereços até à passadeira estrelada onde desfilará o casal. Os estrangeiros são testemunhas e os turistas passam a ser o foco. Interessante, não? E ainda há os sonhos de casar, em outfits bem descontraídos, na longínqua Polinésia Francesa. Outros casamentos são mais “aventura”: casar em Las Vegas. As igrejas fáceis de reservar “et voilá” o anel no dedo com um sorriso multiplicado em fotos.

Prefiro as viagens até sítios paradisíacos onde os noivos, de looks simples e inspirados pela energia do lugar e do amor, decidem dizer o “Sim” em Português. Por exemplo, em Bali, sugiro que o faça no meio dos arrozais ou do charme do berço de café de Ubud! Em dias menos turísticos, sobretudo nesta fase ainda pandémica, tentem o templo no meio do mar – Tanah Lot. Não está atualmente lotado e é místico se pensarem que é um templo de terra com ‘sacerdotes’ que nos ungem e colocam flores no cabelo e na alma. Decidam casar assim e complementam a parte notarial (oficial) em Portugal. Faziam?

Não falo sem experiência, pois quero contar-vos que na minha mais recente viagem - ao México - estabeleci um pacto com o meu parceiro de vida: sempre que pisarmos território estrangeiro, em mood ‘travel’ vamos casar! Pareceu excêntrico? Não, é a verdade e fizemo-lo mesmo em Tulum (ver Galeria). Até testemunhas houve e muitos aplausos. Deste lado, muitos dos amigos e dos seguidores ficaram na dúvida se seria casamento ‘à séria’. Pois então fiquem a saber: se decidimos casar em cada país que aportarmos é porque constituímos isto como uma tradição em modo de souvenir. Há quem compre ímans, lenços e ‘caraberas’ (caveiras mexicanas). Nós também as comprámos, mas o souvenir mais inovador foi casar em Tulum e como pode fazer isso de forma leve e sorridente? Esta foi a nossa receita (uma hipótese): levei uma cortina (já tínhamos planeado em Portugal) gigante de tule branco (Ikea: 2.99!) e coloquei-a com vários ganchos no cabelo. Tirei os ténis e, de pé na areia, sentada numa cama de rede … marcámos o nosso primeiro souvenir excêntrico.

Aconselho fortemente, pois é uma viagem dentro de outra e acreditem que, sem pagarem mais por isso, vai ficar na vossa memória. Que tal, em cada viagem, assinalarem o vosso amor com um traje de caraterísticas autóctones? É que esse véu de tule que ali inventei tinha algo discreto que completava o simples traje: um anel mexicano que representa especificamente a mulher guerreira (uma caveira feminina rodeada de flores).

Porque não casar sempre que viaja com a sua cara-metade?

Aproveito para escrever este artigo numa data em que lamentavelmente o México foi assolado, numa grande parte do seu território, pelo terramoto e sismo. Assim, sentimos que podemos viajar de novo através dele e honrar a sua força e pessoas hospitaleiras que sobreviverão como uma história de amor verdadeira.

Mais surpresas? A ideia vai continuar nas próximas viagens, portanto vamos ‘casar’ a cada viagem e já temos a próxima marcada. Pensamos no dresscode em breve e depois escrevo-vos sobre templos, tempos e casamentos-souvenir. Mas a verdadeira surpresa foi a do meu noivo: é que o que eu pensava ser apenas um souvenir e uma forma de tornar ainda mais belas as viagens…transformou-se num conto de fadas no México, entre palmeiras e mar do Caribe: fui pedida em casamento longe dos olhares e com direito ao pedido totalmente tradicional. Ajoelhou-se e perguntou-me se queria continuar a viver, a amar e a viajar com ele. desde que fosse para sempre. Emoção? Essa não consigo descrever. Ah, eu disse “Sim”, mas só quando cheguei a Portugal, é que me ‘caiu a ficha’  e a única dúvida que tive foi: “Quando é a próxima viagem?”. É que agora já tenho o anel ‘à séria’ que estava guardado em Portugal à minha chegada… e as cerimónias de tule simples e humilde farão ainda mais sentido em todas as viagens. Só mudará o traje.

Quero ouvir as vossas histórias ou sonhos parecidos. Boa viagem e …cuidado que pode acontecer ‘um anel’. Felizes para sempre sejam!