O conceito é simples: não é o visitante que vai à exposição, é a exposição que se desloca até ao visitante. Em vez de penduradas na típica parede branca, as obras surgem em ponto grande, expostas na paisagem urbana. Basta estar atento. Lisboa, Faro, Coimbra. Setúbal, Évora, Viseu e Viana do Castelo são as cidades que recebem a Outdoor ’25, uma iniciativa que surge da necessidade de reabilitar e reavivar suportes que foram concebidos para outros propósitos: "Estamos a aproveitar o enorme potencial destes outdoors que são meios de comunicação de massas para levar a arte contemporânea a todos de forma gratuita e improvável", explica a Associação P28 em comunicado.

Cláudia R. Sampaio, Edson Chagas, Isabel Baraona, Isabel Simões, José Maçãs de Carvalho, Luísa Cunha e Pedro Valdez Cardoso são os artistas portugueses desafiados para esta mostra em ponto grande que verão as suas obras circular entre sete cidades nos próximos sete meses – uma mostra contínua, de caráter rotativo entre localidades. Com percurso reconhecido na fotografia, vídeo, escultura ou pintura, estes artistas garantem uma grande diversidade de propostas e discursos. Cada um agarrou esta proposta de forma diferente no momento de criação artística: ora como uma espécie de teaser de uma campanha publicitária ora com foco no grafismo ou, até, no elemento texto.

O Outdoor é um formato arrojado da P28 que nasceu em 2012 e que, ao longo dos anos, tem contado com a participação de nomes sonantes como Jorge Molder, Pedro Cabrita Reis ou Jeff Koons, sempre com o mesmo objetivo: trazer a arte contemporânea para a rua, uma meta que é renovada nesta edição de 2025.  "Pode acontecer que a pessoa só se aperceba daquela obra depois de ter passado naquele local três ou quatro vezes. Mas é esse tipo de contacto com o grande público – inesperado, invulgar e subversivo – que pretendemos alcançar, levando a arte contemporânea aos visitantes através destes espaços públicos que são não-lugares", explica a P28.

7 cidades, 7 artistas, 7 meses: a arte sai à rua e em grande na exposição Outdoor 
7 cidades, 7 artistas, 7 meses: a arte sai à rua e em grande na exposição Outdoor  Obra de Pedro Valdez Cardoso créditos: Divulgação

Localizações e Artistas:

Largo Marquês de Angeja, Belém, Lisboa

Nascida em Lisboa, em 1981, Isabel Simões é licenciada em Artes Plásticas/Pintura e expõe desde 2003. O seu trabalho desdobra-se em suportes vários, da pintura ao desenho ou performance.

Avenida Calouste Gulbenkian, Faro

Edson Chagas está entre os principais artistas que se destacam na arte contemporânea angolana. Nascido em Luana, em 1977, é licenciado em fotojornalismo e no seu trabalho tem explorado o território urbano de Luanda – e de outras cidades em África.

Avenida da Guarda Inglesa (Convento São Francisco), Coimbra

Pedro Valdez Cardoso, escultor e artista plástico, nasceu em Lisboa, em 1974, cidade onde vive e trabalha. Formado em Realização Plástica do Espetáculo expõe desde 2001 em exposições individuais e coletivas.

Rua da Cevedeira com a Avenida da Bela Vista, Setúbal

Nascida em Cascais em 1974, Isabel Baraona é professora e investigadora no âmbito do design e artes. Arista plástica, utiliza o desenho, o texto e a pintura como ferramentas na produção de obras.

EN 114 - Km 187,05, Malagueira, Évora

Cláudia R. Sampaio nasceu em 1981, em Lisboa. Estudou teatro e cinema e foi, inclusive, guionista em cinema e televisão – mas neste momento dedica-se à escrita literária e à pintura e escultura em cerâmica. Tem sete livros de poesia publicados.

Avenida Cidade Politécnica (Rotunda do Instituto Politécnico), Viseu

Nascida em Lisboa, em 1949, Luísa Cunha licenciou-se em Filologia Germânica. Mas o seu percurso como artista começa mais tarde quando aos 37 anos faz o curso de Escultura. As suas obras têm sido expostas dentro e fora de Portugal, estando representada nas melhores coleções de arte contemporânea.

Estrada do Cabedelo (Rotunda do Cabedelo), Viana do Castelo

José Maçãs de Carvalho nasceu em Anadia em 1960 e é licenciado em Línguas e Literaturas Modernas. Trabalha e expõe fotografia desde a década de 1990 e vídeo desde 2000. O seu trabalho está presente em diversas coleções de arte privadas e públicas.